O compromisso com o erro!
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O compromisso com o erro!

Caipiras,

Sagran Carvalho
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Caipiras,

Brasil, o país do futuro...

Quantas vezes amigos, já ouvi ou li esta afirmação?

Diversas!

Em mais de 50 anos de vida, cheguei até a acreditar nesta basófia, quando da minha juventude, mas fato é que, ao chegar a vida adulta, não demorei a perceber que o ufanismo juvenil de tal frase não se sustenta à análise miníma dos acontecimentos de nossa história.

A frase correta deveria ser: Brasil, o país do passado!

Afinal, somos pós-doutorados em desperdiçar oportunidades históricas e reviver retrocessos que teimam em nos atar ao atraso. Desconfio que seja inerente à cultura do país a recusa a dar passos à frente e construir uma  nação vitoriosa. Aliás,  mal que se repete com frequência na história latino-americana. Não é uma exclusividade brasileira, ainda que no geral, tenhamos resultados menos piores que a média geral do continente, o que não serve de consolo para aqueles que realmente desprezam esta farra de desastres.

É incrível como "amamos" repetir erros!

Desde a "proclamação" da República, o Brasil igualou-se a seus irmãos continentais, entregando-se aos golpismos e caudilhismos que nos tornaram mais uma republiqueta no continente. De lá prá cá, golpes se sucedem de forma sistemática a cada 20 ou 30 anos para assentamento e ajustamento das oligarquias no comando do Estado.

São diversos os golpes e diversas as tentativas frustradas: dos 18 do Forte em 1922 à Getúlio em 1930, que legou o Estado Novo em 1937. Em 1945 vem contra-golpe, que apeia o fascista do Catete, mas lá deixando um escolhido seu até as eleições. Em 1950 o totalitário gaúcho retorna ao cargo pelo voto direto...inexplicável. Em 1954, sob fogo cerrado da oposição e sofrendo com a perda de popularidade da por erros de sua gestão, principalmente na questão da economia, Getúlio tenta manter vivo seu governo, buscando mais uma forma de  se perpetuar no Catete, quando seu capanga, Gregório Fortunato, comete um atentado contra a vida de Carlos Lacerda, mais virulento opositor de Getulio, causando a morte do militar da aeronáutica e segurança de Lacerda, major Ruben Vaz. Getulio, covardemente se suicida ao invés de enfrentar as investigações decorrentes do atentado.

Alguns anos à frente e temos a renúncia de Jânio Quadros que leva a mais uma crise institucional com a posse de João Goulart. Mais um golpe que trouxe o parlamentarismo, acalmando os militares, respondido pouco tempo depois por um contra-golpe do Planalto, trazendo de volta o presidencialismo. Goulart buscava uma maneira de também se perpetuar( mal do caudilhismo getulista ), querendo disputar uma reeleição, que constitucionalmente não existia. Aliou-se a Extrema-esquerda sindicalista  e aos praças das Forças Armadas, novamente destruindo a hierarquia destas, como ocorrido nos anos 30 com os tenentistas dando suporte ao golpe de Getúlio. País dividido, e outro golpe apeou Jango do poder. Era 1964. A princípio, a ideia era finalizar o período do mandato de Goulart, e devolver o país aos civis...a ditadura durou até 1985, com a eleição indireta de Tancredo Neves.

E agora, em 2022, repete-se a sanha golpista.

Desta vez com a caneta no lugar das armas.

Retira-se um condenado da prisão, apaga-se seu passado e o conduzem descaradamente de volta ao local dos crimes que o levaram à cadeia. Tudo sob o manto da "legalidade e do Estado de Direito", desde é claro, que você seja um apoiador do erro. Aos demais, censura, prisão, inquéritos ilegais, desrespeito à Constituição e uma tirania não muito velada.

Chancelado com diploma, afinal, precisam das narrativas...

Erro repetido com sucesso, oligarcas agradecem.

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