PASSO NÚMERO 8
PASSO NÚMERO 8 |
EM DIREÇÃO À RIQUEZA: |
PERSISTÊNCIA |
Você reconhecerá e eliminará certas fraquezas que |
estão entre você e seus objetivos. Sua persistência se |
desenvolverá num poder respeitado, provado e progressivo. |
A PERSISTÊNCIA É FATOR essencial no processo de transmutar o DESEJO |
em seu equivalente monetário. A base da persistência é o PODER DA VONTADE. |
Força de vontade e desejo, se combinados corretamente, formam um par |
irresistível. Homens que acumulam grandes fortunas geralmente são conhecidos como |
de sangue frio e, às vezes, cruéis. Muitas vezes são mal interpretados. O que têm é |
força de vontade, que misturam à persistência, colocando-a por trás dos desejos, para |
assegurar a consecução de seus objetivos. |
A maioria das pessoas está pronta para alijar objetivos e propósitos, desistindo |
ao primeiro sinal de oposição ou má sorte. Alguns continuam, apesar de toda a |
oposição, até a meta. |
Pode não ter significado heróico a palavra ―persistência‖, mas essa qualidade |
está para o caráter do homem como o carvão está para o aço. |
A construção de uma fortuna geralmente envolve a aplicação dos treze |
princípios desta filosofia. Esses princípios devem ser entendidos e aplicados com |
persistência, por todos os que acumulam dinheiro. |
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Desejo Fraco Produz Resultados Fracos |
Se você está acompanhando o livro com a intenção de aplicar o conhecimento |
que oferece, seu primeiro teste de persistência será quando começar a seguir os seis |
passos descritos no segundo capítulo. A não ser que você seja um dos dois em cem |
que já têm objetivo definido na mira e plano definido para alcançá-lo, poderá ler as |
instruções, depois continuar com a rotina diária, sem jamais seguir as instruções. |
Falta de persistência é uma das causas principais de fracasso. Além disso, a |
experiência com milhares de pessoas provou que a falta de persistência é fraqueza |
comum à maioria dos homens. Trata-se de fraqueza que pode ser vencida pelo |
esforço. A facilidade com que a falta de persistência pode ser vencida, dependerá |
inteiramente da intensidade do desejo de cada um. |
O ponto de partida de toda a realização é o desejo. Mantenha isso, sempre, em |
mente. Desejos fracos produzem resultados fracos, assim como pequena quantidade |
de fogo produz pequena quantidade de calor. Se você achar que lhe falta persistência, |
essa fraqueza pode ser remediada ateando fogo mais forte aos seus desejos. |
Continue a ler até o fim, depois volte ao capítulo do ―Desejo‖ e comece, |
imediatamente, a seguir as instruções dadas com relação aos seis passos. O |
interesse com que seguir as instruções indicará, claramente, quanto ou quão pouco |
você realmente deseja acumular dinheiro. Se se achar indiferente, pode estar certo de |
não ter adquirido, ainda, a ―consciência do dinheiro‖, que deve possuir antes de ter |
certeza de poder acumular fortuna. |
Fortunas gravitam em torno aos homens cujas mentes foram preparadas para |
atraí-las, com a mesma certeza da água, que se dirige para o oceano. |
Se se achar fraco em persistência, centralize a atenção nas instruções contidas |
no capítulo sobre o ―Poder‖; cerque-se de um grupo de ―Mente Superior‖ e, através |
dos esforços cooperantes dos membros do grupo, poderá desenvolver persistência. |
Encontrará instruções adicionais para o desenvolvimento da persistência nos capítulos |
sobre a auto-sugestão e o subconsciente. Siga as instruções esboçadas naqueles |
capítulos, até sua natureza habitual fornecer ao subconsciente um retrato claro do |
objeto de seu desejo. Desse ponto em diante, você não será prejudicado pela falta de |
persistência. |
O subconsciente trabalha continuamente, enquanto você está acordado e |
enquanto dorme. |
A Magia da “Consciência do Dinheiro” |
Esforço espasmódico ou ocasional para aplicar as regras não lhe será de valor |
algum. Para conseguir resultados, você deve aplicar todas as regras, até que sua |
