O METAVERSO E AS MULHERES
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O METAVERSO E AS MULHERES

O Metaverso está sendo pensado para as mulheres ou será que estamos presenciando a construção de um mundo virtual tão misógino e machista quanto o que vivemos? Essa é só a primeira pergunta de muitas que devemos nos fazer.

Monica G. e Daniela S.
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O Metaverso está sendo pensado para as mulheres ou será que estamos presenciando a construção de um mundo virtual tão misógino e machista quanto o que vivemos? Essa é só a primeira pergunta de muitas que devemos nos fazer.

Não faz muito tempo foi noticiado que em um Metaverso de uma gigante do setor que ainda se encontra em período de testes uma mulher americana sofreu violência sexual e ficou profundamente abalada, obviamente, com o acontecido. Cabe aqui uma explicação aos homens que são machistas sem se assumir como tal e que ao ler o que estou relatando está pensando que é “frescura da mulher” e/ou que “ninguém pode sofrer abuso sexual no ambiente virtual”. Primeiramente a violência sexual não se dá apenas por intermédio do contato físico com o órgão sexual do agressor. A violência sexual é bem mais ampla que isso e talvez você já tenha cometido algum tipo sem mesmo se dar conta do alcance da sua monstruosidade. Em segundo lugar você não condições de mensurar o sofrimento de outra pessoa seja por qual motivo for. O restante vou deixar para o seu senso crítico. E se puder busque ajuda antes que seja tarde.

Mas voltando ao tema principal, precisamos discutir como os criadores de Metaverso estão se preparando para enfrentar os desafios que se impõem, principalmente em torno do direito das mulheres de se sentirem seguras em qualquer lugar, seja ele presencial ou virtual.

É óbvio que no processo de criação de um Metaverso a migração de todos os horrores humanos para seu ambiente acontecerá, a não ser que se criem um conjunto de medidas, protocolos e parâmetros para garantir a integridade física e psicológica das pessoas, principalmente das mulheres. Mas o grande problema é que não estamos vendo nada sobre isso. Será porque a maioria deles está sendo desenvolvida exclusivamente por homens? E o que isso importa? Importa muito. Importa tudo. Como podemos habitar, trabalhar, viver, em um universo não presencial que desde sua criação sequer se preocupa em nos respeitar ouvindo o que pensamos a respeito? Se esse não é um comportamento machista e misógino eu não sei o que é.

Quem acompanhou os desdobramentos do imenso processo contra uma gigante rede social deve estar se perguntando agora. E se tudo aquilo que foi denunciado passar a acontecer no Metaverso dessa empresa o que acontecerá? Nem em termos de legislação temos o devido preparo para enfrentar essas questões. E para onde tudo isso nos levará? Espero que ao menos para uma profunda reflexão. Enquanto há tempo. Em breve volto a falar no assunto. Até lá.

Monica G.

Contato/Pix: duasolivro@gmail.com

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