Uma andorinha só não faz verão – no beisebol, nem duas
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Uma andorinha só não faz verão – no beisebol, nem duas

Mesmo tendo Ohtani e Trout – dois dos melhores jogadores da MLB – os Angels têm campanha negativa e estão em último na divisão. A própria essência do beisebol explica como isso acontece.

Antony Curti
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O Cleveland Cavaliers de 2002-2003 teve a pior campanha da NBA, com 17-65. No ano seguinte, com a chegada de LeBron James, dobrou o número de vitórias e foi para 35-47 de campanha. O Indianapolis Colts de 2011 teve a pior campanha da NFL, com 1-15. No ano seguinte, com a chegada de Andrew Luck, teve 11-5 e chegou aos playoffs. É notório como uma força da natureza num esporte com cinco em quadra ou um bom quarterback no futebol americano fazem diferença.

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E também notório como pela essência do beisebol, as coisas não funcionam assim na Major League Baseball. "Uma andorinha só não faz verão – no beisebol, nem duas". Com o verão no hemisfério norte cada vez mais próximo e o Los Angeles Angels tendo campanha negativa, achei que era um título que fazia sentido. 

Os Angels têm dois dos melhores jogadores do esporte no momento. Shohei Ohtani é o melhor arremessador da rotação do time, tendo ERA de 2,10. Os outros abridores do time, combinados e sem contar Ohtani, tem ERA de 5,65. Como Shohei joga um dia e descansa quatro, fica difícil que o time vença com esses números. 

O japonês sensação do beisebol também joga rebatendo, algo um tanto quanto atípico nos últimos 100 anos. Ao início da semana, ele liderava a Major League Baseball em home runs, estando agora em segundo, com 10. Ohtani não é uma andorinha solitária nos Angels, junto dele está aquele que é amplamente considerado o melhor jogador, em termos de talento, do beisebol: Mike Trout. 

Não é de hoje que Trout sofre com fracos elencos de apoio – coisa que no beisebol fica ainda mais grave, dado que de nada adianta você chegar em base se não houver ninguém para fazer contato com a bola e te impulsionar. Mesmo com esse status de estrela e no segundo maior mercado consumidor dos EUA, Trout não vai aos playoffs desde 2014. Nesta temporada, ele lidera o beisebol em OPS (força no bastão + porcentagem de chegada em base), e é o terceiro em aproveitamento. 

Descontando Ohtani e Trout – com menção honrosa a Jared Walsh – os Angels teriam .670 de OPS, lhes colocando como 8º pior do beisebol. Com eles, vão para .741 – o 5º melhor. Mesmo com pouca ajuda ofensiva para além de Walsh, os Angels ainda anotam uma penca de corridas por jogo, 4,66 – oitava melhor marca do esporte. Imagine se eles tivessem mais ajuda. 

Como efeito dos dois problemas – falta de mais ajuda ofensiva aos dois e um corpo de arremessadores terrível para além de Ohtani – os Angels estão em último lugar na divisão. Mesmo tendo duas das grandes estrelas do esporte, isso tudo não basta. É necessário um elenco mais equilibrado. É necessário que alguém chegue em base e seja impulsionado. É necessário ter um corpo mais equilibrado de arremessadores. 

Para deixar de desperdiçar o auge de um dos maiores jogadores de nosso século e da grande sensação do início da década de 2020, é necessário que os Angels tenham equilíbrio na montagem de elenco – ao contrário dos 10 anos/240 milhões que deram para Albert Pujols como um messias. Que as lições sejam aprendidas e que possamos ver ambos nos playoffs em breve. Eles merecem – e nós também. 

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