aplicação se tome hábito fixo. De nenhuma outra forma você poderá desenvolver a |
necessária ―consciência do dinheiro‖. |
A pobreza é atraída para quem têm a mente favorável a ela, assim como o |
dinheiro é atraído por aquele cuja mente foi deliberadamente preparada para atraí-lo, e |
pelas mesmas leis. A consciência da pobreza apossar-se-á, voluntariamente, da |
mente que não se ocupa com a consciência do dinheiro. A consciência da pobreza se |
desenvolve sem aplicação consciente de hábitos favoráveis a ela. A consciência do |
dinheiro deve ser criada de encomenda, a não ser que se nasça com essa |
consciência. |
Entenda o significado total das afirmações do parágrafo precedente e |
compreenderá a importância da persistência na acumulação da fortuna. Sem |
persistência, você será derrotado, antes mesmo de começar. Com persistência, |
vencerá. |
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Se alguma vez você já teve um pesadelo, compreenderá o valor da |
persistência. Você está deitado na cama, semi-acordado, com a sensação de estar |
sufocando. É incapaz de virar-se ou de mover um músculo. Percebe que deve |
começar a readquirir controle sobre seus músculos. Através de persistente esforço de |
vontade, consegue finalmente mexer os dedos de uma das mãos. Continuando a |
mover os dedos, você estende o controle aos músculos de um dos braços, até poder |
erguê-lo. Depois, consegue controlar o outro braço, da mesma maneira. Finalmente, |
adquire controle sobre os músculos de uma das pernas, depois sobre os da outra. |
Então – num supremo esforço de vontade – readquire completo controle do sistema |
muscular e ―safa-se‖ do pesadelo. A dificuldade foi superada, passo a passo. |
Você Tem um Guia Oculto |
Você pode achar necessário ―safar-se‖ de sua inércia mental por um processo |
semelhante, movendo-se lentamente a princípio, aumentando a velocidade depois, até |
adquirir controle total sobre a vontade. Seja persistente por mais vagarosamente que |
se mova, no começo. Com a persistência virá o sucesso. |
Se escolher seu grupo de ―Mente Superior‖ com cuidado terá nele pelo menos |
uma pessoa que o ajude a desenvolver a persistência. Alguns homens, que |
acumularam grandes fortunas, fizeram-no por necessidade. Desenvolveram o hábito |
da persistência por terem sido tão perseguidos pelas circunstâncias, que tiveram de |
se tornar persistentes. |
Os que cultivam o hábito da persistência parecem gozar de um seguro contra o |
fracasso. Não importa quantas vezes sejam derrotados, chegam, no final, ao topo da |
escada. Às vezes, parece haver um guia oculto, cujo dever é testar os homens, |
através de todas as espécies de experiências desanimadoras. Aqueles que se |
reerguem após a derrota e continuam tentando alcançam; e o mundo aplaude: ―Viva! |
Sabia que você seria capaz!‖ O guia oculto não permite que ninguém consiga grandes |
realizações, sem passar o teste da persistência. Os que não conseguirem vencê-lo, |
simplesmente não passam no exame. |
Os que conseguirem vencê-lo são generosamente recompensados por sua |
persistência. Alcançam, como compensação, qualquer meta que perseguem. E isso |
não é tudo: recebem algo infinitamente mais importante que a compensação material – |
o conhecimento de que ―toda a derrota traz consigo a semente de uma vantagem |
equivalente‖. |
Derrota: Condição Temporária |
Há exceções a essa regra; algumas pessoas conhecem, por experiência, a |
solidez da persistência. São os que só aceitaram a derrota como algo temporário. São |
aqueles cujos desejos são postos em evidência com tal persistência, que a derrota, no |
fim, se transforma em vitória. Nós que estamos nas linhas secundárias da vida, vemos |
o número assustadoramente grande dos que são derrotados, para nunca mais se |
reerguerem. Vemos os poucos que aceitam o castigo da derrota como impulso para |
um esforço maior. Esses, felizmente, nunca aprendem a aceitar a marcha à ré da |
