Da ponte pra lá, já se planeja o século, da ponte pra cá, vive-se nos anos 80...
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Eu sou um aficionado por eventos de tecnologia e negócios. A festa envolveu conhecimento? Tô dentro. Mas como toda "festa" quando se embriaga, na volta pra casa já começa a bater a fase reflexiva pós-bebedeira e no dia seguinte, a ressaca vem forte. Embriagado neste caso, é de insights e conhecimentos adquiridos. | ||
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Até ano passado, eu morava na periferia de São Paulo, com meus pais, local onde quase todo domingo estou para almoçar junto aos meus amados. | ||
Toda santa vez que voltava de um evento de tecnologia e via a periferia, minha cabeça faltava explodir de tanto pensar em algumas coisas que acabava observando: Da ponte pra lá, já se planeja o século, da ponte pra cá, vive-se nos anos 80. | ||
Pensar em tecnologia? Sim! Em avanços? Óbvio que sim. Mas nunca deixar cair no esquecimento uma coisa: em 2021, há gente (muita gente) vivendo como se estivessem em 1980 - ou antes. | ||
Futurismo não é apenas usar a tecnologia para tornar mais cômoda a vida do cara que vive entre Vl. Madalena e a Faria Lima, muito menos papo que deve estar somente nas mesas de bares descolados da Rua Augusta. | ||
Futurismo é incluir no pacote as pessoas da Cidade Tiradentes à Osasco e só seremos futuristas quando futurismo, inovação e tecnologia estiverem na boca dos alunos das escolas públicas daqueles que vivem à margem. | ||
Apoiar, incentivar e divulgar soluções que tragam estas pessoas, finalmente, para os dias de hoje, deve ser pauta de todo futurista. Só assim as coisas passarão a fazer sentido. | ||
Viver em 2021 e planejar 2031 não pode ser um privilégio para poucos. |