Algoritmo, algoritmo meu, existe alguém mais engajado do que eu?
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Algoritmo, algoritmo meu, existe alguém mais engajado do que eu?

Às vezes a gente acha que o universo não tá a nosso favor, mas na verdade é o algoritmo mesmo, rs. Vem entender o lado sombrio do Capitalismo da Vigilância, e como isso afeta a vida dos criadores de conteúdo!

Echoa | The Creator's Land
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A verdade psicológica real é esta:  se você não tem nada a esconder, você não é nada. - Shoshana Zuboff

Já sentiu o flop de uma publicação que você demorou horas pra criar? Ou a frustração de ter mais curtida em uma foto na praia do que em um conteúdo super bem bolado? Infelizmente, acontece -- e não é pouco não. 

Parece bobo, e às vezes temos a impressão de que não é nosso dia. Apesar do Mercúrio Retrógrado e do Eclipse Lunar no eixo de Touro-Escorpião, a explicação pra isso tá pra além do cósmico: toda plataforma funciona por meio de um algoritmo, o qual é alimentado por milhões de dados das pessoas que a utilizam.

Esse Mercúrio...
Esse Mercúrio...

Assim, ser criador de conteúdo na Web 2, ou seja, na geração das plataformas, é, além de dividir lucros com empresas, rebolar pra se destacar em meio aos seus milhões de users. Mas você sabia que, por detrás dessa insatisfação de não viralizar ou de não alcançar o engajamento desejado, existe todo um sistema muito complexo e sombrio?

Vivemos na era do Capitalismo de Vigilância! Pega sua pipoca -- ou Rivotril -- que vou te explicar o que é isso -- e por que isso afeta seu trabalho atualmente!

Eu vou de Rivrotil!
Eu vou de Rivrotil!

Shoshana Zuboff, uma acadêmica norte-americana da Escola de Administração de Harvard (chique!), cunhou o conceito de "Capitalismo de Vigilância" pela primeira vez em 2015, no texto Big Other: Surveillance Capitalism and the Prospects of an Information Civilization, expandindo a explicação desse termo em 2018, com o livro The Age of Surveillance Capitalism: The Fight for a Human Future at the New Frontier of Power (a indicação dele tá no final da News, então calma aí).

Segundo a autora, o Capitalismo de Vigilância é definido como a nova ordem econômica que considera a experiência humana como material cru gratuito para práticas comerciais ocultas de extração, predição e venda. Babado? Sim! Em outras palavras, é uma nova camada do capitalismo, o qual transforma um volume gigantesco de dados fornecidos gratuitamente por usuários de redes sociais e de empresas de tecnologia em um produto altamente lucrativo para o mercado.

Em linhas gerais, a forma de emprego desse conceito é o seguinte: as empresas de tecnologia coletam esses dados e os enriquecem, tornando-os preditivos de comportamento, já que eles são coletados a partir de informações muito específicas dos usuários, como gosto musical, sentimentos, personalidades admiradas, tempo gasto em cada aba das redes, reincidência em sites, etc.

Sabe aqueles milhões de teste do Buzzfeed que você fazia no Facebook em 2015? Pois é, meu amor, eles dizem muito sobre você -- e estão rodando por aí até hoje, rsrsrs. Juntando todos esses dados de forma preditiva, as empresas os vendem a setores que estejam interessados em atingir seu público de forma mais contundente, visto que a utilização dessas informações pode influenciar no comportamento individual.

A questão, contudo, não se trata meramente da venda de informações pessoais ou dados sensíveis, mas sim de previsões cada vez mais exatas a respeito de como as pessoas irão se comportar diante de produtos e até mesmo ideologias, com base no conhecimento acumulado sobre as características pessoais processadas pelos algoritmos de monitoramento das plataformas.

Mas bizarro que isso, só isso.
Mas bizarro que isso, só isso.

E é aí que mora a raiz de todo o mal: percebemos que há todo um mecanismo de lucro em cima do nosso trabalho, de maneira que por vezes verificamos queda no nosso engajamento não porque não é bom, mas sim porque pode não se encaixar no hype que a plataforma está buscando subir. 

Os resultados disso são múltiplos, desde a crise existencial que bate na gente, por sermos induzidos a pensar que não estamos produzindo bem (ou o bastante), e também a financeira, já que muitas das vezes dependemos da visibilidade de nossos projetos pra deixar os boletos felizes.

Há contudo, algumas formas de lidar com isso. Veja alguns exemplos:

  1. Entenda muito bem quem é o seu público-alvo. Faça um bom estudo de mercado, e compreenda ao máximo com quem você se comunica. Assim, você vai ter uma ideia melhor de como orientar seus conteúdos, além de dados relevantes como o melhor dia e horário pra postar;
  2. Seja ativo e recorrente. A entrega dos conteúdos está intimamente relacionada com nossa atividade nas plataformas. No Instagram, fazer stories diários, criar enquetes e interagir com seu público, por exemplo, são maneiras de ser entregue para mais pessoas fora da sua rede. Essa lógica se aplica para outras redes sociais também. 
  3. Busque por novos recursos. Se você nos lê há um tempo, sabe o quanto o debate sobre a relevância da Web 3 está presente em nossos textos. Essa nova (mas nem tão nova) geração da Web é conhecida por empoderar os criadores no sentido de dar a eles independência em relação a monetização e algoritmização das plataformas. E sabe quem trabalha diretamente com isso? A gente, rs, Echoa. 
@echoaland hehehe
@echoaland hehehe

Assim, não é que todo mundo viraliza e você não: tá todo mundo entregue a parâmetros e variáveis totalmente arbitrários e pouquíssimo claros. Então, entenda de uma vez por todas: não te falta talento -- talvez só um pouquinho mais de conhecimento sobre esses temas! -- e conta com a gente nesse processo de aprendizagem. 

Tem muito conteúdo bom e novos formatos vindo... Só digo isso.


💡 Ronaldicas

Cansados de indicação de livros? Então sentem e chorem -- vem mais um livro aí. E, nesse caso, eu não poderia deixar de recomendar o livro que deu origem a todo esse debate: A Era do Capitalismo de Vigilância, considerado por muitos a bíblia desse assunto.

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Fun fact: vocês conhecem o documentário Dilema das Redes? Pois é, ele surgiu daí! (e olha como fui bonzinho: para aqueles que não queriam mais livro, toma aí essa baita indicação do que assistir nesses dias chuvosos!)


🌍 O que mais rola na Creatorsfera

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Queremos te ouvir, saber de você! O que está achando do conteúdo? Tem algum comentário ou sugestão? Fica a vontade pra interagir com a gente! Seja por aqui, no Pingback, ou pelas nossas redes sociais: @echoaland no Instagram e Echoa, no LinkedIn. E, claro: se inscreve para receber conteúdo novo -- toda quinta-feira, às 21h!

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