vida. Mas, o que não vemos, o que a maioria de nós nem sequer suspeita que exista, |
é o poder silencioso, porém irresistível, que vem salvar os que continuam lutando, |
mesmo em face da adversidade. Se falarmos nesse poder, poderemos chamá-lo de |
persistência e ficar nisso. Uma coisa todos nós sabemos: se não se possuir |
persistência, não se alcança sucesso valioso, em nenhuma profissão. |
Ao escrever essas linhas, ergo os olhos do meu trabalho e vejo, diante de mim, |
a menos de um quarteirão, a grande e misteriosa Broadway, ―cemitério de esperanças |
mortas‖ e ―ante-sala da oportunidade‖. Do mundo inteiro vem gente à Broadway, à |
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cata de fama, fortuna, poder, amor ou o que quer que os seres humanos chamem de |
sucesso. Uma vez ou outra, alguém se destaca da longa procissão de aspirantes e o |
mundo ouve dizer que mais um dominou a Broadway. Mas a Broadway não é fácil ou |
rapidamente conquistável. Ela só reconhece talento, aceita o gênio, recompensa em |
dinheiro depois que a pessoa se recusa a desistir. |
Sabemos então que descobriu o segredo de como conquistar a Broadway. O |
segredo está sempre, inseparavelmente, ligado a uma palavra: persistência! |
O segredo é contado na luta de Fannie Hurst, cuja persistência conquistou a |
―grande estrada branca‖. Chegou a Nova York em 1915, para converter seus escritos |
em riquezas. A conversão não chegou logo, mas chegou. Durante quatro anos ela |
conheceu os caminhos secundários de Nova York, em experiências de primeira mão. |
Passava os dias trabalhando e as noites esperando. Quando a esperança se tornou |
fraca, ela não disse: ―Está bem, Broadway, você ganhou!‖ Mas sim: ―Está bem, |
Broadway, você pode bater alguns, mas não a mim. Vou forçá-la a desistir‖. |
Um editor (The Saturday Evening Post) enviou-lhe trinta e seis cartões |
de recusa, antes que ela conseguisse quebrar o gelo e ter um conto aceito. O escritor |
médio, como o médio em qualquer setor da vida, teria desistido da tarefa, ao chegar o |
primeiro cartão de recusa. Ela, porém, martelou as calçadas durante quatro anos, |
porque estava determinada a vencer. |
Depois chegou a recompensa. Quebrara-se o encanto; o Guia oculto testará |
Fannie Hurst e ela agüentará firme. Daí em diante, editores abriam caminho a sua |
porta. O dinheiro chegou com tal rapidez que ela mal tinha tempo de contá-lo. Logo foi |
descoberta pelo pessoal do cinema e, então, o dinheiro não veio mais como troco |
miúdo, mas como inundação. |
Eis uma descrição sumária do que a persistência é capaz de alcançar. Fannie |
Hurst não é nenhuma exceção. Onde quer que homens e mulheres acumulem |
grandes riquezas, esteja certo de que primeiro adquiriram persistência. A Broadway |
dará uma xícara de café e um sanduíche a qualquer mendigo, mas exige persistência |
dos que procuram grandes prêmios. |
Kate Smith dirá ―amém‖ ao ler isso. Cantou durante anos, sem dinheiro e sem |
preço, diante de qualquer microfone que pudesse alcançar. A Broadway lhe disse: |
―Venha conquistar o que quer, se agüentar‖. Ela agüentou até que num dia feliz a |
Broadway se cansou e disse: ―Que adianta? Você não percebe quando é derrotada; |
por isso, diga seu preço e comece a trabalhar de verdade.‖ A senhorita Smith |
estabeleceu o preço. Era bem alto. |
Qualquer um Pode Aprender Persistência |
A persistência é um estado de espírito; portanto, pode ser cultivada. Como |
todos os estados de espírito, baseia-se a persistência em causas definidas, entre as |
quais temos: |
1. Propósito definido: Saber o que se deseja é o primeiro e, talvez, o passo mais |
importante para o desenvolvimento da persistência. Um motivo forte faz superar |
muitas dificuldades. |
2. Desejo: É comparativamente fácil adquirir e manter persistência. Ao perseguir o |
objeto de um desejo intenso. |
3. Autoconfiança: Acreditar na própria capacidade de realizar um plano anima a |
seguir o plano até o fim, com persistência. (A autoconfiança pode ser desenvolvida |
