O caso Whindersson e o que podemos aprender sobre terceirizar nossas carências afetivas.
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O caso Whindersson e o que podemos aprender sobre terceirizar nossas carências afetivas.

A figura do Whindersson sempre foi desconhecida para mim e pouco sei sobre sua vida profissional. É um rapaz que saiu da extrema pobreza e conquistou o mundo através de vídeos no YouTube. O humor do rapaz conquistou as pessoas pela simplicida...

Marcelo Leite
3 min
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A figura do Whindersson sempre foi desconhecida para mim e pouco sei sobre sua vida profissional. É um rapaz que saiu da extrema pobreza e conquistou o mundo através de vídeos no YouTube. O humor do rapaz conquistou as pessoas pela simplicidade e pela dinâmica em comunicar ao mundo como é ser ele mesmo!

Mas, depois da fama, dinheiro e relacionamentos quem é Whindersson? Onde foi que aquele rapaz se perdeu no que se tornou? Será que os fracassos no relacionamento não o fizeram perder a encantadora essência de outrora?

Onde está Whindersson....e onde está você?

É quase inevitável passarmos a vida sem uma decepção amorosa, é como se fosse o primeiro tombo ao tentarmos andar de bicicleta pela primeira vez. A diferença entre as situações é que com a bicicleta rapidamente encontramos o equilíbrio, porém, em nossos relacionamentos amorosos a cada tombo nos tornamos mais embriagados e nos afastamos do equilíbrio.

Seu último ou atual relacionamento te devolveu para você mesma ou te sequestrou ao ponto de você não saber quem é mais você?

Assistimos de camarote a vida amorosa de famosos como Whindersson e também do seu conhecido de trabalho, seu primo, seu vizinho...

Essas pequenas "amostras" de felicidade nas redes sociais são perigosas para nosso inconsciente que adentra um processo de querer transformar um terreno devastado em uma grama verde e linda, onde você e seu amado dançam felizes uma bela canção ao por do sol.

Mas, volte aqui! A sua realidade não é essa... E me deixe te contar um segredo; a realidade desses casais também não é!

Não estou com essas linhas afirmando que não existem casais plenamente equilibrados e felizes, porém, posso afirmar que casais com uma vida amorosa saudável não transformam seus momentos em uma novela do Instagram. Não há necessidade, pois eles estão completos!

Whindersson transformou seu relacionamento em uma novela, viu sua vida pessoal se transformar em um negócio onde seu talento artístico ficou em segundo plano. Em um movimento inconsciente de tentar superar o, aparentemente, trágico relacionamento com Luiza Sonza, Whindersson embarcou em um novo "amor".

Assim como uma paixão, o tal do amor chegou ao fim rapidamente e hoje, conforme os sites de fofoca, o rapaz se encontra em depressão profunda.

Esse cenário me fez questionar quantas pessoas não se encontram no loop eterno de entrar e sair de relacionamentos em busca de preencher espaços vazios dentro de si mesmas. Quantas vezes na vida as pessoas se permitem "respirar" e se olhar no espelho de suas essências?

Eu particularmente passei pelo dolorido, porém, recompensador processo de me reencontrar, tomar posse de quem sou e aprender de que a felicidade não está no relacionamento que não tive ou não tenho, e sim no meu relacionamento comigo mesmo!

Aprendi que qualquer tipo de amor é doação e só podemos doar aquilo que possuímos. Então, é preciso que você tome posse de você para que se doe para alguém. É o velho amor próprio.

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Meu objetivo com esse texto foi te desafiar a refletir em que cenário você está inserido em seus sentimentos amorosos. Em tempos onde amamos objetos e descartamos pessoas, encontrar alguém que realmente vale a pena é um dos maiores desafios desse planeta. Devemos ser aquele que gostaríamos de encontrar no mundo. Olhe devagar para as pessoas, se olhe devagar, recomponha-se com seu eu. 

Para encerrar deixo aqui uma frase icônica do excelente livro "Quem me roubou de mim?" do Pe. Fábio de Melo;

"O mito do amor romântico parece fortalecer nas culturas o desejo que o ser humano tem de encontrar no seu mundo exterior a solução para suas imperfeições... Desejosos de curar as consequências de nossas precariedades, passamos a buscar nas coisas, nas pessoas e nas situações, o remédio que sanaria nossas incompletudes."