Lesões preocupam, mas ataque dos Browns tem profundidade para minimizar danos

Por Deivis Chiodini | @deivischiodini

Foi mais duro que se imaginava, mas após um primeiro tempo bastante equilibrado, o Cleveland Browns espantou a zebra e venceu o Houston Texans, vencendo por 31 a 21. Depois de quase ter batido o Kansas City Chiefs na estreia, a segunda rodada foi um tanto quanto decepcionante para o torcedor: se esperava um jogo tranquilo e que fosse resolvido rapidamente. Antes da partida, as casas de apostas colocavam Cleveland como favorito por 12 pontos, um número bem elevado.

Entretanto, algo que preocupou ainda mais foi a lesão do wide receiver Jarvis Landry, maior alvo do quarterback Baker Mayfield em 2020, com 114 passes lançados em sua direção. Ele sentiu uma contusão no joelho, sendo colocado na lista dos contundidos, o que obrigatoriamente o fará ficar de fora de pelo menos 3 semanas. Vale a lembrança que Odell Beckham Jr., o outro grande jogador do time na posição, nem sequer estreou em 2021 ainda, já que também se recupera de lesão. A expectativa é que ele entre em campo nas próximas semanas, mas nada oficial foi divulgado.

O elenco tem peças para aguentar a barra

É evidente que perder um jogador com Landry sempre trará prejuízos. Além da já citada conexão com Baker, ele é um jogador muito seguro no meio do campo e que produz em passes curtos com consistência, tendo a boa marca de 4,8 jardas de média após a recepção. Um fator que não pode ser medido com números, mas tem grande importância é a liderança que o camisa 80 exerce dentro do elenco. Basta assistir qualquer vídeo no canal dos Browns no YouTube para notar como ele é respeitado e sempre um dos primeiros a falar.

Todavia, graças a uma boa montagem de elenco feita pelo general manager Andrew Berry, o plantel tem boa profundidade para suprir uma ausência momentânea de Landry. Rashard Higgins já tem alguns anos de casa e mesmo tendo perdido espaço este ano, tem bola para quando for utilizado. Donovan People-Jones está em sua segunda temporada e tem versatilidade para alinhar em diversos pontos. O novato Anthony Schwartz é um bom nome para ser usado em profundidade, se aproveitando da sua grande velocidade, como visto no longo touchdown na estreia contra os Chiefs.

O esquema ajuda a amenizar as ausências dos wide receivers

Kevin Stefanski, head coach dos Browns, tem predileção pelo jogo corrido. Com a melhor dupla de running backs da NFL, formada por Nick Chubb e Kareem Hunt, entregar a bola para seus corredores é a premissa deste ataque. Claro que ter uma grande linha ofensiva ajuda muito nessa tomada de decisão e por isso Cleveland é umas 5 equipes que mais correu do que passou. Não é como se isso fosse uma novidade, já que em 2020 foi o quarto time que mais ativou seu jogo terrestre.

Outro ponto que ajudará a passar por esse sistema turbulento vem das formações utilizadas em campo: em 45% dos snaps ofensivos, os Browns tem pelo menos 2 tight ends em campo. Isso possibilita uma distribuição de passes diferente do usual nas demais equipes. Até agora os Browns são o time que proporcionalmente mais lançou na direção dos seus tight ends (45%). Em compensação, foi com menos alvos para wide receivers, com apenas 33%.

Se para algumas franquias estar logo no começo da temporada sem 2 jogadores do nível de Landry e Odell seria traumático, para os Browns soa mais como uma leve dor de cabeça, que pode ser remediada rapidamente com qualquer analgésico. Prova que o planejamento é bem feito e  Cleveland pode sim, sonhar com uma ida ao Super Bowl em fevereiro.