PASSO NÚMERO 2
PASSO NÚMERO 2 |
EM DIREÇÃO À RIQUEZA: |
FÉ E CONFIANÇA |
Fé dirigida torna todo o pensamento |
palpitante de poder. Você pode erguer-se a |
alturas ilimitadas, impelido pela força ascendente |
de sua poderosa e nova autoconfiança. |
A FÉ É O QUÍMICO-CHEFE da mente. Quando a fé se une ao pensamento, o |
subconsciente apanha imediatamente a vibração, traduzindo no seu equivalente |
espiritual e transmitindo-a à Inteligência Infinita, como no caso da oração. |
As emoções da fé, do amor e do sexo são as mais poderosas de todas as |
principais emoções positivas. Quando as três se unem, tem o efeito de ―colorir‖ o |
pensamento de tal maneira que alcança, instantaneamente, o subconsciente, onde se |
transforma em seu equivalente espiritual, única forma que induz a reação da |
Inteligência Infinita. |
A Fé Aguarda que Você a Encontre |
Segue-se agora uma declaração que lhe dará melhor compreensão da |
importância que o princípio da auto-sugestão assume na transformação do desejo em |
seu equivalente físico ou monetário; como se sabe, a fé é um estado de espírito que |
pode ser induzido ou criado, por afirmação ou instruções repetidas ao subconsciente, |
através do princípio da auto-sugestão. |
Como exemplo, considere o propósito pelo qual você está, presumivelmente, |
lendo este livro. O objetivo é, naturalmente, adquirir a capacidade de transformar o |
intangível impulso do pensamento do desejo em seu correlato físico, o dinheiro. |
Seguindo as instruções dadas no capítulo da auto-sugestão, e nos do subconsciente, |
resumidos naquele capítulo: – você poderá convencer o subconsciente de que |
acredita que receberá o que deseja; isso agirá sobre o que você acredita, de modo |
que o subconsciente o devolverá em forma de ―fé‖, seguida de planos definidos para |
procurar o que deseja. |
A fé é um estado de espírito, que pode ser desenvolvido à vontade, depois de |
dominados os treze princípios, pois é um estado de espírito que se desenvolve |
voluntariamente, através da aplicação e uso desses princípios. |
A repetição da afirmação de ordens ao subconsciente é o único |
método conhecido de desenvolvimento voluntário da emoção da fé. |
Talvez o sentido se torne mais claro através da seguinte explicação, quanto à |
maneira dos homens se tomarem, às vezes, criminosos. Nas palavras de famosos |
criminologistas: – ―Quando o homem entra em contato, pela primeira vez, com o crime, |
tem-lhe horror. Se se mantêm em contato com o crime por algum tempo, acostuma-se |
a ele e agüenta-o. Se ficar muito tempo em contato com o crime, acaba abraçando-o e |
se toma influenciado por ele.‖ |
Isso equivale a dizer que qualquer impulso do pensamento, que se transmite |
repetidamente ao subconsciente, é afinal, aceito e operado pelo subconsciente, que |
começa a traduzir o impulso para seu equivalente físico, pelo processo mais prático |
que pode obter. |
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Ligado a isso, considere novamente a declaração: todos os pensamentos |
emocionalizados (aos quais se deu sentimento) e misturados à fé, começam, |
imediatamente, a traduzir-se em seu equivalente físico ou cópia. |
As emoções, ou a parte de ―sentimento‖ dos pensamentos, são os fatores que |
dão a esses vitalidade, vida e ação. As emoções de fé, amor e sexo, quando |
misturadas a qualquer impulso de pensamento, dão-lhe ação maior que qualquer |
dessas emoções, por si só. |
Não apenas impulso de pensamento misturados à fé, mas os misturados com |
qualquer emoção positiva, ou qualquer emoção negativa, podem alcançar e influenciar |
o subconsciente. |
Não Existe o Azar |
Compreender-se-á, dessa declaração, que a subconsciente traduzirá para o |
equivalente físico, os impulsos de pensamento de natureza negativa ou destrutiva, |
com a mesma prontidão com que agirá sobre os impulsos de natureza positiva ou |
construtiva. Isso explica o estranho fenômeno que milhões de pessoas experimentam |
e ao qual se referem como ―má sorte‖ ou ―azar‖. |
Há milhões de pessoas que se crêem ―condenadas‖ à pobreza ou ao fracasso, |
por alguma força estranha, sobre a qual acreditam não ter controle. São os criadores |