pelo princípio descrito no capítulo da auto-sugestão.) |
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4. Planos definidos: Planos organizados, mesmo que sejam fracos e inteiramente |
impraticáveis, estimulam a persistência. |
5. Conhecimento preciso: Saber que nossos planos são sólidos, baseados na |
experiência ou na observação, encoraja a persistência; adivinhação, em vez de |
conhecimentos, destrói a persistência. |
6. Cooperação: Simpatia, compreensão harmoniosa com outros tendem a |
desenvolver a persistência. |
7. Força de vontade: o hábito de concentrar o pensamento na formação de planos |
para alcançar propósitos definidos, conduz a persistência. |
8. Hábito: A persistência é resultado direto do hábito. A mente absorve e se torna |
parte das experiências diárias, nas quais se alimenta. O medo, o pior de todos os |
inimigos, pode ser eficazmente curado pela repetição forçada de atos de coragem. |
Todos os que, na guerra, entraram em serviço ativo, sabem disso. |
“Inventário de Persistência” em Oito Itens |
Antes de abandonar o assunto da persistência, faça um auto-inventário, |
determinando o que lhe falta, se é que lhe falta, nesse setor, de tão essencial |
qualidade. Meça-se corajosamente, ponto por ponto, e veja quantos dos oito fatores |
de persistência lhe faltam. A análise pode levar a descobertas que lhe darão novo |
poder sobre si mesmo. |
Aqui encontrará os verdadeiros inimigos que se colocam entre você e |
realizações de valor. Encontrará não só os ―sintomas‖ indicativos da persistência fraca, |
como também as causas subconscientes, profunda-mente arraigadas, dessa fraqueza. |
Estude, cuidadosamente, a lista e encare-as, com coragem, se realmente deseja |
saber quem é e o que é capaz de realizar. São essas as fraquezas que devem ser |
vencidas, por todos aqueles que acumulam riquezas: |
1. Fracasso em reconhecer e definir, com clareza, exatamente o que se deseja. |
2. Procrastinação, com ou sem causa (geralmente apoiada em um batalhão de álibis e |
desculpas). |
3. Falta de interesse em adquirir conhecimentos especializados. |
4. Indecisão hábito de eximir-se de responsabilidades em todas as ocasiões, em vez |
de enfrentar os assuntos corajosamente (também com apoio em álibis). |
5. O hábito de depender de álibis em vez de criar planos definidos para a solução dos |
problemas. |
6. Auto-satisfação. Há pouco remédio para essa doença e nenhuma esperança para |
os que dela sofrem. |
7. Indiferença, geralmente refletida na prontidão com que se entra em acordo, em vez |
de enfrentar a oposição e combatê-la. |
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8. O hábito de culpar outros pelos próprios erros e aceitar circunstâncias |
desfavoráveis como inevitáveis. |
9. Fraqueza de desejo, devido à negligência na escolha de motivos que impelem a |
ação. |
10. Vontade, avidez mesmo, de fugir ao primeiro sinal de derrota (baseada em um ou |
mais dos seis temores básicos). |
11. Falta de planos organizados, por escrito, onde possam ser analisados. |
12. O hábito de não mudar idéias ou de agarrar uma oportunidade quando ela se |
apresenta. |
13. Ansiar, em vez de desejar. |
14. O hábito de aceitar a pobreza, em vez de procurar riquezas; ausência geral de |
ambição de ser, fazer e possuir. |
15. Procurar os atalhos para a riqueza, tentar receber, sem dar o justo equivalente |
(geralmente, isso se reflete no hábito de jogar, a espera de ―grandes‖ negócios). |
16. Medo à crítica, fracasso em criar planos e pô-los em ação, pelo que os outros |
possam pensar, fazer ou dizer. Esse inimigo encabeça a lista, porque geralmente |
existe no subconsciente, onde sua presença não é reconhecida (veja os ―seis temores |
básicos‖ num dos capítulos posteriores). |
Qualquer um Pode Criticar |
Examinemos alguns sintomas do medo à crítica. A maioria das pessoas |
permite que parentes, amigos e o público em geral os influencie a tal ponto que não |
podem viver suas próprias vidas, de medo das críticas. |
