Eu tenho uma tendência a acreditar que certos jogos possuem a “necessidade” de um gol para se tornarem mais emocionantes. Sabe aquele no começo que destrói todo o roteiro traçado no vestiário pelos técnicos? Que desmonta os debates jornalísti...
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Eu tenho uma tendência a acreditar que certos jogos possuem a “necessidade” de um gol para se tornarem mais emocionantes. Sabe aquele no começo que destrói todo o roteiro traçado no vestiário pelos técnicos? Que desmonta os debates jornalísticos travados anteriormente ao trilar do apito inicial? Pois bem, Suíça e Espanha além de abrirem as quartas de final, não personificaram nem de perto essa ideia, ao menos na primeira parte. | ||
Após um chute, que foi um misto de belo com despretensioso, de Jordi Alba, logo no começo do primeiro tempo, dava indícios em que estávamos diante de mais um ótimo jogo da Eurocopa. Deve-se ressaltar que o desvio do número 6 da Suíça tira qualquer possibilidade do excelente goleiro Sommer de defender. Porém, o primeiro tempo reservou apenas isso de emoção. Pedri e Busquets são a personificação dos meio campistas clássicos. A fusão da juventude com a experiência. Quem diz que Thiago tem que ser obrigatoriamente titular, ainda tem muito vivida a participação do mesmo naquele time espetacular do Bayern que venceu o PSG na final. Não que esse jogador tenha deixado de existir, entretanto, não conseguiu se firmar no Liverpool e talvez a beleza das suas jogadas sejam lindas para um vídeo do Instagram, mas analisando friamente, possuem pouca efetividade. | ||
Do lado da Suíça, a ausência por suspenção de Xhaka, prejudica demais o time tanto no aspecto técnico, quanto no quesito liderança. Detentor de uma marca impressionante de ter jogado todos os 28 jogos pós-copa de 2018, o meio campo da Roma teve que ver na arquibancada os colegas de time lutarem para superar a Fúria. O problema desse confronto fica por conta de que os “DNA’s” das equipes não formam a receita para um grande jogo. Explico. Ao pegar a França, era nítido que as propostas eram antagônicas. Independente do gol no inicio de Seferovic, era de conhecimento de todos que seria um ataque contra defesa, pois além do ataque potente francês, corre nas veias dos seus jogadores atacar. Assim como do outro lado é defender. | ||
A Espanha tem como aliado a posse de bola. Ora irrita. Ora encanta. Só não contavam que após uma falha dos dois zagueiros, o capitão Shaquiri iria empurrar para as redes. Este jogador, vale ressaltar que foge um pouco do estereotipo de seus pares, pois é bem habilidoso e tem no currículo uma lista considerável de lindos gols. Típico jogador que vai melhor defendendo a sua nação do que o seu clube. Tudo parecia estar se encaminhando para uma reviravolta no “script”, mas aos 31 minutos a expulsão do camisa 8 Remo Freuler, tira qualquer esperança de uma pressão suíça. Confesso discordar um pouco do comentarista de arbitragem, ao meu ver um amarelo não seria um absurdo. | ||
Depois desse fatídico lance, a Espanha acorda do que parecia ser um sono profundo e começa a atacar impiedosamente, com finalizações de todos os tipos, sem perder a classe do toque de bola. Eu pergunto: será que não da pra jogar sempre assim? Tem que esperar algo acontecer para que despertem e quebrem a monotonia? Se Thiago é discutível, Dani Olmo é presença obrigatória nesse time. Como esse jogador melhora o aspecto ofensivo, não baseado somente em hoje, mas contra a Croácia, ele já havia sido “o cara” da parida. | ||
A prorrogação foi, no mínimo, divertida. De um lado, fazendo jus ao lugar comum de ferrolho suíço, do outro, uma Espanha fuzilando o goleiro Sommer como podia. Talvez o grande destaque desse time na Euro. Após 30 minutos longos para os suíços, mas rápidos para os espanhóis, vamos as cobranças dos pênaltis. Logo no primeiro, o então capitão Busquets perde a cobrança, mas é salvo pela falta de precisão nos cobranças de Schär, Akanji e Vargas. | ||
Não resta dúvidas que a Suíça estará na copa ano que vem, sua quinta seguida, e promete dar muito trabalho. Como de costume. |