Uma velha dúvida voltou à tona: os Broncos são bons o suficiente para brigar com uma prateleira mais alta e pensar em playoffs ou vão por mais um ano amargar o limbo da prateleira intermediária?
por Deivis Chiodini | @deivischiodini | ||
Após começar empolgando, com três vitórias nas primeiras semanas, o Denver Broncos voltou à realidade: derrotas consecutivas contra Baltimore Ravens e Pittsburgh Steelers expuseram a dificuldade do elenco em se manter competitivo com a ausência de algumas peças, fazendo com que a velha dúvida voltasse à tona: os Broncos são bons o suficiente para brigar com uma prateleira mais alta e pensar em playoffs ou vão por mais um ano amargar o limbo da prateleira intermediária? | ||
Como efeito, a comissão técnica começa a ser questionada de forma mais forte. Vic Fangio, por exemplo, montou um plano de jogo fraco e que deu chances para um ataque mambembe como o do Pittsburgh Steelers tivesse uma performance bem acima do esperado. Ben Roethlisberger teve sua melhor atuação no ano. O jogo corrido dos Steelers também engrenou, com o calouro Najee Harris tendo 123 jardas. Tudo isso contra um time que tem supostamente na defesa sua fortaleza. Não dá para não responsabilizar o treinador. | ||
Falta velocidade no ataque | ||
Perder os wide receivers Jerry Jeudy e K.J. Hamler por lesão foi um baque e tanto para o plano de jogo do coordenador ofensivo Pat Shurmur. Ele montou um ataque para Teddy Bridgewater pudesse soltar a bola rapidamente, executando a leitura que fez pré-snap, com os recebedores ficando abertos rapidamente e conseguindo jardas extras depois da posse. Sem os dois citados, o grupo ficou capenga: Courtland Sutton e Tim Patrick são bons jogadores, mas suas características são diferentes, se aproveitando mais de seu físico mais do que qualquer outra coisa. | ||
Na linha ofensiva, os problemas se acumulam. Teddy Bridgewater é o quinto quarterback mais pressionado da liga após cinco semanas. Contra o Pittsburgh Steelers foram 14 pressões – um número altíssimo. O miolo da linha foi controlado do primeiro ao último snap, sendo obrigado a se mover e improvisar. Some-se isso ao fato dos principais recebedores estarem fora e a receita da desgraça está feita. O jogo corrido é apenas o 21° em eficiência segundo o Football Outsiders. Traduzindo: nada funciona e Shurmur terá que dar um jeito de ser mais criativo para que os Broncos possam ter alguma chance contra adversários de qualidade. | ||
Defesa não resistiu às provas de fogo como esperado. | ||
Desde o início, a montagem do time foi feita para que a defesa brilhasse, mantendo o jogo ao alcance de um ataque com um quarterback apenas mediano. Basta ver os investimentos feitos na free agency e no Draft: Kyle Fuller e Ronald Darby chegaram e Patrick Surtain foi contratado para aumentar o poder de fogo da secundária. Além disso, Shelby Harris teve seu contrato renovado e Von Miller a opção de mais um ano contratual ativada. | ||
Entretanto, apesar de não achar que tenha sido o único problema, essa defesa decepcionou nas duas últimas semanas. Fuller, um dos homens de confiança de Fangio, teve uma partida tenebrosa contra os Steelers, sendo batido em todos os 5 passes que foi alvo, cedendo mais de 100 jardas. Von Miller, que teve pelo menos 4 pressões em cada uma das 3 primeiras semanas, viu esse número cair pela metade contra Baltimore e Pittsburgh. Se a unidade defensiva não começar a trabalhar de forma a limitar seus oponentes a casa dos 21 pontos, Denver terá muitas dificuldades em conseguir colocar vitórias na tabela. | ||
A verdade é que se isso acontecer e os Broncos ficarem de fora da pós-temporada novamente, Fangio dificilmente estará pelo Colorado em 2022. O plantel foi montado conforme seus gostos e preferências, então um fracasso deste time significa um fracasso de seu head coach. E não ter sucesso por 3 anos consecutivos é mais que suficiente para que Denver vá atrás de outro nome. | ||
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