Criar Pode Ser Exaustivo

Você pode ser um produtor ou um reprodutor. Ser um produtor significa que você vai estar sempre criando algo novo, enquanto ser um reprodutor quer dizer que você estará recriando algo que já foi feito ou seguindo ordens pré-estabelecidas. O primeiro demanda criatividade, o segundo demanda execução. Normalmente, somos tanto produtores como reprodutores, variando as proporções de cada um. E há valor em ambas as funções, assim como vantagens e desvantagens.

Estou dizendo isso, pois, quando decidi que iria criar novos negócios, escrever e postar as minhas ideias e produzir conteúdos na internet, eu sabia que estaria construindo meu próprio caminho e sendo mais livre e congruente com minhas atividades. Mas eu descobri que essas benesses vêm com um preço: incertezas e pressões. E, às vezes, isso pode ser bastante exaustivo.

Primeiramente, porque não existem muitos parâmetros para aquilo que você faz, então você demora a entender se seus esforços estão te trazendo retornos ou sendo em vão. Além disso, como você está inovando, a incerteza é extrema: você não sabe se os seus clientes vão comprar, se os seus leitores vão se interessar, se os seus seguidores vão se engajar. E, se o que você faz não te trouxer retornos, o problema é seu (você que é o capitão do navio que está fora de rota).

Para minimizar essas incertezas, você investe na qualidade do seu trabalho, buscando criar sempre algo de valor para as partes que quer atingir. E aí vem a necessidade de manter a mente sempre ativa, observando e pensando em novos conteúdos ou produtos. Isso te ajuda a te manter consistente (que é fundamental) e criando com qualidade (que é vital).

Porém, vez ou outra as ideias não surgem na nossa mente ou as que surgem não são tão boas, o medo de quebrar o ritmo e não ser capaz de entregar mesma qualidade de antes surge e a cobrança e pressão sob si mesmo aumenta. É nesse ponto que a exaustão vem. Você até chega a cogitar se não seria melhor buscar um trabalho mais seguro, mais tradicional, e ser mais um reprodutor.

Confesso que muitas vezes tenho que lutar para não cair nesse ciclo de exaustão mental e ser ansioso só piora as coisas.

Mas o que me faz seguir firme apesar desses sentimentos é a confiança na minha capacidade de entregar o que for necessário, quando for necessário, e ter foco no longo prazo. Entendo que tudo é parte do processo e tenho que confiar nele. Não existe bônus sem ônus e, nesse caso, você entrega conforto para receber liberdade e autonomia. Eu estou disposto a pagar esse preço.

Ainda, cabe ressaltar que é importante saber quando se cobrar e quando dar um alivio para si, para que você não corra um sprint enquanto deveria correr uma maratona.

Por hoje é só! Esse texto não foi bem uma experiência passada minha, é mais um relato de um sentimento que vai e vem e, talvez por isso, ele tenha até soado como um desabafo. O estilo do texto foi um pouco diferente do normal, mas achei que fosse importante registrar algumas ideias. Na semana que vem, trago mais um diário, então até lá!