HORA DA LEITURA - FILOSOFIA VERDE (CAPÍTULO 7) - 05/02
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HORA DA LEITURA - FILOSOFIA VERDE (CAPÍTULO 7) - 05/02

Seguiremos com a leitura do livro “Filosofia verde”, de Roger Scruton:

natacam
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Seguiremos com a leitura do livro “Filosofia verde”, de Roger Scruton:

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Estudos recentes sugerem que há aspectos elementares do comportamento humano, surgidos de adaptações durante a era das cavernas, comuns às mais diferentes culturas do planeta. Um deles é o ímpeto de cuidar da própria morada. Este, para Roger Scruton, é o fundamento para retomar o senso de responsabilidade perante o ambiente e as futuras gerações. A motivação é a oikophilia, o amor ao lar – não somente à própria morada, mas também ao conjunto de pessoas e moradas do lugar. Um sentimento de um lugar que é nosso, onde a vida prossegue e o tempo presente está conectado com o passado e o futuro. Uma das mais exitosas formas de estabelecimento de um lar em um território comum é a nação.

O autor retoma ideias desenvolvidas por Edmund Burke que são o núcleo do pensamento conservador. O compromisso com as gerações futuras só é possível com o respeito aos mortos, pois o amor ao desconhecido nasce do conhecido. Daí a importância de uma sociedade fundada na associação entre os mortos, os vivos e os vindouros, a qual gera relações de afeto e lealdade. Estas só podem ser construídas de baixo para cima, nas interações entre pessoas que geram as iniciativas cívicas e os “pequenos pelotões”. Nestes se formam as tradições, uma forma de conhecimento que resulta da experiência de nossos antepassados.

Tais ideias são vistas com desdém pelo pensamento moderno vigente, que acaba focando apenas no futuro e esquecendo do passado, o que nos separa das motivações para proteger as próximas gerações e gera o difundido e pernicioso sentimento de oikophobia. Esta caracteriza-se por uma atitude de aversão ao lar e a formas tradicionais de associação, semelhante à que os adolescentes têm em relação aos pais e às tradições familiares. Desse modo, oikofóbicos tendem a promover instituições transnacionais e agendas pretensamente universais, mas que acabam aniquilando as motivações que levam a uma real resolução dos problemas.

Por hoje é isso! A leitura segue no próximo Hora da Leitura.

REFERÊNCIA:SCRUTON, Roger. Filosofia verde: como pensar seriamente o planeta. Tradução de Maurício G. Righi. São Paulo: É Realizações, 2016.