Inúmeras pessoas cometem erros no casamento, agüentam firme e |
atravessam a vida desencantadas e infelizes, por temerem as críticas que poderiam |
vir, se corrigissem o erro (todos os que sentiram essa forma de medo conhecem os |
danos irreparáveis que produz, destruindo a ambição e o desejo de realizar). |
Milhões de pessoas deixam de adquirir instrução tardia, após terem parado de |
estudar, por temerem as críticas. |
Inúmeros homens e mulheres, tanto jovens como velhos, deixam que parentes |
lhes estraguem a vida, em nome do dever, por temerem críticas. O dever não requer |
que alguma pessoa se sujeite à destruição de suas ambições pessoais e do direito de |
viver a própria vida, da maneira que quiser. |
As pessoas se recusam a arriscar-se nos negócios, por temerem as críticas |
que podem surgir se falharem. O medo à crítica, em tais casos, é mais forte |
que o desejo de sucesso. |
Muita gente se recusa um alto objetivo ou deixa de escolher uma carreira, por |
temer a crítica de parentes e ―amigos‖, que possam dizer: ―Não tenha metas tão altas, |
vão pensar que você é louco‖. |
Quando Andrew Carnegie sugeriu que eu dedicasse vinte anos à organização |
de uma filosofia de realização individual, meu primeiro impulso de pensamento foi o de |
medo – medo do que as pessoas pudessem dizer. A sugestão deu-me um objetivo |
bem mais fora de proporção do que tudo que até então concebera. Rápido como um |
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raio, meu espírito começou a criar álibis e desculpas, todas reconhecíveis pelo temor |
inerente de críticas. Algo dentro de mim dizia: ―Você não pode fazê-lo — a tarefa é |
grande demais e exige tempo demais — o que pensarão os parentes? Como é que |
você vai ganhar a vida? Ninguém organizou, jamais, uma filosofia do sucesso; com |
que direito você crê fazê-lo? Quem é você, na verdade, para ter tão alto objetivo? |
Lembre-se de sua origem humilde – o que sabe sobre filosofia? Vão pensar que você |
é louco (e pensaram mesmo). Por que é que ninguém fez isso antes?‖ |
Essas e muitas outras perguntas vieram-me à mente, exigindo atenção. |
Parecia que o mundo inteiro voltara a atenção para mim, de repente, com o propósito |
de ridicularizar-me, para que eu desistisse do desejo de realizar a sugestão de |
Carnegie. |
Tive uma ótima oportunidade, nessa ocasião, de matar toda ambição, antes |
que essa pudesse dominar-me. Mais tarde, na vida, depois de analisar milhares de |
pessoas, descobri que a maioria das idéias são natimortas e precisam ter o sopro de |
vida injetado nelas, através de planos definidos de ação imediata. O tempo de cultivar |
a idéia é o de seu nascimento, Cada minuto a mais de vida dá-lhe melhor |
oportunidade de sobrevivência. O medo da crítica está no fundo da destruição da |
maioria das idéias, que nunca alcançam o estágio do planejamento e da ação. |
Criaram Suas Próprias Oportunidades |
Muita gente crê que o sucesso seja resultado de oportunidades favoráveis. |
Existe certa base para tal crença, mas os que dependem completamente da sorte |
ficam quase sempre decepcionados, porque se esquecem de outro fator importante, |
imprescindível para que se tenha certeza do sucesso. E o conhecimento com o qual |
oportunidades favoráveis podem ser feitas de encomenda. |
Durante a depressão, o comediante W.C. Fields perdeu todo o dinheiro e se |
encontrou sem renda, sem emprego e sem meios de subsistência (o vaudeville não |
mais existia). Estava, além disso, com mais de sessenta anos, idade em que muitos se |
consideram ―velhos‖. Tão ansioso estava por voltar a representar, que se ofereceu |
para trabalhar de graça, num campo novo (cinema). Além dos outros aborrecimentos, |
ainda caiu e machucou o pescoço. Para muitos, esse teria sido o momento de desistir |
e fugir. Mas Fields era persistente. Sabia que se continuasse, teria oportunidades, |
mais cedo ou mais tarde e foi o que aconteceu, mas não por pura sorte. |
