Quando o Cristianismo foi crescendo e ficando mais hierárquico, chegando mais próximo do império, o Imperador Constantino no ano 313 D.C estabeleceu a Igreja Cristã como um poder no Estado. Como o cristianismo era perseguido antes do imperado...
Quando o Cristianismo foi crescendo e ficando mais hierárquico, chegando mais próximo do império, o Imperador Constantino no ano 313 D.C estabeleceu a Igreja Cristã como um poder no Estado. Como o cristianismo era perseguido antes do imperador Constantino constituir a igreja cristã como a religião do império não tinha havido necessidade nem possibilidade de construir lugares públicos de culto. As igrejas e salas de reunião que existiam eram pequenas e de aspecto insignificante. Mas, uma vez que a Igreja se tornara o poder supremo no reino, todo o seu relacionamento com a arte teria que ser reexaminado. Aconteceu que as igrejas cristas como fazia seus cultos com a presença de seus muitos fies foi necessário usar espaços grandes para seus cultos, esses espaços vastos de reunião eram as basílicas. Esses edifícios eram usualmente mercados cobertos e recintos para audiências públicas dos tribunais de justiça; consistiam principalmente em vastos salões oblongos, com compartimentos mais estreitos e mais baixos ao correr dos lados mais compridos, divididos do corpo central por colunatas. Na extremidade havia frequentemente espaço para um estrado semicircular, onde o presidente da reunião, ou o juiz, podia tomar assento. A mãe do Imperador Constantino erigiu uma dessas basílicas para servir de igreja e por isso o termo foi instituído e oficializado para as igrejas desse tipo. O nicho semicircular, ou abside, seria usado para o altar-mor, para o qual os olhos dos fiéis eram dirigidos. Essa parte do edifício, onde se situava o altar, passou a ser conhecida como o coro. O espaço central entre as colunatas, onde a congregação se reunia, seria mais tarde conhecida como a nave, que realmente significava "navio", ao passo que os compartimentos laterais receberam o nome de alas, o que quer dizer "asas". Na maioria das basílicas, a espaçosa nave era simplesmente coberta por um teto de madeira com vigas visíveis. As alas tinham com frequência um teto plano. As colunas, que separavam a nave das alas, eram muitas vezes suntuosamente decoradas. Ao longo do tempo surgiu uma questão acerca da decoração das basílicas, porque a questão da imagem e seu uso na religião surgiu de novo e causou disputas muito violentas. Num ponto quase todos os primeiros cristãos concordavam que não devia haver estátuas na Casa do Senhor. As estátuas pareciam-se demais com aquelas imagens esculpidas de ídolos pagãos que a Bíblia condenava. | ||
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Embora todos os cristãos devotos pusessem objeções às grandes estátuas copiadas da vida real, suas ideias sobre pinturas diferiam bastante. Alguns as consideravam úteis porque ajudavam a congregação a recordar os ensinamentos que haviam recebido e mantinham viva a memória desses episódios sagrados. Esse ponto de vista foi principalmente adotado pelo o Papa Gregório, o Grande, que viveu no final do século VI D.C., seguiu essa orientação. Lembrou àqueles que eram contra todas as pinturas que muitos membros da Igreja não podiam ler nem escrever, e que, para ensiná-los, essas imagens eram tão úteis quanto os desenhos de um livro ilustrado para crianças. Disse ele: "A pintura pode fazer pelos analfabetos o que a escrita faz para os que sabem ler". Foi de uma importância imensa para a história da arte que uma tão grande autoridade tenha acudido em favor da pintura. Sua sentença seria repetidamente citada sempre que as pessoas atacavam o uso de imagens nas igrejas. Mas é claro que o tipo de arte que foi assim admitido era de uma espécie algo restrita. Para que o propósito expresso por Gregório I fosse servido, a história tinha que ser contada da maneira mais clara e simples possível, e tudo o que pudesse desviar a atenção dessa finalidade principal e sagrada deveria ser omitido. No começo, os artistas ainda usaram os métodos narrativos que tinham sido desenvolvidos pela arte romana, mas, gradualmente, passaram a concentrar-se cada vez mais no que era estritamente essencial. Assim, a arte cristã da Idade Média tornou-se uma curiosa mistura de métodos primitivos e sofisticados. Os artistas deixaram de cotejar suas fórmulas com a realidade. Não mais se dispunham a fazer descobertas sobre o modo de representar o corpo ou de criar a ilusão de profundidade. Mas as descobertas que tinham sido feitas nunca se perderam. A arte greco-romana forneceu um imenso repertório de figuras em pé, sentadas, curvadas ou caindo. Todos esses tipos poderiam ser comprovadamente úteis para contar uma história e assim é que foram assiduamente copiadas e adaptadas sempre a novos contextos. Essa questão da finalidade apropriada da arte em igrejas provou ser de imensa importância para toda a história da Europa. Pois constituiu uma das principais questões que levaram as regiões orientais, de fala grega, do Império Romano, cuja capital era Bizâncio ou Constantinopla, a recusarem a chefia do Papa Gregório I. Uma parte era contra todas as imagens de natureza religiosa. Eram os chamados iconoclastas, ou "destruidores de imagens". Em 745, levaram a melhor e toda a arte religiosa foi proibida na Igreja orienta. Mas seus adversários estavam ainda menos de acordo com as ideias do Papa Gregório. Para eles, as imagens não eram apenas úteis, eram sagradas. Os argumentos com que procuraram justificar esse ponto de vista eram tão sutis quanto os usados pela outra parte: "Se Deus, em sua misericórdia, pôde decidir revelar-se aos olhos dos mortais na natureza humana do Cristo", argumentavam eles, "por que não estaria Ele também disposto a manifestar-se em imagens visíveis? Não adoramos essas imagens em si mesmas, como fizeram os pagãos. Adoramos Deus e os Santos através de suas imagens e para além delas." Seja o que for que pensamos sobre a lógica dessa tese, mas sua importância para a história da arte foi tremenda. Pois quando esse partido retornou ao poder, após um século de repressão, as pinturas numa igreja não mais puderam ser encaradas como meras ilustrações para uso daqueles que não sabiam ler. Eram vistas como reflexos misteriosos do mundo sobrenatural. Portanto, a Igreja oriental não pôde continuar permitindo ao artista que seguisse a sua fantasia na criação dessas obras. Assim, os bizantinos passaram a insistir quase tão rigorosamente quanto os egípcios na observância das tradições. Mas essa questão tinha dois aspectos diametralmente opostos. Ao exigir dos artistas que pintavam imagens sagradas que respeitassem estritamente os modelos antigos, a Igreja Bizantina ajudou a preservar as ideias e realizações da arte grega nos tipos usados para roupagens, faces ou gestos. |