de sua própria ―má sorte‖, par causa dessa crença negativa, que, apanhada pelo |
subconsciente, é traduzida para seu equivalente físico. |
Eis um lugar apropriado para sugerir, novamente, que você pode beneficiar-se, |
transmitindo ao subconsciente qualquer desejo que quiser ver traduzido em seu |
equivalente físico ou monetário, num estado de expectativa ou de crença de que a |
transmutação terá lugar. Sua crença ou fé é o elemento que determina a ação do |
subconsciente. Nada pode impedi-lo de ―enganar‖ o subconsciente, ao dar-lhe |
instruções, através da auto-sugestão, como eu enganei o subconsciente de meu filho. |
Para tornar o ―engano‖ mais real, aja como se já estivesse de posse da coisa |
material que está exigindo, ao dirigir-se ao subconsciente. |
O subconsciente transformará em seu equivalente físico, pelos meios mais |
diretos e práticos existentes, qualquer ordem dada com fé, ou crença em que essa |
ordem será executada. |
Certamente muita coisa já foi dita para dar um ponto de partida do qual, através |
de experiência e prática, se possa adquirir a capacidade de unir a fé com qualquer |
ordem dada ao subconsciente. A perfeição advirá pela prática. Não pode vir apenas |
pela leitura de instruções. |
É essencial que você estimule as emoções positivas como forças |
dominantes da mente, desanimando e eliminando as emoções negativas. |
A mente dominada por emoções positivas torna-se abrigo favorável ao estado |
mental conhecido por fé. A mente, assim dominada, pode, à vontade, dar instruções |
ao subconsciente, que serão imediatamente aceitas e seguidas. |
A Fé Dá Poder ao Pensamento |
Em todas as épocas, os religiosos advertiram a humanidade lutadora da |
necessidade de ―ter fé‖, neste ou naquele dogma, nesta ou naquela crença, mas |
esqueceram de explicar como ter fé. Não afirmaram que a ―Fé é um estado de |
espírito, que pode ser induzido pela auto-sugestão.‖ |
Em linguagem acessível a todo o ser humano, descreveremos tudo o que se |
conhece sobre o princípio pelo qual a fé pode ser desenvolvida, onde ainda não existe. |
Tenha fé em si mesmo; fé no Infinito. |
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Fé é o ―elixir eterno‖ que dá vida, poder e ação ao impulso do pensamento! |
Fé é o ponto de partida de todo o acumulo de riquezas! |
Fé é a base de todos os ―milagres‖ e todos os mistérios que não podem ser |
analisados pelas regras da ciência! |
Fé é o único antídoto do fracasso! |
Fé é o elemento, a ―substância química‖ que, misturada à oração, permite |
comunicação direta com a Inteligência Infinita. |
Fé é o elemento que transforma a vibração comum do pensamento, criada pela |
mente finita do homem, em seu equivalente espiritual. |
Fé é o único instrumento através do qual a força cósmica da Inteligência Infinita |
pode ser dominada e usada pelo homem. |
Pensamentos que Dominam sua Mente |
A prova é simples e fácil de demonstrar. Está envolta no princípio da autosugestão. Concentremos, pois, a atenção sobre o assunto da auto-sugestão, |
descobrindo o que é e o que é capaz de conseguir. |
É fato sobejamente conhecido que se chega a acreditar o que quer que a gente |
repita a si mesmo, seja a afirmação verdadeira ou falsa. Se o homem repetir |
sempre a mentira, acabam por aceitá-la como verdade. Além disso, acreditará tratarse da verdade. Todo homem é o que é pelos pensamentos dominantes que permite a |
sua mente abrigar. Pensamentos que coloca, deliberadamente, na mente, que |
estimula com simpatia, e, com os quais mistura uma ou mais emoções, constituem as |
forças motivadoras, que dirigem e controlam cada movimento, cada ato e cada feito |
seu! |
Pensamentos misturados a qualquer dos sentimentos emotivos |
constituem força “magnética”, que atrai outros pensamentos simulares |
ou com ele relacionados. |
O pensamento assim ―magnetizado‖ de emoção pode ser comparado à |
semente que, plantada em solo fértil, germina, cresce e se multiplica muitas e muitas |
vezes, até que a semente original se toma incontáveis milhões de sementes da |
mesma espécie! |
A mente humana está atraindo constantemente vibrações que se harmonizam |
