Estamos preparados para uma 4ª onda de Covid?

1- Nem só de protocolos vive o homem

No começo dessa semana (segunda-feira, 22) Mariângela Simão (diretora da OMS, afirmou que o mundo está entrando em uma quarta onda de Covid-19 e que por isso se preocupa com a divulgação de festas para o carnaval em 2022.  Na abertura no Congresso Brasileiro de Epidemiologia a diretora declarou que "isso é realmente uma condição extremamente propícia para aumento da transmissão comunitária".

Até o momento ao menos 43 cidades do estado de São Paulo cancelaram  o carnaval  de 2022 por conta da pandemia. E o prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil afirmou que não vai patrocinar a festa.

Será que vamos aprender?

Apesar da polêmica relação de novos casos com não vacinados no Brasil e no mundo, devemos ter consciência de alguns fatos, e quando digo fatos, são verdades e não opiniões.

•   Segundo a chanceller alemã, Angela Merkel, a Alemanha está sendo atingida com força total por essa nova onda, estando no 7º dia de pico de mortes de um total de 10.  O país se prepara para aplicar uma nova ordem de restrições.
• Na Irlanda do Norte, o congresso aprovou o passaporte de vacina como obrigatório para entrar no país a partir de dezembro. 
• A África do Sul tem o maior número de casos em um período de 7 dias desde a última semana de setembro.

Se bem conhecemos nosso governo e população (não podemos nos eximir), essa onda teria que chegar e elevar o picos de casos e mortes por pelo menos um mês, pra que algo fosse realmente feito e ainda sim não seria muito efetivo.

O trauma gerado não só pelas perdas mas também por todas as restrições sociais e o medo constante, aumenta consideravelmente com o passar dos meses. A sensação de que o mundo não é um lugar seguro e ver a esperança de que as coisas podem  melhorar  cada dia mais distante causam um completo desequilíbrio em nossas mente e consequentemente em nossas ações.

A polaridade política que aumenta nos útimos 2 anos vem gerando atritos em todos os âmbitos de nossas vidas. E como não geraria?

Entretanto quero me afastar desse assunto para focar em uma coisa: como anda a nossa capacidade de adaptação?

2 - Viver de ajustes

É impossível não se sentir completamente injustiçado quando por um longo período de tempo estamos apenas ajustando e adaptando à novas situações ruins que não param de surgir. Somos mesmo um povo resiliente? Pois tenho certeza que quando passar tudo isso irão surgir personalidades afirmando que somos o povo mais forte do mundo e que passamos pela maior tragédia do último século.

Quando na verdade as sequelas de viver e sobreviver à uma pandemia dessa magnitude pode nos tornar uma geração irresponsável, pela ânsia de viver imediatamente, ou antisocial, pelo simples medo.

Obviamente não são os únicos cenários possíveis. O teletrabalho tem consequências, a fome, a falta de trabalho, a própria doença, enfim. Até viver cada dia unicamente pode ser perigoso, mas o que nos resta, quando o amanhã parece desmanchar na nossa frente ? 

Quando Chorão nos presenteia com o verso: 

Cuide de quem corre  do seu lado e quem te quer bem essa é a coisa mais pura.

Eu só consigo pensar na única coisa boa que aconteceu comigo nos últimos anos, reavaliar as minhas relações. Todo mundo fala muito sobre o valor das coisas, claro, a fome voltou a fazer vítimas no nosso país, e quem passa fome não pensa em amor, não participa ativamente de nada, tá preocupado em comer.

Eu tenho o que comer graças a Deus e pude pensar no quanto a minha família é importante pra mim, no quanto as brigas podem ser superadas quando se coloca algo maior em perspectiva. No quanto me importa ter mais experiências do que coisas.

Se uma quarta, quinta ou sexta onda nos atingir, uma única coisa vai continuar forte e imutável em mim, a certeza do valor daqueles que eu amo.

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VACINE-SE!

Fonte de informações :

https://exame.com/mundo/covid-alemanha-avalia-novas-restricoes-para-conter-disparada-de-casos/

https://www.bbc.com/news/uk-59322963.amp

https://businesstech.co.za/news/trending/540370/south-africa-fourth-wave-predicted-as-covid-19-cases-rise/amp/