Copo meio cheio, copo meio vazio.
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Copo meio cheio, copo meio vazio.

Quando Fábio Luciano chegou ao Flamengo em 2008, eu pensei "mais um para o time do chinelinho". Ledo engano, o zagueiro chegou, firmou-se como capitão e comandou o time nos títulos cariocas de 2008 e 2009. Por outro lado, bem impressionado co...

Fernando Escobar
4 min
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Quando Fábio Luciano chegou ao Flamengo em 2008, eu pensei "mais um para o time do chinelinho". Ledo engano, o zagueiro chegou, firmou-se como capitão e comandou o time nos títulos cariocas de 2008 e 2009. Por outro lado, bem impressionado com a performance do paulista, quando Chicão chegou em 2013, eu imaginei que "a coisa se repetiria". Bom, o também paulista foi campeão da heróica conquista da Copa do Brasil de 2013, marcou gols de falta, ganhou também o título carioca de 2014, mas não teve a passagem marcante e a mesma força do antecessor, é bom que se diga, também não ficou no clube do chinelinho.

Essas passagens mostram que não é possível fazer previsões, especialmente quando usamos o sentimento. Chicão só terá sido uma decepção, se considerarmos as expectativas que criei quando de sua chegada. 

A vinda de Paulo Sousa para o Flamengo, trouxe sentimentos divididos. De um lado, uma análise de Bernardo Ramos ainda quando o clube buscava o técnico em Portugal, apontava que PS seria a opção "mais barata" e, tecnicamente, o menos capaz dentre os que o Flamengo apontava como candidatos. Do outro lado, sua entrevista de apresentação (os poloneses o chamam de "Encantador de Serpentes"), sua postura firme, sua vontade de treinar o Mais Querido (ele pagou a multa e abandonou a Copa do Mundo para vir para cá), davam a esperança de um trabalho vencedor. As hienas que apostaram de antemão no fracasso "venceram" e o treinador caiu, vítima da bagunça que, em tese, viera para arrumar e de sua falta de estatura para o tamanho da tarefa. 

Hoje, após a vinda de Dorival Júnior, cuja missão é "compor" com a panelinha que domina o clube, encabeçada pelos Diegos e a chamada geração 85, o Flamengo dá mostras de se equilibrar, venceu partidas importantes, como a de ontem (02/07) contra o Santos em plena Vila Belmiro e já incendeia a "Fla Rumo-a-Tóquio". 

Nesse cenário, a diretoria traz Arturo Vidal, veterano, 35 anos,  de uma brilhante geração chilena, com passagens vencedoras na Europa. Meu primeiro pensamento é "quem sabe um novo Fabio Luciano", mas o perfil do chileno não me parece ser o de capitão e "sheriff", aí, vem a outra possibilidade, "mais um para calçar o chinelo e morar no DM". 

O Flamengo, não, essa diretoria, parece insistir na receita de atletas veteranos (como Rafinha e Filipe Luís que foram decisivos no místico 2019), como David Luiz, que, para mim, não disse a que veio, enquanto despreza talentos emergentes como Fausto Vera do Argentino Juniors, clube que revelou ninguém mais, ninguém menos do que Riquelme e Diego Maradona. O argentino de 22 anos é uma promessa da base da seleção, que provavelmente substituirá o também desejado pelo Flamengo, Enzo Fernandez, vendido ao Benfica. 

(Cabe aqui um parêntese. Mauro Cezar Pereira fez um vídeo,  analisando essa situação do Flamengo e Enzo Fernandes que resumindo disse: O momento de contratar esse jogador passou quando ele estava emprestado pelo River Plate ao Defensa y Justicia, antes de Marcelo Gallardo traze-lo de volta para ser titular da equipe do Monumental de Nuñes. Fausto Vera, segunda essa mesma análise, é quem hoje o treinador do alvirrubro observa). 

O Flamengo traz, Everton Cebolinha, fala em outros nomes de peso e, em minha opinião, a ação pacificadora de Dorival Júnior (oposta à missão de Paulo Sousa), está dando aos jogadores mais uma chance de tentar uma redenção, embora muitos deles já não c0nsigam mais render o que renderam em 2019, como Diego Ribas (sobre quem escrevi) ou o Felipi Luis (uma pena) e Diego Alves que são todos, hoje, ex-jogadores em atividade. Com a chegada dos novos (nem tanto) reforços, podemos antever uma boa performance no segundo semestre, sobretudo se conseguirmos confirmar a classificação na Copa Libertadores e uma improvável virada sobre o Atlético Mineiro na Copa do Brasil. 

O futuro será bom? Será ruim? Como estará o copo? Nem a mãe Dinah preveria. 

Fique bem.