com o que domina a mente. Qualquer pensamento, idéia, plano ou propósito que se |
retém na mente atrai uma multidão de ―parentes‖, acrescenta os ―parentes‖ a sua |
própria força e cresce até tornar-se o senhor dominante, motivador do indivíduo, em |
cuja mente se abrigou. |
Voltemos, agora, ao ponto de partida e informemo-nos de como a semente |
original da idéia, do plano ou propósito pode ser plantada na mente. A informação é |
facilmente transmitida: qualquer idéia, plano ou propósito pode ser colocada na mente |
através da repetição do pensamento. É por isso que você deve redigir a |
declaração do seu principal propósito, ou objetivo mais importante, confiá-lo à |
memória, repeti-lo, em palavras audíveis, todos os dias, até que as vibrações do som |
tenham alcançado o subconsciente. |
Resolva destruir as influências de qualquer ambiente infeliz e construir sua vida |
bem ordenada. Fazendo um inventário das qualidades e deficiências mentais, você |
poderá descobrir que sua maior fraqueza é a falta de autoconfiança. Essa |
desvantagem pode ser superada, a timidez transformada em coragem, através do |
auxílio do princípio da auto-sugestão. A aplicação desse princípio pode ser feita por |
um simples arranjo dos impulsos positivos de pensamento, estabelecidos pela escrita, |
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pela memorização e repetidos até se tornarem parte do equipamento de trabalho da |
faculdade subconsciente de sua mente. |
Cinco Passos para a Autoconfiança |
1. Sei que tenho a capacidade de atingir o objeto do meu propósito definido na |
vida; portanto, exijo de mim mesmo uma ação persistente e contínua, para sua |
realização. Aqui e agora prometo empreender tal ação. |
2. Compreendo que os pensamentos dominantes de minha mente reproduzirse-ão futuramente em ação externa, física, transformando-se em realidade física; |
portanto, concentrarei meus pensamentos por trinta minutos diários, na tarefa de |
pensar que sou a pessoa que pretendo me tornar, criando, desse modo, uma imagem |
clara em minha mente. |
3. Sei, pelo princípio da auto-sugestão, que qualquer desejo que eu mantenha |
com persistência na mente procurará, no futuro, expressar-se através de meios |
práticos de atingir o objeto existente por detrás desse desejo; portanto, devotarei dez |
minutos diários para exigir de mim mesmo o desenvolvimento da autoconfiança. |
4. Já anotei uma descrição clara do meu principal objetivo definido na |
vida e jamais pararei de tentar, até desenvolver autoconfiança suficiente para alcançálo. |
5. Compreendo perfeitamente que nenhuma riqueza ou posição pode durar |
muito sem ter sido construída sobre verdade e justiça; portanto, não me envolverei em |
transação alguma que não beneficie a todos a quem afetar. Terei êxito atraindo para |
mim as forças que desejo usar e a cooperação de outros. Induzirei outros a servir-me, |
pela minha boa vontade em servi-los. Eliminarei o ódio, a inveja, o egoísmo e o |
cinismo, cultivando amor pela humanidade, pois sei que uma atitude negativa para |
com os outros nunca me trará sucesso. Farei com que os outros acreditem em mim, |
porque eu acredito neles e em mim mesmo. Assinarei essa fórmula, recomendá-la-ei à |
memória, repetindo-a uma vez por dia, em voz alta, com fé integral de que |
influenciará, gradualmente, meus pensamentos e ações, de modo a tornar-me uma |
pessoa autoconfiante e bem sucedida. |
Por detrás dessa fórmula existe uma lei natural que até hoje ninguém |
conseguiu explicar. O nome dessa lei têm pouca importância. O que importa a respeito |
dela é que FUNCIONA, para glória e sucesso da humanidade, SE for usada de |
maneira construtiva. Se, porém, usada de maneira destrutiva, destruirá com a mesma |
facilidade. Nessa afirmação está uma verdade muito significativa, ou seja, aqueles que |
fracassam e terminam a vida na pobreza, infelicidade e desespero, fazem-no por |
causa da aplicação negativa do princípio da auto-sugestão. Pode-se encontrar a causa |
no fato de que todos os impulsos do pensamento têm tendência a refugiar-se em seu |
equivalente físico. |
