Zenaide Machado Amaral: memória viva da Regional de Cacoal.
Nascida em Porto Velho, a filha de Adalbertina Machado Amaral e Zenóbio Nogueira do Amaral, é a caçula entre as mulheres da família e possui 05 (cinco) irmãos no total. | ||
Durante sua infância, brincou muito no quintal de sua casa e nas árvores. Como só foi ter acesso à televisão e 1975, e só era permitido assistir à TV depois das 18h, também usava o tempo livro para brincar de casinha. Aos 11 anos, mudou-se para Cacoal onde passou sua adolescência e no local que considera, até hoje, sua cidade do coração. | ||
Já como servidora do estadual, pediu licença sem remuneração para ir estudar Biologia na Bahia – local em que sua irmã estava morando. Fez 02 (dois) anos do curso e voltou para Porto Velho. Ao retornar foi para a Secretaria de Administração e lhe encaminharam para a Procuradoria Geral do Estado (PGE), onde fez uma entrevista com o procurador Luciano Alves, na época procurador geral adjunto. E assim, com 24 anos, entrou na PGE ficando lotada no gabinete e atuando como secretária do procurador Luciano Alves. | ||
Contudo, a Procuradoria trouxe mais que experiência profissional e conhecimento técnico para a Zenaide. Foi na PGE que ela conheceu o servidor Lourival Soares Ramos, com quem casou e teve 02 (dois) filhos: Edgar Emanuel e Júlia Catarina, atualmente com 23 anos e 20 anos – respectivamente. Em março de 2020, o casal completou 30 anos de união. | ||
Após 04 (quatro) anos na PGE de Porto Velho, em 1995, mudou-se para Cacoal, sendo a única servidora da Regional juntamente com os procuradores Antônio das Graças Souza e Jair Alves Batista. E lá ela ainda permanece com muitas memórias, vivências e um grande carinho pela Instituição e pelos colegas de trabalho. | ||
Sempre em busca de conhecimento, resolveu prestar vestibular para Universidade Federal de Rondônia (UNIR) e em 2012 se formou no curso de Administração. | ||
Para saber mais sobre carreira da Zanaide, dentro da Procuradoria, acompanhe a entrevista a seguir: | ||
Zenaide, em sua estação de trabalho, na Regional de Cacoal. | ||
Qual a sua experiência profissional antes da PGE? | ||
Eu sou uma funcionária de poucos lugares. | ||
Quando ingressei no serviço público eu trabalhei na Câmara Municipal de Cacoal. Primeiro eu entrei como servidora celetista e depois surgiu uma oportunidade e me contrataram. Naquela época, que era do governo do Jorge Teixeira, nós éramos convidados a trabalhar no Estado e eu trabalhei com os primeiros vereadores de Cacoal em 1983. E em 1º de janeiro de 1984 eu fui contratada e fiquei aqui até 1987 quando pedi afastamento para estudar na Bahia e quando voltei já foi direto para Porto Velho. | ||
Quando ingressou na PGE e como foi? | ||
Foi em 31 de outubro de 1990. No começo foi mais difícil porque eu não tinha nem noção do que era a PGE, nunca nem tinha ouvido falar. | ||
E minha experiência era com vereadores e dentro do legislativo então no início eu ficava com receio de errar por não conhecer o trabalho desenvolvido, porém, fui muito bem recebida. A Geanny como sempre simpática, tinha o Lourival e muitas outras pessoas bacanas. Então eu me senti muita acolhida. | ||
E também eu me adapto rápido, então logo eu já estava familiarizada com o trabalho. | ||
Um fator que me ajudou que foi a experiência que eu já tinha em gabinete por ter trabalhado no mesmo setor na Câmara dos Vereadores. Então eu já conhecia a rotina de um gabinete e sabia lidar com isso, o que me facilitou o acesso dentro da PGE. | ||
Como era a PGE quando a senhora ingressou? | ||
Era na praça das Caixas D’água e funcionava em uma casa. Os procuradores muito novos e todo mundo parecia que estava aprendendo junto, pois era um ambiente muito novo. | ||
Trabalhávamos com máquina de escrever, e, modéstia à parte, eu era uma excelente datilógrafa, então todas as máquinas novas que chegavam passavam na minha mão. | ||
