Carta imperfeita

Durante a conversa com a amiga pensava no livro, especialmente no trecho que Brown escreve: “Aceitar nossa vulnerabilidade é arriscado, mas nem de longe tão perigoso quanto abrir a mão de amar, pertencer e se alegrar - as experiências que nos tornam mais vulneráveis. Somente quando somos corajosos o suficiente para explorar as trevas é que descobrimos o poder infinito da nossa luz ”. (A arte da imperfeição, Brené Brown)

Jogar luz sobre nossas trevas é a atividade mais arriscada da vida humana. Exige mesmo coragem. Não gostamos de pensar em nossas vulnerabilidades, fragilidades, áreas onde somos facilmente atingidos, ofendidos, magoados. A vida é uma carta imperfeita. 

Corremos atrás da perfeição como se fosse possível ser perfeito. Somos cartas vivas e imperfeitas.

Ela é parte da vida, está presente em todas as idades e fases. Por mais que sejamos atraídos por retratos de vidas perfeitas e ilibadas, interessantes, moralmente corretas, sem erros, sem contradições ou paradoxos, essas realidades não existem.

Elegemos ícones de perfeição, na religião, na família, entre amigos, nas comunidades em que fazemos parte, e quando nos deparamos com a vulnerabilidade de tais pessoas nosso mundo cai. Perdemos o rumo, pois acreditávamos que aquele ser era o exemplo da perfeição. 

A verdade é que somos todos imperfeitos, não falo de ter ou não caráter, estou falando de esperar algo irreal das pessoas, que não existe. A vida perfeita não existe.

A realidade é vulnerável, tem falhas, frustrações e saber lidar com elas jogando o máximo de luz para explorar as trevas, torna tudo mais fácil. 

Aceitar nas pessoas e especialmente em nós a vulnerabilidade é o que faz dessa carta imperfeita, uma experiência maravilhosa de vida leve e feliz! Jogue luz nas suas trevas hoje mesmo. Experimente conhecer seu interior!