Obrigado Startup Weekend
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Obrigado Startup Weekend

Vamos lá…

Weslley Aguiar Dias
5 min
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Vamos lá…

Não sou o tipo de pessoa que é fã de escrever textões, seja na rede social, seja em um e-mail ou em qualquer lugar, mas aprendi que contar a sua própria história, suas experiências, suas dores e principalmente os erros que você cometeu, pode talvez servir de inspiração pra outras pessoas.

Minha história com um o movimento que traria um grande impacto na minha vida começa em 2014…

Até o meu primeiro Startup Weekend, minha vida era baseada em um pensamento que eu não podia fazer mais do que o básico, não sabia muito bem o que fazer e pra onde ir, não era valorizado pela agência onde trabalhava, entregava muito resultado  e não era reconhecido além de ganhar pouco, enquanto gerava lucros exorbitantes, e isso foi me incomodando, mas como ainda não pensava “fora da caixa”, estava disposto até então, a viver aquilo ali por sabe-se lá por quanto tempo… Pensava à época até em fazer concursos públicos pra ter “segurança”.

Quando participei do meu primeiro Startup Weekend em junho de 2014, apesar de não ter ganho nada, conheci pessoas fantásticas, pessoas que passaria a admirar como empreendedores, como fomentadores da cultura empreendedora que o Startup Weekend propõe e que me fariam entender o quão importante é pra uma comunidade que as pessoas pensem no próximo e deixem o ego de lado em prol do bem coletivo do ecossistema, por mais difícil que seja fazer com quem todos pensem assim.

Além de uma puta experiência, foi um grande aprendizado, digo isso por que entendi que os resultados são baseados no nível de esforço e comprometimento que você dá a um projeto ou negócio para que ele se torne real, independente se ele é seu ou não, e isso aprendi em apenas 72 horas.

Percebi que podia muito mais se arriscasse e não tivesse medo de errar, pois o erro faz parte do aprendizado e amadurecimento como empreendedor e também como pessoa, e isso não te faz pior, mas te faz melhor, pois você descobre várias formas de não cometer o mesmo ou vários erros.

Depois dessa experiência que tive no Startup Weekend de começar a pensar fora da caixa, até ao olhar uma folha em cima da mesa começava a observar ela de forma diferente, conseguindo enxergar oportunidades de negócios em lugares onde antes não fazia nem ideia que eram possíveis existir algo do Gênero.

Com toda aquela animação e pensando que vida de empreendedor é apenas glamour, decidi em agosto do mesmo ano que era hora de empreender sozinho, seguir minha vida, dar asas aos meus devaneios de “startupeiro” novato, pois havia recriado à época um modelo de negócios (que aprendi no SW) para agências e decidi eu mesmo como publicitário testar, sem ao menos validar a idéia da forma correta (que aprendi no Startup Weekend também).

O problema não era o risco, e sim a falta de planejamento e de calcular eles pra que a carga de possíveis problemas fosse menos desgastante, e foi justamente isso que eu não fiz, planejar...

Quando decidi sair do emprego fixo que eu estava minha esposa do primeiro casamento estava grávida de 8 meses do meu segundo filho. Foi ai, que por conta da falta de planejamento tanto financeiro quanto estratégico nos negócios foi então que nas vésperas do meu filho nascer, tomei meus primeiros prejuízos, pois além de ter de corrigir um erro estratégico não calculado, tive de arcar com alguns prejuízos que vieram junto com a mesma calmaria de um furacão.

Vida de empreendedor é baseada em erros, que não devem ser repetidos, mas também de acertos. Desde 2014 sempre acreditando que eu podia mais, busquei alternativas e comecei a criar negócios que resolvessem o problema de alguém, seja na área na minha área ou não.  Em 2015 participei novamente de outro Startup Weekend que abriu mais ainda meu pensamento (já perdi as contas de quantos eu já participei mas deve beirar os 16) e tive a certeza que estava no caminho certo, que era aquela vida que eu queria pra mim, vida de empreendedor.

Ainda em 2015 montei minha primeira agência baseada naquela ideia maluca de 2014, agora com um caminhão de coisas validas que eram efetivamente viáveis de serem feitas. Tomei algumas decisões de mudança pouco tempo depois que não foram lá as melhores, mas que serviriam de grande aprendizado.

Entre 2016 e 2017 vivi os piores anos da minha vida como Empreendedor, achando que já sabia de tudo, mais uma vez aprendi uma grande lição: você é responsável pelo que você permite que os outros façam com você, uma frase que se tornou um dos meus mantras e que ouvi do sábio Denis Ferrari, um dos grandes mentores e amigos que vou levar pra toda a vida.

Umas das grandes lições que aprendi foi que se você demorar demais pra pivotar (aprendi essa expressão no startup weekend) nas decisões que você toma nos negócios e na vida, as consequências podem ser catastróficas.

O tempo passou, e foi ai onde aprendi o real significado da palavra resiliência.

Isso me fez enxergar que você nunca, em hipótese alguma, deve largar suas fontes de renda atuais pra empreender “chutando tudo pro alto” como eu fiz sem ter um planejamento financeiro e principalmente reservas disponíveis.

Após erros e acertos, preferi seguir em frente usando tudo que tinha passado como experiência.

Decidi recomeçar, fazer diferente, aprender com os erros, amadurecer, ser mais crítico e analítico e principalmente manter o foco no que eu queria pra minha vida e com isso voltar ao mercado com força total e crescer novamente, agora com um pouco mais de experiência de vida.

Pouco tempo depois de mudar meu posicionamento as coisas começaram a voltar para os trilhos, e isso se deve a apenas um fator: o Startup Weekend de 2014 que participei, que mudou minha forma de pensar, pois a partir daí aprendi que se tiver de errar, que erre logo e mude o rumo das coisas mais rápido ainda. Perfeccionismo no planejar pode fazer que a execução demore a começar. E se seus concorrentes estiverem vivos, e possivelmente estão, poderão fazer coisas e ganhar muito dinheiro enquanto você simplesmente planeja muito e não executa nada.

Se pudesse resumir o que o Startup Weekend significa pra mim, diria que foi um divisor de águas na minha vida, pois sem essa experiência intensa vivida nesse evento durante apenas 54 horas, não teria conseguido pivotar minha vida diversas vezes e chegar onde estou hoje, não financeiramente, mas como pessoa e profissional, e acredite, mudou a minha e com certeza pode fazer uma grande diferença na sua vida.

O tempo voa… e em 2020 a pandemia obrigou a todos nós a sairmos das nossas zonas de conforto, e fico me perguntando o que eu teria feito se não tivesse passado por essa experiência a bons anos atrás que me tirou da zona de conforto.

Até logo...