Atual panorama das SAF’s no futebol brasileiro
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Atual panorama das SAF’s no futebol brasileiro

“O time vai virar SAF. Agora ninguém segura”. Quem curte futebol e está por dentro dos temas mais recentes discutidos nas mesas redondas, certamente já ouviu (ou leu) essa frase. Mas afinal de contas, o que é essa tal de SAF e como ela vem se...

Daniel de Ponti
3 min
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“O time vai virar SAF. Agora ninguém segura”. Quem curte futebol e está por dentro dos temas mais recentes discutidos nas mesas redondas, certamente já ouviu (ou leu) essa frase. Mas afinal de contas, o que é essa tal de SAF e como ela vem sendo aplicada no futebol brasileiro?

De forma resumida, podemos dizer que as Sociedades Anônimas do Futebol criam condições para que os clubes possam ser geridos de forma similar à de uma empresa o que, em tese, permitirá maior facilidade de recebimento de investimentos; aplicação de auditorias em suas contas e, o mais curioso, que a equipe passe a ter um (ou mais) donos.

Pela Lei das SAF’s (n° 14.193/2021), o Clube que decidir migrar para esse regime poderá fazê-lo de duas formas:

1.        Transformação de todo o clube em SAF (parte social e outros esportes, inclusive);

2.       Separação do departamento de futebol do restante das atividades do clube. Nessa situação, haverá a transferência do patrimônio (e dívidas) referentes ao futebol para a SAF.

Esse último tem sido o modelo mais comum nesse início de jornada das SAF’s no Brasil. Um dos objetivos principais dos clubes que migram para esse sistema é o ajuste das finanças e a projeção de maiores investimentos em contratações de jogadores e demais profissionais com alto nível de desempenho, bem como melhorias estruturais em centros de treinamento, por exemplo. Tudo isso tendo como meta a conquista de títulos, premiações e o reconhecimento do protagonismo no cenário nacional e internacional.

Neste momento, podemos citar como exemplo grandes clubes brasileiros que optaram por tornarem-se SAF:

·         Cruzeiro (comprado pelo ex-jogador Ronaldo);

·         Botafogo (empresário John Textor);

·         Vasco da Gama (Grupo 777);

·         Bahia (Grupo City).

Importante mencionar que todas essas negociações são muito recentes, o que impossibilita prever se de fato as SAF’s terão sucesso no futebol brasileiro.

Existe, até mesmo, um movimento de outras agremiações que estão em compasso de espera, na tentativa de entender melhor os valores envolvidos nas operações e como tais clubes serão de fato geridos no dia a dia.

Por outro lado, grande parte dos envolvidos enxerga esse movimento com bastante entusiasmo, justamente pela promessa de formação de equipes competitivas e pela possibilidade de ingresso de mais investidores, tanto nos clubes quanto nos campeonatos disputados no país.

Assim, o ano de 2023 será crucial para vermos na prática o desempenho dentro e fora de campo dos times transformados em SAF. A partir daí, teremos condições de entender se, de fato, essa nova realidade virá para ficar.