Você Pode Chegar ao Desastre pelo Pensamento |
O subconsciente não distingue entre impulsos de pensamento construtivos e |
destrutivos. Trabalha com o material que lhe fornecemos, através dos impulsos de |
pensamento. O subconsciente traduz em realidade o pensamento atormentado de |
medo, com a mesma presteza que usará em traduzir em realidade o pensamento |
impulsionado pela coragem ou pela fé. |
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Assim como a eletricidade faz girar as rodas da indústria e produz serviços |
úteis se usada de maneira construtiva, ou estraga a vida se mal usada, assim a lei da |
auto-sugestão leva à paz e à prosperidade ou ao vale da amargura, do fracasso, da |
morte, de acordo com seu grau de compreensão e de aplicação dela. |
Se você encher a mente de temor, dúvida e descrença na sua capacidade de |
estabelecer um elo e usar as forças da Inteligência Infinita, a lei da auto-sugestão |
tomará tal espírito de descrença e usá-lo-á como padrão pelo qual o subconsciente se |
traduzirá em seu equivalente físico. |
Tal qual o vento, que leva um navio para leste, outro para oeste, a lei da autosugestão irá erguê-lo ou derrubá-lo, de acordo com a maneira pela qual você arrumar |
as velas do pensamento. |
A lei da auto-sugestão, através da qual qualquer pessoa pode ascender a |
altitudes de realização que surpreendem a imaginação, está bem descrita nos versos |
seguintes: |
Se você pensa que foi derrotado, foi derrotado. |
Se você pensa que não ousa, não ousa. |
Se você gosta de ganhar, mas pensa que não pode, |
É quase certo não poder. |
Se você pensa que perderá, está perdido, |
Pois fora do mundo percebemos |
Que o sucesso começa com a vontade de alguém |
Tudo está no estado da mente. |
Se você pensa que foi sobrepujado, foi sobrepujado, |
É preciso que pense em altos termos para se elevar, |
É preciso que esteja seguro de si antes |
De poder ganhar um prêmio. |
As batalhas da vida não são sempre vencidas |
Pelo homem mais forte ou mais veloz, |
Mas, cedo ou tarde, o homem que vence |
É o homem QUE PENSA QUE PODE VENCER! |
Observe as palavras grifadas e apanhará o significado profundo que o poeta |
teve em mente. |
A Grande Experiência do Amor |
Em algum lugar de sua estrutura está, adormecida, a semente da realização |
que, se desperta e posta em ação, pode levá-lo a alturas que você jamais esperou |
atingir. |
Assim como o mestre da música pode fazer com que as mais lindas melodias |
jorrem das cordas de um violino, assim você pode despertar o gênio adormecido em |
seu cérebro e fazer com que ele o conduza para o alto, para qualquer objetivo que |
possa desejar alcançar. |
Abraham Lincoln fracassou em tudo que tentava, até passar da idade de |
quarenta anos. Era um senhor João Ninguém, de Não Importa o Que, até que uma |
grande experiência lhe chegou à vida, despertou o gênio adormecido em seu coração |
e cérebro e deu ao mundo um de seus homens realmente grandes. Essa ―experiência‖ |
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se misturou às emoções da tristeza e do amor. Veio-lhe através de Ann Rutledge, a |
única mulher que amou de verdade. |
É fato conhecido que a emoção do amor está muito próxima ao estado de |
espírito conhecido como fé, pela razão de que o amor chega quase a traduzir os |
impulsos de pensamento em seu equivalente espiritual. Durante seu trabalho de |
pesquisa, o autor descobriu, da análise do trabalho e das realizações de centenas de |
homens de destacado valor, que houve influência do amor de uma mulher, por trás de |
quase todos eles. |
Se quiser a prova do poder da fé, estude as realizações de homens e mulheres |
que o empregaram. Encabeçando a lista está o Nazareno. A base do Cristianismo é a |
fé, embora muitos tenham pervertido ou interpretado erradamente o significado dessa |
grande força. |
A súmula e substância dos ensinamentos e realizações de Cristo, que podem |
ser interpretados como ―milagres‖, foi, nada mais, nada menos, que a fé. Se existem |
fenômenos como ―milagres‖, eles só são produzidos através do estado de espírito |
conhecido como fé! |
Consideremos o poder da fé, como o demonstrou um homem muito conhecido |