Marie Dressler achou-se totalmente sem recursos, sem dinheiro, sem emprego, |
quando estava na casa dos sessenta. Também ela procurou oportunidades e teve-as. |
Sua persistência trouxe-lhe assombroso triunfo, tarde na vida, muito além da idade em |
que a maioria dos homens e mulheres não mais tem ambição de realizar. |
Eddie Cantor perdeu o dinheiro no colapso da Bolsa, em 1929, mas possuía |
ainda persistência e coragem. Com isso, mais dois olhos proeminentes, voltou a ter |
uma renda de dez mil dólares semanais! Em verdade, com persistência é possível |
continuar, mesmo sem muitas outras qualidades. |
A única oportunidade em que se pode ter o luxo de confiar é a oportunidade |
feita por nós mesmos. Essa vem da aplicação da persistência. O ponto de partida é o |
propósito definido. |
Tudo o que Queriam Era Um ao Outro |
Era uma vez um homem, que era rei de grande império. Em seu coração, |
todavia, não era rei, e sim um homem solitário. Como Príncipe de Gales, por mais de |
quarenta anos, foi alvo de princesas casadouras de toda a Europa, que se |
encontravam a seus pés. Não podia ter vida particular, e quando se tornou Eduardo VI |
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enfrentou um vazio pessoal dificilmente entendido por seus alegres súditos – vazio |
que só poderia ser preenchido pelo amor. |
E Wallis Simpson? Duas vezes, não tendo encontrado amor, tivera a coragem |
de continuar a busca. Seu primeiro dever era amar. Qual a coisa mais importante do |
mundo? O Mestre chamou-a de amor – não regras impostas pelo homem, críticas, |
amargura ou calúnia, não o casamento político, e sim o amor. |
Ao pensar em Wallis Simpson, pense em alguém que sabia o que queria e |
abalou um grande império para obtê-lo. Mulheres que se queixam de que esse mundo |
é dos homens, que as mulheres não têm oportunidades iguais de vencer, devem a si |
mesmas estudar cuidadosamente a vida dessa mulher incomum que, numa idade em |
que a maioria das mulheres se consideraria ―velha‖, conquistou o solteirão mais |
procurado do mundo. |
E Eduardo VII? Será que pagou preço alto demais pelo amor da única mulher |
que quis? |
Só nos restam conjecturas. Mas podemos ver a decisão, podemos ver que a |
decisão teve preço, que o preço foi pago e pago abertamente. |
O Império Britânico deu lugar a uma nova ordem mundial. O Duque de Windsor |
e sua mulher reconciliaram-se, finalmente, com a Família Real. Sua história de amor, |
de persistência, de um preço pago e amor triunfante, parece pertencer à época |
longínqua. Mas devemos lembrar-nos de que os dois procuraram o maior tesouro do |
mundo e exigiram-no. |
Examine as primeiras cem pessoas que encontrar, pergunte-lhes o que mais |
querem na vida e noventa e oito não serão capazes de dizê-lo. Se os apertar por |
respostas, alguns dirão ―segurança‖; muitas dirão ―dinheiro‖; outros, ―felicidade‖; outros |
ainda, ―fama e poder‖; alguns poderão dizer ―reconhecimento social‖, ―vida fácil‖, |
―capacidade de cantar, dançar ou escrever‖; mas nenhum será capaz de definir os |
termos ou dar a menor indicação de um plano, pelo qual esperam alcançar os desejos |
vagamente formulados. Riquezas não reagem a desejos. Só reagem a planos |
definidos, apoiados em desejos definidos, através de constante persistência. |
Quatro Passos para a Persistência |
Há quatro passos simples que conduzem ao hábito da persistência. Não |
exigem grande quantidade de inteligência, nem quantidade especial de instrução, e |
exigem pouco tempo ou esforço. Os passos necessários são: |
1. Propósito definido, apoiado por um desejo ardente de realização. |
2. Plano definido, expresso em ação contínua. |
3. Mente hermeticamente fechada contra quaisquer influências negativas ou |
desanimadoras, incluindo sugestões negativas de parentes, amigos e conhecidos. |
4. Aliança amistosa com uma ou mais pessoas, que nos encorajem a seguir tanto o |
plano como o propósito. |
Os quatro passos precedentes são essenciais ao sucesso, em todos os setores |
