Quanto mais as eleições se aproximam, mais a guerra contra a livre circulação de informações se aprofunda no Brasil.
Quanto mais as eleições se aproximam, mais a guerra contra a livre circulação de informações se aprofunda no Brasil. Se já não bastasse as próprias redes sociais de massa (Facebook, YouTube, Twitter, etc.) modificarem seus algoritmos para impedir que certos tipos de discurso sejam feitos, usando de espiral de silêncio e criando um senso comum falsificado para manter o controle das narrativas (e como eu mesmo já escrevi anteriormente, algoritmo não interpreta contexto, e esse é justamente o problema), agora o próprio Tribunal Superior Eleitoral do Brasil (um órgão cuja mera existência já diz muito sobre o Brasil), comandado pelo Ministro Barroso, o Robespierre dos tempos modernos, quer suspender o uso do aplicativo Telegram no Brasil, um dos principais aplicativos de mensagem usados no Brasil, com a desculpa de "combater fake news nas eleições". | ||
Ora, todos nós sabemos que foi justamente a livre circulação de informações, principalmente de fora da grande mídia, que permitiu a eleição de candidatos de ideologia oposta a do sistema. Sem isso, teríamos que nos contentar com o que quer que a televisão e os jornais nos dissessem, tal qual como no livro 1984. | ||
O controle da opinião pública, inclusive, é típico de regimes autoritários. Na China, redes como o Twitter e o Facebook, além do Google, são proibidas. E no caso das autorizadas, o governo sempre sabe o que você está vendo. Aqui no Brasil, a regra é: se não podemos controlar, vamos proibir. Ou pelo menos intimidar, como Alexandre de Moraes fez com o presidente do GETTR, Jason Miller, quando este esteve no Brasil. Mesmo o Whatsapp e o Twitter, redes que não costumam ligar muito pra seus usuários, já chegaram a reclamar desse tipo de coisa. | ||
O Telegram é perigoso porque é um dos poucos locais na internet onde ainda é possível haver debate público e circulação de ideias e informações com liberdade. Além do quê, ele é bem mais seguro e simples de usar que seus concorrentes. E isso assusta o sistema. Muitas tias do Zap viraram tias do Telegram. E foram essas pessoas que determinaram os rumos políticos do Brasil e de outros países nos últimos anos. Se ele for proibido, por mais que hajam alternativas (Signal, por exemplo), vai se criar uma tensão desnecessária no país. Lutemos por nossa liberdade de expressão, ou perderemos de vez os rumos do país. |