da época, o Mahatma Gandhi, da Índia. Nesse homem teve a humanidade um dos |
mais assombrosos exemplos das possibilidades da fé. Gandhi controlava mais poder |
potencial que qualquer pessoa viva, em sua época, apesar do fato de não ter nenhum |
dos instrumentos ortodoxos de poder, como dinheiro, navios de guerra, soldados e |
armamentos. Gandhi não tinha dinheiro, nem lar, nem um terno como roupa, mas teve |
poder. Como conseguiu esse poder? |
Criou-o da compreensão que tinha do princípio da fé por sua capacidade de |
transplantar essa fé nas mentes de duzentos milhões de pessoas. |
Gandhi conseguiu o assombroso feito de influenciar duzentos milhões de |
mentes, para unir-se e mover-se em uníssono, como uma única mente. |
Que outra força na terra, exceto a fé, poderia conseguir tanto? |
Você Dá Antes de Ganhar |
Por causa da necessidade de fé e cooperação ao operar negócios e indústria, |
será tanto interessante como útil analisar um acontecimento, que fornece uma |
compreensão excelente do método pelo qual industriais e homens de negócios |
acumulam grandes fortunas, dando antes de tentar ganhar. |
O acontecimento escolhido para essa ilustração volta para o ano de 1900, |
quando se formava a ―United States Steel Corporation‖. Ao ler a historia, guarde esses |
fatos fundamentais e entenderá como se converteram idéias em vastas fortunas. |
Se você é um dos que muitas vezes se perguntaram como foram acumuladas |
grandes fortunas, a historia da criação da ―United States Steel Corporation‖ será |
esclarecedora. Se tiver alguma dúvida de que os homens podem pensar e enriquecer, |
essa história servirá para dissipar a dúvida, pois você poderá ver claramente, na |
história da ―United States Steel‖ a aplicação da maior parte dos princípios descritos |
neste livro. |
A surpreendente descrição do poder de uma idéia foi dramaticamente contada |
por John Lowell, no New York World Telegram, por cuja cortesia aqui vai |
reproduzida: |
UM BELO DISCURSO APÓS O JANTAR |
POR UM BILHÃO DE DÓLARES |
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Quando, na noite de 12 de dezembro de 1900, uns oitenta membros da |
nobreza financeira da nação se reuniram no salão de banquetes do ―University Club‖, |
para prestar homenagem a um jovem vindo do Oeste, nem metade dos convivas |
percebeu que seria testemunha de um dos episódios mais significativos da história |
industrial americana. |
J. Edward Simmons e Charles Stewart Smith, com os corações cheios de |
gratidão pela generosa hospitalidade que lhes fora proporcionada por Charles M. |
Schwab, no decurso de recente visita a Pittsburgh, tinham organizado o jantar para |
apresentar o homem do aço, de trinta e oito anos, à sociedade banqueira do leste. O |
que não esperavam era que tumultuasse a reunião. A visaram-no, em verdade, que os |
corações, dentro das camisas engomadas, não seriam muito receptivos à oratória. |
Além disso, se não quisesse aborrecer os Etillmans e Harrimans e Vanderbilts, seria |
melhor limitar-se a quinze ou vinte minutos de generalidades corteses e parar por ali |
mesmo. |
Mesmo John Pierpont Morgan, sentado a direita de Schwab, conforme exigia |
sua imperial dignidade, só pretendia honrar, com sua presença, a mesa de banquete |
por pouco tempo. E quanto à imprensa e ao público, o acontecimento todo era de tão |
pouca monta, que nenhuma menção se fez nos jornais no dia seguinte. |
Os anfitriões e convidados ilustres banquetearam-se com sete ou oito iguarias |
costumeiras. Houve pouca conversa e a que houve era discreta. Poucos banqueiros e |
corretores conheciam Schwab, cuja carreira fluíra às margens do Monongahela e |
ninguém o conhecia bem. Mas antes que a noite se escoasse, todos – e com ele |
Morgan, o Senhor do Dinheiro – foram arrebatados e um bebê de dois bilhões, a |
―United States Steel Corporation‖, foi concebido. |
Talvez seja infelicidade, para a história, que não se tenha gravado o discurso |
de Charlie Schwab, no jantar. |
É provável, contudo, que se tratasse de um discurso rústico, meio sem |
gramática (pois as belezas da língua nunca preocuparam Schwab), cheio de |
