Semente

“Na mãe que se levanta às quatro da manhã

Pra alimentar o seu bebê

No ato de escolher fazer o que é certo

Mesmo quando ninguém vê

No fiel que oferta

Com o estômago vazio

No perdão concedido

Antes do ofensor pedir

No pai que cumpre suas promessas

Feitas para os filhos antes de partir

No ser humano que abre mão do lucro

E pensa no outro, ao invés de si

No momento que o filho

Se arrepende e volta ao lar

No abraço que faz

Rancor se transformar em paz

A semente é plantada no ventre do chão

Se oferece inteira e não morre em vão

Pois a sua existência culmina em seu fim

Na entrega que gera a flor, a flor do jardim”

(letra da música Semente — Os arrais)

Somos cartas vivas cheias de sementes. A comparação com a semente que gera a vida, após perder sua forma original é pra mim o melhor exemplo de viver! 

Viver é perder. A semente gera a vida morrendo, se ela não morrer, não teremos o fruto. 

A letra da música ali no início nos dá alguns exemplos dessa perda. A mãe que perde o sono, a oferta sacrificial do fiel, o perdão voluntário (sem a cobrança de ressarcimento, veja o perdão é concedido sem o ofensor pedir para ser perdoado!), o pai fiel, o patrão generoso, a restauração familiar. Todas as perdas fazem ganhar. A semente perde pra ganhar. Morre para gerar vida nova!

Pense nisso: O que sua carta precisa perder para ganhar? Que semente precisa morrer no ventre do seu coração? A verdadeira vida está na entrega de si para o outro, e para isso é preciso morrer para si mesmo: renunciar aos nossos desejos e vontades em prol do bem do outro. Fazer tudo do nosso jeito, quando e como queremos é viver tentando preservar a nossa vida; sem morrer a semente não vive!

Nas palavras de Jesus: “Quem tentar preservar a sua vida a perderá; e quem a perder, esse a salvará.”

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