Dia 1 (16 de agosto) - Mais do mesmo!

Antes de tudo, importa ressaltar que, no dia anterior, foi revelada pesquisa do Instituto Ipec, que mostrou Lula com ampla vantagem sobre os demais. O ex-presidente registrou 44% das intenções de voto, contra 32% de Bolsonaro e 6% de Ciro Gomes. O grupo de indecisos, do qual faço parte, representa 7% do total.

Com esse contexto, o primeiro dia oficial da campanha para a Presidência da República foi uma decepção, especialmente para quem não sabe ao certo o que fazer com seu voto. O ex-presidente Lula viajou ao ABC paulista, marco de sua história como sindicalista e reduto eleitoral do Partido dos Trabalhadores. Bolsonaro, por sua vez, recorreu ao simbolismo apocalíptico de Juiz de Fora, local onde recebeu a fatídica facada que, segundo alguns, rendeu-lhe a vitória em 2018. Ciro Gomes e demais candidatos mal foram notados neste dia de largada.

Quanto aos dois principais candidatos, entristeço-me bastante ao ver os discursos repletos de contornos religiosos e vazios de propostas que deveriam pensar no futuro do Brasil. Enquanto Lula diz que o atual Presidente é “possuído” pelo capiroto, Bolsonaro diz que, caso perca as eleições, o povo pode ficar proibido de falar com Deus! 

Parece que ainda somos reféns do sebastianismo à Brasileira. Infelizmente, contudo, não há salvador da pátria que transformará o Brasil com promessas vazias. A gente precisava mesmo era de estadistas comprometidos com nosso futuro, com um plano de governo que nos desse um Norte…

É aí que volto a ficar triste, pois, seja pela falta de seriedade e inteligência da maioria das pessoas, seja pela truculência verborrágica e falta de educação, meu candidato ideal, Ciro Gomes, não consegue se posicionar como alternativa à odiosa dicotomia em que nos encontramos.

Será uma longa jornada até a decisão do primeiro turno para o Executivo e a eleição de deputados e senadores, no dia 2 de outubro. Nesse meio-tempo, está o dia que mais me assusta como analista internacional, estudante para o Concurso de Admissão à Carreira Diplomática e cidadão brasileiro, o bicentenário da Independência, data que tem sido amplamente explorada pelo atual presidente para uma vez mais atiçar a sanha golpista dentro dos quartéis e alimentar os diferentes tipos de ódio e preconceito que acometem boa parte da classe média brasileira.

Aguardo ansiosamente pelas duas datas.