epigramas e intercalado de espírito. Mas, a parte disso, teve força e efeito galvânicos |
sobre o capital avaliado em cinco bilhões, representado pelos convivas. Depois que |
terminou e a reunião ainda estava sob seu fascínio, embora Schwab tivesse falado |
durante noventa minutos, Morgan levou o orador a uma janela retirada, onde, |
balançando as pernas que pendiam dos assentos altos e desconfortáveis, ficaram |
conversando por mais uma hora. |
A magia da personalidade de Schwab fora solta, a todo vapor, mas, o que era |
mais importante e duradouro, foi o programa, imponente e bem delineado, que |
esboçara para o engrandecimento do aço. Muitos outros tinham tentado interessar |
Morgan em formar um truste do aço, nos padrões dos trustes de biscoitos, arame, |
açúcar, borracha, uísque, óleo ou goma de mascar. John W. Gates, o jogador, |
recomendara-o, mas Morgan não confiava nele. Moore, Bill e Jim, corretores de |
Chicago, que juntaram um truste de fósforos a uma corporação de bolachas, |
recomendaram-no e fracassaram. Elbert H. Gary, o advogado rural bonachão quis |
fomentá-lo, mas não era bastante grande para impressionar. Enquanto a eloqüência |
de Schwab não elevou J. P. Morgan aos píncaros donde pode visualizar os resultados |
sólidos da empresa financeira mais corajosa jamais concebida – o projeto foi encarado |
como sonho delirante de doidos por dinheiro fácil. |
O magnetismo financeiro que começou, há uma geração, a atrair milhares de |
companhias pequenas e, às vezes, mal dirigidas, para combinações grandes e |
capazes de esmagar concorrências, tomou-se operacional no mundo do aço, através |
das maquinações desse jovem pirata dos negócios, John W. Gates. Gates já tinha |
formado a ―American Steel and Wire Company‖ de uma cadeia de pequenas empresas |
e, juntamente com Morgan, tinha criado a ―Federal Steel Company‖. |
Entretanto, ao lado do gigantesco truste vertical de Andrew Carnegie, |
pertencente e operado por cinqüenta e três sócios, as outras combinações eram |
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ninharia. Podiam associar-se à vontade, mas o grupo todo não chegava aos pés da |
organização Carnegie e Morgan sabia disso. |
O excêntrico velho escocês também o sabia. Das magníficas alturas do castelo |
de Skibo, observava, a princípio achando divertido, depois com ressentimento, as |
tentativas das companhias menores de Morgan atrapalharem seus negócios. Quando |
as tentativas se tornaram ousadas demais, o gênio de Carnegie manifestou-se pela |
raiva e vingança. Resolveu duplicar todas as fábricas que seus rivais possuíam até |
então, não estivera interessado em arames, canos, argolas ou folhas. Ao contrário, |
contentava-se em vender a essas companhias o aço bruto de que precisavam e em |
deixar que o moldassem da forma que quisessem. Agora, tendo Schwab como seu |
tenente principal e capaz, planejava encostar os inimigos à parede. |
Foi assim que, no discurso de Charles M. Schwab, Morgan viu a resposta ao |
problema da sociedade. Um truste, seria um pudim de ameixas, como o disse um |
escritor, sem as ameixas. |
O discurso de Schwab, na noite de 12 de dezembro de 1900, trazia em si a |
sugestão, embora não a promessa, de que a imensa empresa Carnegie seria trazida |
para debaixo da tenda de Morgan. Falou no futuro do mundo para o aço, da |
reorganização para eficiência, da especialização, da união de fábricas fracassadas e |
concentração do esforço nas propriedades florescentes, das economias no trafico de |
minério, economias nos departamentos superiores e administrativos, da conquista de |
mercados estrangeiros. |
Mais ainda, disse aos piratas entre eles, onde se achavam os erros de sua |
habitual pirataria. O propósito deles, sugeriu ele, fora criar monopólios, elevar preços e |
dos privilégios extrair gordos dividendos. Schwab condenou o sistema com sua |
maneira mais veemente. A falta de visão de tal política, disse ele aos ouvintes, estava |
no fato de que restringia o mercado numa época em que tudo gritava por expansão. |
Baixando o custo do aço, argumentava ele, criar-se-ia um mercado em constante |
