Muita coisa errada - Braz passa atestado

A entrevista do vice presidente de futebol do Flamengo, Marcos Braz,  pós derrota para o Al Hilal nesta terça-feira, 07/02/2023, em partida válida pela semifinal do Mundial de Clubes da FIFA 2022, foi, para mim, assustadora. Uma frase em particular é para deixar qualquer torcedor ou analista sério, de cabelos em  pé: "Infelizmente, não conseguimos fazer essa grande contratação...". Eu nem sei por onde começar a dizer quantas coisas erradas estão embutidas nessa frase.

 Vou tentar:  Implicar que o Flamengo perdeu o jogo porque 1 (um) jogador não foi contratado para suprir a ausência de outro que foi vendido, é, talvez, o menor dos absurdos. O Flamengo tem um elenco caro, com titulares de seleções importantes (Uruguai e Chile), com jogadores tarimbados (registre-se, em fim de carreira) e um técnico que parece ser supervalorizado. (Longo parêntese: Ainda não formei uma opinião definitiva sobre Vitor Pereira, mas digo que ele é melhor do que Dorival Júnior, sem medo de errar, como também é Paulo Sousa, contudo, ser melhor inclui o contexto do futebol brasileiro, ou seja, dirigentes, imprensa, influencers, torcedores, jogadores e esse contexto é  tão particular, que os melhores realmente pode não se dar bem aqui. Não estou sendo vira-latas, nem ufanista, isso é, para  mim, um dado do problema). 

Outro ponto que se escancara é a total falta de capacidade de gerir futebol (entre outras coisas) dessa diretoria. Ora, Marcos Braz passa um recibo de sua incompetência, uma vez que tudo o que ele e seus comandados sabem fazer é "comprar jogadores" com o bilhão de faturamento do clube. E compram mal,  em que pesem os bons negócios de 2019, a lista de besteiras é enorme: Marinho, Cebolinha (pelo preço), renovações dos Diegos  e a pior aquisição: Arturo Vidal. (Outro parêntese: se no lugar de uma compra midiática o Flamengo tivesse optado por Fausto Vera, a história hoje poderia ser outra, inclusive no campeonato brasileiro do ano passado).

Mais um erro que se esconde na pequena frase de Braz (esse mais no fundinho) é a falta de pulso da diretoria diante da pressão externa de influenciadores, da imprensa e da torcida. O Flamengo tem o lateral direito titular da seleção uruguaia e, por essa pressão externa, põe um moleque (que pode vir a ser o novo Lahm, quem sabe?), num jogo decisivo, porque ele sabe cruzar bem, mas, no primeiro lance do jogo expõe toda a fragilidade defensiva (natural em quem está começando), cometendo um pênalti estupidamente infantil. 

Em tempo: Hoje, completam-se 5 anos da tragédia do Ninho. Um acontecimento que essa diretoria tratou muito mal, em todos os aspectos possíveis. Sáo todos amadores, incompetentes que "comprando jogadores" (diga-se de passagem, através de "menus" de empresários e influência da imprensa), conseguem acertar aqui e ali.

Tem muita coisa errada e não cabe tudo num só artigo. 

Fique bem.