da vida. O propósito total dos treze princípios dessa filosofia é capacitá-lo a dar tais |
passos como uma questão de hábito. |
São passos pelos quais se pode controlar o próprio destino econômico. |
São passos que conduzem à liberdade e independência de pensamento. |
São passos que conduzem à riqueza, em pequena ou grande quantidade. |
São passos que conduzem ao poder, à fama e ao reconhecimento do mundo. |
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São passos que garantem oportunidades favoráveis. |
São passos que convertem sonhos em realidades físicas. São passos que |
conduzem à vitória sobre o temor, desânimo e indiferença. |
Há uma recompensa magnífica para todos os que·aprenderem a dar os quatro |
passos. É o privilégio de redigir o próprio ingresso, fazendo a vida conceder o preço |
que se lhe pede. |
Pode-se Obter Auxílio da Inteligência Infinita? |
Qual o poder místico que dá aos homens de persistência a capacidade de |
dominar as dificuldades? A qualidade da persistência implanta na mente alguma forma |
de atividade espiritual, mental ou química, que dá acesso a forças sobrenaturais? A |
Inteligência Infinita se coloca ao lado da pessoa que luta mesmo depois que a batalha |
foi perdida, com o mundo inteiro do lado oposto? |
Essa e muitas outras perguntas similares surgiram-me na mente, ao observar |
homens como Henry Ford, que começou do nada e construiu um império industrial de |
vastas proporções, com pouco mais, no início, que a persistência. Ou Thomas A. |
Edison, que com menos de três meses de escola se tornou o maior inventor do |
mundo, convertendo a persistência na máquina de falar, na máquina de filmes e na luz |
incandescente, para não mencionar meia centena de outras invenções úteis. |
Tive o feliz privilégio de analisar tanto Edison como Ford ano após ano, num |
longo período de anos; daí, a oportunidade de estudá-los de perto, o que me faz falar |
com conhecimento de causa, ao dizer que não achei outra qualidade senão a |
persistência, em nenhum deles, que mesmo remotamente sugerisse a fonte principal |
de suas realizações. |
Ao fazer um estudo imparcial de profetas, filósofos, homens milagrosos e |
líderes religiosos do passado, chega-se a conclusão inevitável de que a persistência, a |
concentração de esforços e o propósito definido foram as fontes principais de suas |
realizações. |
Consideremos, por exemplo, a estranha e fascinante história de Maomé; |
analisemos sua vida, comparando-o a homens de realizações nessa época moderna |
de indústria e finanças e observemos como todos eles têm um traço predominante, em |
comum: a persistência! |
Se você está vivamente interessado em estudar o estranho poder que dá |
potência à persistência, leia uma biografia de Maomé, principalmente a de Essad Bey. |
Esta breve apreciação do livro, feita por Thomas Sugrue, no Herald Tribune, |
fornecerá uma amostra do que irão saborear os que consagrarem o tempo necessário |
à leitura da história toda de um dos exemplos mais assombrosos do poder de |
persistência, que a civilização conhece: |
O ÚLTIMO GRANDE PROFETA |
Apreciação de THOMAS SUGRUE |
Maomé era profeta, mas nunca fez nenhum milagre. Não era místico; não |
possuía instrução formal e só começou sua missão aos quarenta anos. Ao anunciar-se |
como mensageiro de Deus, trazendo as novas da verdadeira religião, foi ridicularizado |
e rotulado de lunático. Crianças passavam-lhe a rasteira e mulheres jogavam-lhe |
sujeiras. Foi banido de sua cidade natal, Meca, e seus seguidores privados dos bens e |
mandados ao deserto, para junto dele. Depois de ter pregado durante dez anos, nada |
mais pode apresentar senão desterro, pobreza e ridículo. Entretanto, antes que outros |
dez anos se passassem, era ditador da Arábia, governador de Meca e líder de nova |
religião mundial, que se alastraria até o Danúbio e os Pirineus, antes de exaurir o |
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ímpeto que ele lhe dera. Esse ímpeto era triplo: poder de palavras, eficácia da oração |
