Recentemente tive o privilégio de visitar o Silicon Valley junto com a equipe da Pearson Brasil para conhecer de perto empresas de tecnologia que estão revolucionando o mundo dos negócios. Visitamos 17 companhias em diferentes estágios e á...
Recentemente tive o privilégio de visitar o Silicon Valley junto com a equipe da Pearson Brasil para conhecer de perto empresas de tecnologia que estão revolucionando o mundo dos negócios. Visitamos 17 companhias em diferentes estágios e áreas de atuação, gigantes como Google, Facebook e Dell, empresas de venture capital e negócios em plena expansão como a Tesla (carros elétricos) e Quid (ciência de dados). Também acompanhamos a apresentação de 25 start ups, quem sabe alguma delas um futuro unicórnio. | ||
Além das questões relacionadas à tecnologia e transformação digital, também fiquei atenta ao perfil de quem trabalha por lá. Afinal, se o mundo todo procura copiar o que é feito no Vale do Silício, seus executivos de certa forma também são um modelo dos profissionais "mais desejados". | ||
Durante as visitas, sempre que possível questionei sobre a cultura de suas organizações. Que tipo de talentos as empresas precisam, se as oportunidades de trabalho estão concentradas somente nos jovens, se há preocupação com a diversidade geracional. | ||
Pelo que aprendi, os profissionais que conquistaram seu espaço no Silicon Valley não se limitaram ao currículo linear tradicional. Seguindo os preceitos de start up valuation (em que o valor de uma empresa é medido não pelos ativos atuais mas pelo seu potencial futuro), eles identificaram e investiram nas competências necessárias para se adaptar a um mercado cada vez mais dinâmico. Eu consegui identificar pelo menos três dessas características: | ||
1 - Valor não é o que você sabe, mas o que é capaz de aprender | ||
A disrupção tecnológica parece ser um caminho sem volta, em que a "mudança constante é a nova constante". Nesse novo cenário não há mais espaço para quem se limita aos currículos rígidos. Muito mais importante do que você sabe hoje é a sua capacidade de aprender novas habilidades amanhã, e se elas estiverem fora da sua área de formação, melhor ainda. No Silicon Valley, por exemplo, as empresas já contratam treinamentos intensivos para capacitar colaboradores em funções específicas rapidamente, de acordo com as circunstâncias. | ||
2 - Transformação digital é pessoal | ||
A transformação digital começa com as pessoas. Estar atualizado e familiarizado com o uso das últimas tecnologias (de plataformas e ferramentas profissionais até os aplicativos de uso pessoal) não é mais coisa de geek ou da área de TI, mas uma qualificação do currículo. A naturalidade com que você lida com a tecnologia é tão importante quanto o domínio do inglês ou de outra língua. | ||
3 - O emocional vale tanto quanto o técnico | ||
Uma coisa que me chamou a atenção nas conversas com os executivos foi de que as competências mais procuradas não são as técnicas, e sim as emocionais. Faz todo o sentido. Jovens gênios podem ter idéias fantásticas, mas para para transformar projetos em produtos e produtos em negócios rentáveis não basta desenvolvimento técnico e investimento, é preciso suporte de profissionais com talento e experiência em organização, gestão e liderança de equipes. | ||
Em relação a este este último aspecto, fiquei positivamente surpresa em saber que empresas do Silicon Valley tratam a diversidade geracional como um ativo. Na Business Model Inc, um dos casos apresentados sobre novos modelos de negócios envolveu um time composto por executivos seniores e jovens designers para discutir tecnicamente a viabilidade financeira dos projetos. | ||
Os seniores possuem a vantagem da experiência, mas para manter a empregabilidade precisam desenvolver essas competências da mesma forma que os mais jovens. Vale a dica do pessoal do Facebook, que serve tanto para as empresas quanto para nós profissionais: fique de olho no ambiente de negócios; oriente-se pelas novas circunstâncias; decida como se adaptar e aja rapidamente. |