Carta infância
5
0

Carta infância

“Talvez cada infância seja o terreno em que tentamos identificar nossa importância, um mapa onde estudamos as dimensões e as fronteiras do nosso valor. Talvez cada vida seja um estudo sobre as coisas que não temos, mas que gostaríamos de ter,...

Larissa Passaia
0 min
5
0

“Talvez cada infância seja o terreno em que tentamos identificar nossa importância, um mapa onde estudamos as dimensões e as fronteiras do nosso valor. Talvez cada vida seja um estudo sobre as coisas que não temos, mas que gostaríamos de ter, e das coisas que temos, mas que gostaríamos de não ter. Levei muitas décadas para descobrir que eu podia me fazer uma pergunta diferente. Não: Por que eu vivo? Mas: O que eu posso fazer com a vida que recebi?” (Do livro “A bailarina de Auschwitz” de Edith Eva Eger).

Refletindo sobre esse trecho do livro de Edith, me veio a resposta de Jó para sua mulher, no momento que esta lhe pede para amaldiçoar a Deus: “Mas ele lhe respondeu: falas como qualquer doida; temos recebido o bem de Deus e não receberíamos também o mal? Em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios.”

O que eu posso fazer com a vida que recebi?

O que fazer com os momentos em que temos o que não desejamos?

E com aqueles que desejamos o que não temos?

Jó nos dá uma boa dica: não amaldiçoar nem a Deus, e nem a ninguém. Reclamar e lamentar, viver na dor da criança que foi ferida, ou que sofreu diversos traumas não permite que façamos a pergunta certa: O que eu posso fazer com a vida que recebi?

Somos cartas vivas que não escolheram nascer — Leia a carta Vida — e receberam o dom de viver! Recebemos a vida de outras pessoas.

O sentido da vida não está propriamente em se perguntar o porquê viver?  E sim na pergunta: O que eu posso fazer com a vida que recebi?

A vida é uma carta que muda e se desenvolve diante das mais variadas situações. Não é um documento de sentença imutável. Colocar nossas energias em mudar a carta e fazer o que for preciso para encontrar a solução da situação é melhor que amaldiçoar ou colocar a culpa no outro a ponto de questionar o porquê de viver. 

Sua carta procura valor nas ações de outras pessoas?

Ou sua carta agradece o dom da vida recebido?

Sua mensagem é de reclamação, desvalor e lamento?

Ou sua mensagem procura fazer o melhor com o que tem para hoje?

Email image

O que você pode fazer com a vida que recebeu?