Paulo Sousa e jogadores precisam falar a mesma língua
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Paulo Sousa e jogadores precisam falar a mesma língua

Em partida disputada ontem (30/03) no Maracanã, o Flamengo perdeu pelo placar de 2x0 para o Fluminense em jogo válido pela decisão do Campeonato Carioca, e agora precisa vencer a segunda partida (02/04) por pelo menos dois gols de diferença p...

Eduardo de Souza Carvalho
3 min
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Em partida disputada ontem (30/03) no Maracanã, o Flamengo perdeu pelo placar de 2x0 para o Fluminense em jogo válido pela decisão do Campeonato Carioca, e agora precisa vencer a segunda partida (02/04) por pelo menos dois gols de diferença para levar a decisão para os pênaltis.

Com um sistema de jogo que vem sendo implementado desde sua chegada, o 3-4-2-1, o técnico português promoveu mais uma vez algumas mexidas em sua escalação. Colocou Marinho aberto pela esquerda, Vitinho mais a frente no lugar de Arrascaeta, pois este vinha de partida com a seleção uruguaia pelas eliminatórias da Copa.

O início da partida mostrou um Flamengo com muito controle do jogo, haja visto que no primeiro tempo o adversário não deu um chute ao gol defendido por Hugo. Mas em termos de efetividade no ataque a equipe Rubro-negra deixou muito a desejar. No segundo tempo o cenário não se modificou, Flamengo com muita posse de bola mas sem “agredir” o adversário, e o mesmo jogando por uma bola e picotando o jogo com muitas faltas.

Paulo Sousa pôs em campo Arrascaeta, Pedro e Lázaro para aumentar o poder de fogo no ataque, mas mesmo assim o time não conseguiu furar o bloqueio da equipe tricolor. Foi então que aos 37 minutos do segundo tempo Léo Pereira que havia acabado de entrar no lugar de Fabrício Bruno, lesionado, entregou a bola na intermediária defensiva e o Fluminense abriu o placar. Logo em seguida em outro vacilo defensivo do zagueiro Rubro-negro o time das Laranjeiras marcou o segundo gol fechando o placar do primeiro jogo da decisão.

O que se tira como lição da partida é o fato de Paulo Sousa ter clareza de seu sistema de jogo, mas não está conseguindo fazer com que os jogadores se adaptem a ele de maneira eficaz. E também falta perceber que em determinados casos as características individuais de cada atleta devem ser priorizadas em detrimento do plano de jogo, para que as qualidades individuais venham a contribuir com o jogo coletivo. E isso passa por uma mudança no esquema tático, ou seja, o time não pode ficar engessado, amarrado em uma só ideia.

Em contrapartida, os atletas também devem ter uma dedicação e um esforço maior para que os mesmos venham a se adaptar ao novo sistema. Por muitas vezes o que se vê é uma certa lentidão nas tomadas de decisão e também uma soberba de alguns atletas, que muitas vezes se portam como se o jogo pudesse ser decidido a qualquer momento e quando bem quiserem. Desde a saída de Jorge Jesus este comportamento é recorrente, e o Flamengo frita treinadores. Foi assim nos casos de Domenec Torrent e Rogério Ceni por exemplo.

O técnico tem culpa na falta de desempenho? Claro que sim, principalmente pelos motivos citados anteriormente. Mas os jogadores também têm uma grande parcela de culpa, pois de nada adianta mudar esquema e escalação se aqueles que realmente decidem as partidas não o fizerem. Comprometimento e dedicação são fatores determinantes para o sucesso de uma equipe de futebol, mas para isso Paulo Sousa e seus comandados devem passar a falar a mesma língua, pois se isso não vier acontecer a passagem do técnico português pelo Ninho do Urubu corre sério risco de ser interrompida precocemente.