O Grande Gatsby, F. Scott Fitzgerald

Em dado momento, já próximo do principal desfecho de O Grande Gatsby, Nick Carraway, uma espécie de personagem/narrador, diz àquele que dá nome ao título da obra a seguinte frase: “você vale mais do que eles juntos”. A sutil verdade por detrás destas palavras é monumental.

E vocês me perguntariam por qual motivo? Obviamente, seria necessário ler o livro para compreender (e esta resenha tem este objetivo, rs), mas é possível, creio eu, explicar em breves palavras o porquê.

Jay Gatsby, milionário misterioso, promove, em meados da década de 1920, festas semanais em sua mansão localizada no subúrbio de Nova York. Os Estados Unidos viviam uma era de prosperidade econômica sem precedentes e tais festividades representavam toda essa pujância. 

Aos montes, pessoas de toda a Big Apple compareciam às festas de Gatsby. Bebiam, comiam, fumavam, dançavam e festejavam como se não houvesse amanhã. O anfitrião causava um misto de curiosidade, perplexidade, vislumbre, e certa inveja. Afinal, como alguém angariara tanta riqueza e sequer se dava ao trabalho de dar as caras nas noites de comemoração. 

Nick, vizinho de Gatsby é o único a quebrar o gelo. Este relacionamento, o único na acepção da palavra visto nas páginas deste clássico, revela não só quem, de fato, é Gatsby, mas, outrossim, expõe a desfaçatez moral de outros tantos. Joga luz sobre o quão fúteis podem ser determinadas relações e o quanto a riqueza, para além do material, está muito mais concentrada no coração do que no poderio econômico. E demonstra que é possível ser bom, ainda que as consequências desta bondade levem à ruína.

Almas atormentadas engrandecem muito mais a sociedade do que as puritanas. Gatsby é a síntese disso. Por mais Jays no nosso mundo!