E a PGE sempre procurou acompanhar a evolução da tecnologia. | ||
Na época era a dona Adelaide que cuidava desses aspectos e ela tratava a PGE com muita organização, dinamismo, e com prazer de ver a Instituição crescer. Eu admirava o trabalho dela, apesar de não ter tanto contato direto com ela porque eu ficava subordinada ao gabinete. E tudo que era de bom ela lutava para nós termos. | ||
Em Cacoal foi barra. Quando eu cheguei, não tinha nenhum servidor então os documentos estavam sem a organização adequada. A PGE nessa época funcionava no prédio comercial que fica na avenida Guaporé e funcionávamos no 1º andar. Foi um choque porque quando cheguei na PGE de Porto Velho estava tudo organizado e aqui eu tive que começar esse trabalho do zero. | ||
Levou um bom tempo para organizar tudo. | ||
Em relação aos equipamentos, nós tínhamos computadores e éramos bem servidos de material para desenvolver nosso trabalho porque o procurador Antônio era muito zeloso com a PGE e se preocupava em ter um olhar voltado para a Instituição. | ||
Quem ingressou junto com a senhora na PGE que está até hoje? | ||
Geanny, Jairo, Quézia, Vidal, Lailsson, Edson e os procuradores Lerí e Luciano Alves. | ||
E o que a senhora percebe que mais mudou na PGE nesses anos? | ||
Estrutura física foi uma das mudanças mais visíveis. Lembro de todas as lutas para termos um espaço físico próprio porque gastávamos muito com aluguel e quando a PGE adquiriu esse prédio aqui em Cacoal, todo mundo estava muito eufórico e comungando do mesmo sentimento. Foi uma conquista para todos nós. | ||
Teve também o acompanhamento do avanço tecnológico com todos os sistemas e equipamentos que já passaram por aqui. | ||
Quantas mudanças eu já tive que lidar desde que entrei aqui? Primeiro foi a datilografia, depois vieram as máquinas IBM, depois os computadores ainda em um tamanho grande - comparados aos atuais - e hoje estamos trabalhando com sistemas. Para mim isso é uma grande evolução. | ||
Agora por último eu tive um treinamento com o sistema Mapinguar-E (Módulo de Automação Procedimentos INternos de exiGência Unificada da dívida Ativa de Rondônia – Eletrônico), que eu achei maravilhoso. Em só um clique você já resolve muitas coisas. O Ratio também com a distribuição de processos. É lógico que todos precisam passar por aprimoramentos, mas já é um grande avanço. E eu ter passado por todas essas fases e poder ver tudo isso caminhando é muito interessante. | ||
E eu acredito que até eu me aposentar eu ainda verei muita coisa boa acontecendo. | ||
Por quais setores já passou? | ||
Gabinete, Setorial de Contratos, Setorial do Contencioso, e depois fiquei lotada em Cacoal fazendo todo o trabalho de secretaria. Desde petição, pois naquela época não tinha assistente jurídico e a estrutura era muito diferente da que temos hoje. | ||
Qual foi o grande marco para a evolução da PGE? | ||
Acredito que seja a visão do procurador geral, especialmente o doutor Juraci. Ele deu abertura para o pessoal novo que chegou com ideias novas. Eu penso que um gestor tem que estar aberto para as ideias. Nossas conquistas maiores foram agora com o procurador Juraci. O prédio próprio, o carro novo, e toda essa abertura que ele tem para mudanças. | ||
O que a fez gostar de trabalhar na PGE durante todos esses anos? | ||
Eu gosto do trabalho daqui e das amizades que eu construí. Fui bem acolhida desde que entrei na PGE. | ||
Aqui em Cacoal, a gente tem uma harmonia ótima com os procuradores e colegas. Não existe concorrência nem fofoca. Existe cooperação e amizade. | ||
Zenaide foi a primeira servidora da Regional de Cacoal e lá permanece trabalhando até hoje. | ||
Qual, você acredita ser, a sua maior contribuição para a PGE durante todos esses anos? | ||
O meu conhecimento sobre a Instituição como um todo, que ajuda muito quando precisam de alguma informação sobre processo, sobre algum dado da PGE, então o meu conhecimento por conta dessa trajetória que eu tenho aqui e a minha experiência enquanto servidora auxilia no trabalho desenvolvido. | ||