expansão; encontrar-se-iam mais utilidades para o aço e boa parte do comércio |
mundial poderia ser conquistada. Na realidade, embora não o soubesse, Schwab era o |
apóstolo da moderna produção em massa. |
Assim terminou o jantar no ―University Club‖. Morgan foi para casa, para pensar |
sobre as róseas predições de Schwab. Esse voltou a Pittsburgh, para dirigir o |
comércio do aço de ―Wee Andra Carnegie‖, enquanto Gary e os outros voltavam para |
seus teletipos, para divertir-se, antecipando o passo seguinte. |
Não tardou muito. Morgan levou mais ou menos uma semana para digerir a |
iguaria de razões que Schwab colocara diante dele. Ao assegurar-se de que não |
causaria nenhuma indigestão financeira, mandou buscar Schwab – e achou-o um |
tanto reservado. Carnegie, disse Schwab, não iria gostar de saber que seu presidente |
da companhia, de confiança, flertara com o imperador da Wall Street. A rua sobre a |
qual Carnegie resolvera nunca se aventurar. John W. Gates sugeriu então, como |
intermediário, que se ―acontecesse‖ de Schwab estar no Hotel Bellevue, em Filadélfia, |
poderia ―acontecer‖ de também lá estar J. P. Morgan. Quando Schwab chegou, |
entretanto, Morgan estava inconvenientemente doente, em sua casa de Nova York. |
Diante do convite premente de Morgan, Schwab foi para Nova York, apresentando-se |
a porta da biblioteca do financista. |
Certos historiadores de Economia professaram a crença de que, do começo ao |
fim do drama, o palco fora arranjado por Andrew Carnegie – o jantar para Schwab e o |
Rei do Dinheiro, teriam sido planejados pelo astuto escocês. A verdade é, porém, o |
oposto. Quando Schwab foi chamado para consumar o negócio, não sabia sequer se o |
―Pequeno Patrão‖, como chamavam Andrew, iria ao menos ouvir a oferta de vender, |
especialmente a um grupo de homens aos quais Andrew encarava como pouco |
dotados de santidade. Mas Schwab levou consigo, para a conferência, escritos de |
próprio punho, seis páginas de números perfeitamente nítidos, que representavam em |
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sua mente o valor físico e a capacidade de ganho de cada uma das companhias que |
considerava como estrela essencial no novo firmamento do metal. |
Quatro homens ponderaram os números toda a noite. O principal, é claro, era |
Morgan, firme em sua crença no direito divino do dinheiro. Com ele estava seu |
aristocrático sócio, Robert Bacon, homem culto e cavalheiro. O terceiro era John W. |
Gates, que Morgan desprezava como sendo jogador e apenas usava como |
instrumento. O quarto era Schwab, que conhecia mais sobre os processos de fabricar |
e vender aço, que qualquer grupo de homens vivos, na época. Nessa conferência não |
se discutiram os seus números. Se dissesse que tal companhia valia tanto, então era |
este seu valor e não mais. Insistia, também, em incluir na sociedade apenas as |
empresas que designava. Concebera uma corporação em que não haveria duplicação, |
nem mesmo para satisfazer a ambição de amigos que queriam descarregar suas |
companhias nos ombros largos de Morgan. |
Quando amanheceu, Morgan levantou-se e endireitou as costas. Só ficou uma |
pergunta. |
―Acha que poderá persuadir Andrew Carnegie a vender?‖ indagou. |
―Posso tentar‖, respondeu Schwab. |
―Se conseguir que ele venda, encarregar-me-ei da questão‖, concluiu Morgan. |
Até ali tudo bem. Mas será que Carnegie iria vender? Quanto iria pedir? |
(Schwab pensou em 320.000.000 de dólares). Como exigiria o pagamento? Em forma |
de ações comuns ou preferenciais? De bônus? Em dinheiro? Ninguém poderia |
levantar sequer um terço de um bilhão de dólares em dinheiro. |
Houve uma partida de golfe em janeiro, nos campos gelados de St. Andrew‘s, |
em Westchester, com Andrew todo enrolado em suéteres, e Charlie conversando |
animadamente, como de costume, para estimulá-lo. Mas não se pronunciou uma |
palavra sobre negócios enquanto os dois não se sentaram no calor agradável da casa |
de Carnegie, próxima dali. Então, com a mesma persuasão que hipnotizara oitenta |
milionários, no ―University Club‖, Schwab despejou as brilhantes promessas de |
