Neste domingo (11), foi encerrada a oitava edição do Rock In Rio no Brasil. A escalada para realizar esse fechamento foi a cantora Ludmilla, num show que marcou o que ela chamou de "Nova Era", e firmou o compromisso da artista com a represent...
Neste domingo (11), foi encerrada a oitava edição do Rock In Rio no Brasil. A escalada para realizar esse fechamento foi a cantora Ludmilla, num show que marcou o que ela chamou de "Nova Era", e firmou o compromisso do artista com a representatividade, o funk e a sua inserção em espaços que antes rejeitavam o gênero musical. | ||
Em uma entrevista para o UOL momentos antes do show, a cantora contou sobre suas expectativas para a apresentação, e falou sobre a importância do momento para ela em um discurso potente: "Para mim, o caminho sempre foi mais difícil. Por mais que eu estivesse fazendo sucesso e com as músicas na boca do povo, eu sempre precisei mostrar algo a mais para estar nos lugares" e concluiu "(...) ver o funk conquistando esses espaços é muito importante para mim, porque o funk é cultura. O funk é nossa cultura." | ||
O show contou com músicas de todos os momentos da carreira da cantora: os primeiros sucessos do álbum "Hello Mundo", o samba que conquistou milhares de pessoas do projeto "Numanice" e o funk proibidão do "De Volta para ser". Além de toda essa mistura, Ludmilla ainda levou ao palco a funkeira Tati Quebra Barraco, uma das propulsoras do ritmo, bem como artistas da nova geração; como os rappers Tasha e Tracie, e como as cantoras Majur e Mc Soffia cantaram e deixaram o público eufórico. | ||
Com um investimento de 2 milhões, Ludmilla mostrou, em um festival que há anos tem sido direcionado para uma elite majoritariamente branca, o poder do funk e da música feita por mulheres pretas e periféricas. | ||
O palco de Ludmilla tinha as cores da bandeira brasileira e ela utilizava a camisa da seleção; nos últimos anos, o artigo se tornou símbolo do bolsonarismo, mas a cantora levou um novo significado para o verde e amarelo: com um beijo na sua esposa na frente de milhares de pessoas, um balé constituído por pessoas negras, a cantora mostrou um Brasil que pode existir: diverso, onde minorias ocupam os espaços que desejam, dotado de outros signos e longe do ódio. | ||
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