Putin chega a Pequim para se encontrar com Xi na abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno

A Rússia e a China condenaram oficialmente a influência dos EUA na Europa e na região da Ásia-Pacífico após uma reunião entre o presidente russo Vladimir Putin e seu colega chinês Xi Jinping hoje em Pequim.

Um documento acordado pelos países disse que eles “se opõem à maior expansão da OTAN” e pedem ao bloco de defesa liderado pelos EUA que abandone as abordagens da “era da Guerra Fria”, ao mesmo tempo em que critica o “impacto negativo de Washington na paz e estabilidade” na Ásia- região do Pacífico. 

A Rússia e a China também disseram estar "seriamente preocupadas" com a aliança de defesa AUKUS, incluindo Austrália, Reino Unido e Estados Unidos. 

  As declarações vêm depois que Jinping se encontrou hoje com Putin pela primeira vez em quase dois anos, com ambos se aproximando à medida que as tensões crescem com o Ocidente.   

Xi não deixa a China desde janeiro de 2020, quando o país enfrentava seu surto inicial de Covid-19.

Agora deverá  se encontrar com mais de 20 líderes, enquanto Pequim dá inicio a sua Olimpíada de Inverno, que espera ser um triunfo do soft power chinês para  desviar o foco de um acúmulo de boicotes diplomático e temores da Covid.  

O jato de Putin pousou na capital chinesa hoje cedo, informou a emissora estatal CCTV, no dia da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim. 

A visita do líder russo ocorre em meio ao crescente apoio chinês a Moscou em sua disputa com a Ucrânia, que ameaça desencadear um conflito armado. 

As tensões crescentes com o Ocidente reforçaram os laços entre a maior nação do mundo e a mais populosa.  Putin foi o primeiro líder estrangeiro a confirmar sua presença nas Olimpíadas. 

Putin continua sendo o convidado de maior destaque no evento após a decisão dos EUA, Reino Unido e outros de não enviar funcionários em protesto contra os abusos dos direitos humanos da China e seu tratamento aos uigures e outras minorias muçulmanas. 

As conversas Putin-Xi se concentraram na coordenação das políticas externas de seus países, com Putin escrevendo em um artigo publicado na quinta-feira pela agência de notícias chinesa Xinhua que Moscou e Pequim desempenham um 'importante papel estabilizador' nos assuntos globais e ajudam a tornar os assuntos internacionais ' mais equitativos e inclusivos”.

O presidente russo criticou "as tentativas de alguns países de politizar o esporte em benefício de suas ambições", numa aparente referência a um boicote diplomático liderado pelos EUA, que não afeta a participação de atletas nos Jogos.

* Com informações da Associated Press, Daily Mail e CCTV.

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