Qual o momento você recorda ter sido mais marcante durante sua carreira na PGE? | ||
Quando eu fui demitida. | ||
Houve a mudança de governo e o antigo gestor deixou dívidas na folha de pagamento e por conta desse débito, o governador que assumiu precisou fazer ajustes para sanar a dívida e acabou por fazer cortes e eu fui uma das pessoas afetadas. | ||
Foi muito marcante porque amanhecendo o ano de 2000 meu marido chegou e me deu a notícia de que eu havia sido exonerada. Só uma semana depois que caiu a ficha. E eu era a única funcionária da PGE em Cacoal. Estava com filho pequeno… | ||
O doutor Antônio e o doutor Jair me propuseram pagar um valor, tirando do bolso deles, para eu ficar indo um turno na PGE trabalhar até que eu arrumasse outra coisa. | ||
Mas depois arrumei um emprego em um hospital e saí da PGE. Porém, em 2003 eu retornei para a Procuradoria por conta de um acordo feito com o Judiciário com todos os funcionários do governo que passaram por essa situação. | ||
Qual o seu sentimento em relação à PGE? | ||
A PGE é do meu coração. Eu prezo muito pela amizade e gosto muito daqui. Não me vejo trabalhando em outro local. | ||
Se você fosse agradecer a alguém da PGE, quem seria e por quê? | ||
Geanny. Eu a vejo como um elo dentro da PGE. Tudo que eu conquistei, em benefício como servidora, foi tudo por meio dela. Ela está em Porto Velho, mas sempre lutou por mim. | ||
O que Zenaide de hoje, diria para a Zenaide que ingressou na PGE em 1990? | ||
Faz Direito e vai ser procuradora do Estado que é bem melhor do que ser funcionária. | ||
Quais os planos para o futuro? | ||
Sou uma coroa mais moderna, então eu quero viajar. Já falei para meu marido que nós vamos ser é mochileiros depois da aposentadoria - no sentido de viajar muito, porque nem mochila a gente vai carregar, mas sim mala de rodinha. | ||
Pretendo também continuar aprendendo sempre. Então quero estudar. | ||
Desejo exercer, também, de forma mais direta a minha formação acadêmica que é Administração. | ||
Meu projeto continua sendo contribuir de alguma forma com a humanidade, ainda não sei como exatamente, mas não sou de ficar parada. | ||
Qual a mensagem que você deixaria para quem pretende ingressar na PGE? | ||
A mensagem que eu sempre deixo para alguém que começa alguma coisa na área do trabalho é que dê o seu melhor. Faça seu trabalho com amor e dedicação. É se destacar pelo que você faz independente do cargo que você ocupa. | ||
Uma curiosidade sobre a Zenaide. | ||
Eu sou artesã, trabalho com pátina. E também faço trabalho voluntário de pastoral de Igrejas. Faço parte da Pastoral do Idoso. | ||
Uma frase para finalizar. | ||
Eu sou uma pessoa católica e acredito muito no amor, pois quando ela está envolvido em nossas ações, tudo flui melhor. | ||
Então eu acredito que para minha frase seja o amor. O amor deve estar presente em tudo que a gente for fazer. Ele que move tudo e que traz a esperança. O amor é a base de tudo. | ||
O que os colegas de trabalho falam sobre a Zenaide Machado Amaral: | ||
“ | ||
A Zenaide é uma pessoa muito transparente. Ela é boa servidora, competente e dedicada. E como pessoa é alguém de fácil trato, muito sincera e alegre. | ||
Ela é a minha ponte com a Secretaria. Eu confio muito na experiência dela e por isso escuto muito o que ela tem a falar. É uma pessoa de confiança.” | ||
Henry Anderson Corso Henrique - Procurador do Estado e Diretor da Regional de Cacoal | ||
“ | ||
A Zenaide é uma companheira, amiga, profissional e muito prestativa. Em todos os sentidos a gente pode contar com ela. | ||
Fico muito feliz em ter uma colega do tipo da Zenaide. É uma pessoa que ajuda todo mundo. Ele sempre auxilia as pessoas que chegaram depois dela na PGE.” | ||
Eteildo Ferreira de Oliveira - Técnico em Previdência | ||
Fonte: | ||
Texto: Ana Viégas | ||
Fotos: Ana Viégas |