Glória de Max, Tragédia de Lewis – revisão do GP de Mônaco

"Não há razão em ficar deprimido. Temos que olhar os dados e ver por que estamos nessa posição. Estaremos em reuniões nas próximas semanas e vamos querer respostas". Lewis Hamilton não pareceu nada contente durante todo o final de semana. O acerto do carro – e a natureza do bólido da Mercedes, mais longo que os demais – não ajudou seu desempenho em Monte Carlo. 

Não é como se fosse um gigantesco problema, dado que nos últimos anos mesmo com o sonoro domínio da Mercedes houve respiros fortes da Red Bull e da Ferrari em Mônaco. O que preocupa é que pontos valiosos foram deixados pelo caminho, tanto no mundial dos pilotos como de construtores. "Será duro, eu falei no início da temporada que [a Red Bull] eles tinham um carro de título e que seria bem difícil vencê-los", prospectou o inglês após amargar um sétimo lugar que pareceu até que muito em meio às mazelas da Mercedes durante o final de semana. 

Depois do mau resultado na classificação, Hamilton tentou ultrapassar o francês Pierre Gasly na base do undercut: parar antes e com pneus novos virar melhor para "passar no box". Não deu. O pneu duro não rendeu e o próprio carro não vinha rendendo. 

Max Verstappen não tem nada a ver com isso, diga-se. "Ações falam mais alto do que palavras, esta foi a lição deste final de semana, você tem que falar na pista, é o que eu gosto", falou o holandês alfinetando Hamilton por conta de suas declarações recentes. Max fez uma senhora corrida. Herdou a primeira posição depois da batida de Leclerc e a consequente DNS do monegasco por conta do câmbio quebrado. Defendeu a posição na Sainte-Dévote e controlou a corrida. Agora controla o campeonato. 

Difícil culpar a Ferrari pela aposta

A scuderia de Maranello teria em Mônaco a melhor chance para vencer um Grande Prêmio neste ano. Poderia ser a única vitória de Charles Leclerc na temporada e a primeira vez que ele terminaria uma corrida nas ruas do Principado. Sequer largou. 

Mattia Binotto & Amigos apostaram que ficaria tudo bem com o câmbio e a aposta explodiu em suas caras. Caso tivessem trocado o eixo da transmissão, Charles perderia cinco posições no grid como punição. Arriscaram, não deu. Como Reginaldo Leme lembrou na transmissão da Band, se tivéssemos o Warm Up como antigamente, o problema teria sido solucionado e perder cinco posições seria o menor dos problemas. 

Ao menos para os italianos veio o primeiro pódio, com Carlos Sainz. O espanhol conseguiu seu melhor resultado na temporada e mostrou que o carro da Ferrari não deixa dúvidas sobre sua competitividade para a "Fórmula 1,5" – a disputa com a McLaren pelo terceiro lugar no mundial dos construtores. 

Rapidinhas: 

– 12ª vitória da carreira de Max Verstappen, primeira em Mônaco. 

– Verstappen ultrapassou Hamilton no campeonato de pilotos e lidera por 4 pontos

– 7º lugar de Hamilton quebra sequência de 12 pódios consecutivos 

– Max Verstappen não terminou uma corrida em situação pior do que um segundo lugar. São duas vitórias e três segundos lugares. 

– O segundo lugar de Carlos Sainz foi o primeiro pódio da Ferrari no ano.

– Charles Leclerc: Não começou a corrida (DNS).  O monegasco ainda não terminou uma corrida em Mônaco em sua carreira. 

– Lando Norris: segundo pódio do ano, terminou quatro de cinco corridas no top 5. Volta a ser o "primeiro dos mortais" no campeonato, em terceiro lugar. 

Top 5 do Mundial de Pilotos: 

1- Max Verstappen (HOL): 105 pontos

2- Lewis Hamilton (GBR): 101

3- Lando Norris (GBR): 56

4- Valtteri Bottas (FIN): 47

5- Sergio Pérez  (MEX): 44

Top 5 do Mundial de Construtores: 

1- Red Bull Racing Honda: 149 pontos 

2- Mercedes AMG Petronas: 148

3- McLaren Mercedes:  80

4- Ferrari: 78

5- Aston Martin Mercedes:  19

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