Dia 13 de julho é o dia mundial do rock, data que embora de origem internacional, só é comemorada no Brasil (ao menos, só nessa data). E vendo como a data é celebrada ano após ano, tenho certeza de uma coisa: o rock não morreu.
Dia 13 de julho é o dia mundial do rock, data que embora de origem internacional, só é comemorada no Brasil (ao menos, só nessa data). E vendo como a data é celebrada ano após ano, tenho certeza de uma coisa: o rock não morreu. | ||
É estranho dizer isso quando não se houve mais rock nas rádios, a não ser em programas esporádicos ou de música "antiga", mas é verdade. O rock deixou um legado para a música que dificilmente será esquecido, e isso me traz certa esperança. | ||
Digo dificilmente porque o rock sumiu do mainstream, o que de certa forma é bom, porque a "música", se é que se pode chamar assim, do mainstream de hoje em dia é péssima, sem sentido, imbecilizante, com letras que fariam Ariano Suassuna ter uma síncope se ele já não tivesse, fisicamente, partido dessa para melhor, e estando fora, não precisa submeter-se a certas regras cretinas que só prejudicam a qualidade das canções. E isso soa até hipócrita de se dizer, porque o próprio rock and roll surgiu da popularização da música, que antes só chegava a quem conseguia ter acesso a concertos caros, mas querendo ou não, estar na mídia é estar em evidência, e o que não está em evidência não toca na rádio. Ou, para deixar a frase mais atual, o que não é comentado nas redes sociais não vai para o Spotify (que aliás, para mim, está para os discos assim como o Kindle está para os livros físicos: tem seu valor, mas não substituem). E isso explica muita coisa. | ||
Antonio Gramsci foi muito perverso quando disse que ao invés de se preocupar com a economia, a esquerda deveria tomar a cultura. Uma cultura ruim afeta o seu senso crítico. Se antes tínhamos acesso aos riffs destruidores do AC/DC, aos solos alucinantes do Van Halen e aos vocais extraordinários de Freddie Mercury no Queen, agora temos que aguentar as Anittas da vida, falando sobre coisas das quais não entendem bulhufas enquanto produzem mais música imbecilizante em escala industrial que geram cada vez mais lucro para a indústria fonográfica. E o pior é que isso também afetou o rock. Consigo contar nos dedos os artistas não-canhotos do gênero no Brasil. O Capital Inicial tem um disco chamado "Das Kapital". Preciso dizer mais alguma coisa? Claro que eles tem o direito de ter a opinião política que quiserem, mas quando a opinião é quase que hegemônica, e para o lado errado, algo não está certo. Ainda mais quando se trata de um estilo musical que tem em sua essência a rebeldia. Mas enfim, gosto é gosto. Afinal, o que é música ruim numa época onde existe linguagem neutra e cristão comunista, não é mesmo? | ||
Como dizia Margareth Thatcher, grama que a esquerda pisa nunca mais cresce. Espero que nesse caso ela esteja errada, para o bem do rock. E da música em si. | ||
P.S: Já que o tema é música, recomendo esse excelente documentário da Brasil Paralelo sobre a história da música chamado "A Primeira Arte". Colocarei apenas a terceira parte por que é nela que o rock aparece, mas fiquem à vontade para assistir ao restante. | ||
https://youtu.be/Y6Z_Kk9LiXg |