aposentadoria com todo o conforto, de milhões inenarráveis, para satisfazer os |
caprichos sociais do ancião. Carnegie capitulou, escreveu um número num pedaço de |
papel, estendeu-o a Schwab e disse: ―Está bem, venderemos por esta quantia.‖ |
O número era, aproximadamente, 400.000.000 de dólares, composto dos |
320.000.000 de dólares mencionados por Schwab como número básico e somandose-lhe 80.000.000 de dólares, que representavam o valor do capital aumentado, nos |
dois anos anteriores. |
Mais tarde, no convés de um transatlântico, o escocês disse, tristemente, a |
Morgan: ―Quisera ter-lhe pedido 100.000.000 de dólares a mais.‖ |
―Se os tivesse pedido, teria recebido‖, assegurou-lhe Morgan alegremente. |
Houve alvoroço, é claro. Um correspondente britânico telegrafou que o mundo |
do aço estrangeiro estava ―chocado‖ pela gigantesca sociedade. O presidente Hadley, |
de Vale, declarou que, a não ser que os trustes fossem regulamentados, o país |
poderia esperar ―um imperador em Washington, nos próximos vinte e cinco anos‖. Mas |
Keene, o hábil manipulador de ações, começou a trabalhar, empurrando as novas |
ações para o público, com tal vigor, que todo o excesso – calculado por alguns em |
quase 600.000.000 de dólares – foi absorvido num relance. Assim Carnegie teve os |
seus milhões, a corporação de Morgan teve 62.000.000 de dólares por seu ―trabalho‖ |
e os ―rapazes‖, de Gates a Gary, tiveram seus milhões. |
Schwab, de trinta e oito anos, teve sua recompensa: foi feito presidente da |
nova companhia, ficando no poder até 1930. |
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As Riquezas Começam Dentro do Homem |
A história dramática do grande negócio, que você acabou de ler, é um exemplo |
perfeito do método pelo qual o desejo pode ser transformado em seu equivalente |
físico! |
Essa organização gigantesca fora criada na mente de um só homem. O plano, |
pelo qual as fábricas de aço davam estabilidade financeira à organização, fora criado |
na mente do mesmo homem. Sua fé, seu desejo, sua imaginação e sua persistência |
foram os verdadeiros ingredientes que entraram na ―United States Steel‖. As fábricas |
de aço e equipamento mecânico adquiridos pela companhia, depois de assegurada |
sua existência legal, foram incidentais. Mas uma análise cuidadosa revelara o fato de |
que o valor estimativo das propriedades adquiridas pela companhia aumentou em |
aproximadamente seiscentos milhões de dólares, pela simples transação que as uniu |
sob uma única direção. |
Em outras palavras: a idéia de Charles M. Schwab, mais a fé com que a |
transmitiu à mente de J. P. Morgan e a dos outros foi negociada por um lucro de, |
aproximadamente, 600.000.000 de dólares. Não é uma soma insignificante por uma |
única idéia! |
A ―United States Steel Corporation‖ prosperou e se tornou uma das mais ricas |
e poderosas companhias da América, empregando milhares de pessoas, |
desenvolvendo novos usos para o aço, abrindo novos mercados, e provando, assim, |
que os 600.000.000 de dólares em lucros que a idéia de Schwab produziu foram |
merecidos. |
A riqueza começa em forma de pensamento! |
A quantidade só e limitada pela pessoa, em cuja mente o pensamento é posto |
em movimento. A fé remove as limitações! Lembre-se disso, quando você estiver |
pronto a negociar com a vida, pelo preço que você exigir, por ter passado por aqui. |
PONTOS A FIXAR: |
A fé é indispensável para o sucesso. Ela é induzida e fortalecida pelas |
instruções dadas ao subconsciente. |
Eis cinco passos para a autoconfiança, todos eles facilmente ao seu real |
alcance. Você sabe agora como se atirar ao desastre, pelo pensamento, ou como |
obter vitória e felicidade – como resultado das mesmas circunstâncias. |
Homens como Lincoln e Gandhi mostram-nos como pensamentos podem ter |
―magnetismo‖, o que atrai pensamentos correlatos e faz com que milhares de mentes |
trabalhem como uma só. |
É essencial dar, antes de ganhar. Homens ricos tiveram de aprendê-lo, antes |
de um negócio ilegal se transformar em negócio que trabalha com e para o público, |
sem deixar de ser lucrativo. |
Tanto a pobreza como a riqueza são produtos da fé. |