O caminho para lugar nenhum.
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O caminho para lugar nenhum.

Vertentes políticas são como uma bifurcação num caminho que tiveram suas direções nominadas pela Revolução Francesa. À direita, os que eram a favor da monarquia; à esquerda, os que eram contrários. Mais tarde, durante a Revolução Russa, os pe...

Érico Ribeiro
3 min
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Vertentes políticas são como uma bifurcação no meio de um caminho, e são os seus valores pessoais e sua disposição para agir em nome dessa vertente que vão determinar a direção em que você vai seguir e o quanto você vai avançar depois que segui-la.

Essas vertentes e direções foram criadas e nominadas pela revolução francesa: à esquerda, os liberais, contrários a monarquia; à direita, os conservadores, que queriam a manutenção do regime. Mais tarde, as ideias germinadas nessa revolução fizeram surgir as ideologias totalitárias do século XX: fascismo (na Itália), nacional-socialismo (nazismo, na Alemanha) e comunismo (Rússia). A partir disso, devido ao radicalismo desses regimes, os liberais passaram a ser considerados como "centro", pois numa interpretação mais simplista, estavam à direita dos comunistas e à esquerda dos conservadores. São os que se consideram "em cima do muro", embora, na hora de pular do muro, tendem a pular para o lado esquerdo.

Mas há aqueles que não desejam caminhar para um lado nem para o outro, e por isso, pretendem criar um novo caminho, que não tenha os problemas dos outros dois. Em se tratando de opções de voto, é sempre bom ter uma opção a mais. O problema é que todos aqueles que tentam criar e avançar por esse caminho acabam se perdendo devido a sua falta de convicção (e capacidade). Aliás, praticamente nenhum deles apoia um lado ou outro porque acredita no que aquele lado prega e sim porque é, politicamente falando, é conveniente naquele momento ($$$). A política do Amazonas está aí para provar. Em âmbito nacional, tem ex-juiz que jogou a carreira fora, tem senador que se acha maior do que realmente é, tem coronel nordestino com problema de temperamento e tinha até ex-governador office boy da China. Nenhum deles se mostrou realmente capaz de mostrar uma alternativa diferente. Se no começo da década retrasada o problema eram os cinquenta tons de esquerda, agora é a falta de alternativas aos lados apresentados. Isso sem falar que os árbitros do pleito vêm se mostrando bastante tendenciosos. E ai de você se pedir o VAR!

Em resumo, a chamada "terceira via", no Brasil, é um caminho que leva a lugar nenhum, e vai continuar sendo assim por um bom tempo, visto que a radicalização de um lado leva a uma resposta também radical do outro. O que nos resta, por enquanto, é evitar o caminho que já sabemos que é errado e cobrar aqueles que nos guiam para o lado certo para que não cometam erros que fortaleçam os simpatizantes do lado oposto. Nossas opções eleitorais vão continuar funcionando como um videogame de plataforma do final dos anos 80, até que apareça alguém com uma tecnologia mais avançada. E é importante ter certeza de onde se quer chegar para saber que caminho tomar.