Diferentona
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Diferentona

A área de exatas deve e pode ser motivada para pensar na Sociedade.

Monica G. e Daniela S.
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Dia 13 de março representa a data que eu joguei meu capelo (chapéu de formatura) da graduação para o alto e até chegar a essa data algo se destacou nesse caminho: a falta do exercício do 'pensar na Sociedade', ou seja, pensar naquelas pessoas que tem  o direito de habitar com qualidade não respeitado, naquelas que pegam ônibus e trens sob o forte sol ou forte chuva mas tem direito a transporte de qualidade, naquelas que não tem acesso a área de lazer gratuita e estruturada mesmo tendo esse direito. E por aí vai.

A pessoa que positivamente me influenciou ou melhor, me educou, para ter esse olhar e pensar, foi e é minha mãe Monica G. Antes que eu definisse minha formação ela dizia algo parecido com isso: "qualquer profissão que você escolher, lembre-se de quem realmente será impactado por sua entrega".

O tempo passou eu entrei na faculdade. Imaginava várias coisas, mas três questões eu tinha certeza de que iria encontrar no ambiente acadêmico. A primeira era o quanto eu poderia aprender, a segunda o quanto eu poderia realizar com o conhecimento adquirido e a terceira era como poderia impactar positivamente a Sociedade. Acredite, foi estranha a sensação de perceber que se você optar por Exatas, a Sociedade pouco ou nenhuma vez entrará em debate no ambiente acadêmico. E em função disso tive que lutar sozinha para aprender tudo que eu um dia acreditei que poderia aprender na Academia. Não foi fácil. Por vezes sinto que pessoas assim como eu, que objetivam usar o conhecimento adquirido para o bem estar e qualidade de vida da Sociedade, carregam uma faixa invisível na testa com a palavra "diferentona". Não ligo, não me incomoda. Foi uma escolha consciente. E confesso que prefiro carregá-la a estar do lado de quem carrega consigo apenas um enorme vazio. Eu pelo menos sei o que carrego comigo. E não é desumanidade, ao contrário.

É certo que eu ainda mantenho a esperança de que não só o ambiente universitário público e privado, mas o mundo, um dia propiciem para a formação em sua base o pensar, o descobrir, o fazer pelas pessoas. Até porque o planeta em que vivemos necessita hoje com um certo grau de urgência para sua sobrevivência de Exatas cada mais Humanas. Afinal, como diz Zygmunt Bauman, “Nenhuma Sociedade que esquece a arte de questionar pode esperar encontrar respostas para os problemas que a afligem”.

Daniela S.

Contato/Pix: duasolivro@gmail.com

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