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Cheguei nesse livro por uma indicação do Bill Gates no GoodReads. Decidi pular a leitura de O Tempo em Marte do PKD, para dar uma chance ao Um Cavalheiro em Moscou, de Amor Towles. Que bom que eu fiz isso… Provavelmente a melhor leitura que fiz no ano. Adorei a forma leve da escrita, a história, os personagens e a forma com que foi contada. Não é uma história para ler rápido, mas pra se deixar envolver. É uma história para ser degustada, sem pressa. É um livro onde até as notas de rodapé complementam o enredo principal com detalhes indispensáveis. | ||
Mas um dos grandes pontos altos do livro são os personagens. O Conde é como um guia que apresenta cada um dos grandes personagens do hotel. Um personagem mais maravilhoso que o outro. Cada um deles é carregado de profundidade e muito carisma. Sem entrar nos meandros de cada um, o livro deixa claro nas entrelinhas que todos os personagens têm histórias próprias, provavelmente tão surpreendentes quanto a do Conde. | ||
O Conde, por ser altamente culto, faz com que a história se encha de detalhes que não apenas enfeitam a narrativa, mas que acrescentam assuntos sobre história e cultura russa. É incrível como um personagem pode ser tão acessível e cativante. | ||
A história acontece no final da transformação da revolução russa pelos Bolcheviques, entre 1922 e 1954. Então, foi uma época de mudanças constantes, e que o livro mantém bem destacadas todas as mudanças nesse período para mostrar o quanto o Conde ficou estagnado no tempo. A história se começa com o Conde sendo exilado, aos 23 anos (1922), no Hotel Metropol. Nesse tempo a revolução Bolchevique ainda estava rolando solta, sendo o Conde uma vítima desse movimento de exclusão dos burgueses do controle e influência do país. | ||
Já o Hotel Metropol deve ser maravilhoso. Procurando as fotos na interwebs, da pra formar muito bem a ambientação que o livro se passa. Com certeza irei visitá-la um dia. É um local que viu toda a época de revolução histórica que a Rússia passou. | ||
Todos os diálogos fazem você participar como expectador, sempre alimentando a curiosidade sobre qual será o próximo assunto que os personagens conversarão. Você sempre se sente como um amigo participante das ocasiões. | ||
Esse livro, com certeza, entrou na minha lista de livros favoritos. Eu cheguei nas últimas páginas com o desejo de não terminar o livro… quis arrastar a leitura ao máximo para que a história não terminasse tão cedo. | ||
Recomendadíssimo. |