e o parentesco do homem com Deus. |
Sua carreira não tinha sentido. Maomé nasceu de membros empobrecidos de |
uma família importante de Meca. Meca, encruzilhada do mundo, abrigo da pedra |
mágica chamada de Caaba, grande cidade do comércio de todas as rotas comerciais, |
por ser anti-higiênica, mandava suas crianças para o deserto, para serem criados |
pelos beduínos. Maomé foi assim criado, sugando força e saúde do leite de mães |
nômades. Pastor de ovelhas, logo foi contratado por rica viúva, como líder de suas |
caravanas. Viajou por todo o mundo oriental, falou a muitos homens, de diversos |
credos, observando o declínio do cristianismo em seitas belicosas. Quando completou |
vinte e oito anos, Khadija, a viúva, viu-o com bons olhos e se casou com ele. O pai |
dela teria objetado a tal casamento, por isso ela o embebedou. E segurou-o enquanto |
ele dava a benção paterna. Nos doze anos seguintes, Maomé viveu como comerciante |
rico, respeitado e muito sagaz. Depois, começou a vaguear pelo deserto, retornando |
um dia com o primeiro verso do Corão e disse à Khadija que o arcanjo Gabriel lhe |
aparecera, dizendo que lhe cabia ser mensageiro de Deus. |
O Corão a palavra revelada por Deus, era o que mais se assemelhava a um |
milagre, na vida de Maomé. Nunca fora poeta; não possuía o dom da palavra. |
Contudo, os versos do Corão, quando os recebia e os recitava aos fiéis, eram |
melhores que quaisquer versos produzidos pelos poetas profissionais das tribos. Isso, |
para os árabes, era um milagre. Para eles, o dom da palavra era o maior dom e o |
poeta todo-poderoso. Além disso, o Corão dizia que todos os homens eram iguais |
perante Deus e que o mundo deveria ser um estado democrático – o Islã. Foi essa |
heresia política, mais o desejo de Maomé de destruir os 360 ídolos do pátio da Caaba, |
que causaram seu banimento. Os ídolos traziam as tribos do deserto à Meca, o que |
significava negócios. Por isso, os comerciantes de Meca, os capitalistas, dos quais |
Maomé fizera parte, caíram sobre ele. Retirou-se, então, para o deserto e proclamou a |
soberania sobre o mundo. |
A ascensão do Islã começou. Do deserto veio a chama que não mais se |
extinguiria – um exército democrático, lutando como uma unidade só e preparado a |
morrer sem pestanejar. Maomé convidara judeus e cristãos a unir-se a ele; pois não |
estava criando uma nova religião. Chamava a todos os que acreditavam num único |
Deus, para que se unissem numa única fé. Tivessem os judeus e cristãos aceito seu |
convite, o Islã teria conquistado o mundo. Não o fizeram. Nem sequer aceitaram a |
inovação de Maomé, de uma guerra mais humana. Quando os exércitos do profeta |
entraram em Jerusalém, ninguém foi morto por causa da fé professada. Séculos |
depois, quando os cruzados entraram na cidade, nenhum homem, mulher ou criança |
muçulmana foi poupada. Os cristãos só aceitaram uma idéia muçulmana: o lugar de |
estudo, a universidade. |
PONTOS A FIXAR: |
A persistência transforma o caráter como o carbono modifica o ferro quebradiço |
em aço invencível. Com persistência, você desenvolverá um quociente mágico de |
consciência de dinheiro, enquanto o subconsciente está em atividade constante para |
obter-lhe o dinheiro que deseja. |
Um inventário de persistência, em oito itens, mostra-lhe onde criar persistência |
dentro de si mesmo. Oito áreas de treinamento especial fornecem alvos precisos para |
a sua persistência. |
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Gente como Fannie Hurst, Kate Smith, W. C. Fields dão-nos verdadeiras lições |
sobre o valor da persistência. Maomé e outros nos mostram como a persistência muda |
o curso da História. |
Quatro passos simples conduzem ao hábito da persistência, quebrando |
também quaisquer influências negativas ou desanimadoras, que possam tê-lo afetado |
até agora. |
Observe onde as coisas vão mal; verá como o mal acaba indo |
embora. |