Resgatei uma entrevista com Emicida feita em 2011

Estava xeretando emails antigos e achei um texto em que transcrevi entrevista que fiz com Emicida, em março de 2011. Como essa conversa só terá quem tiver a edição impressa de um jornal que parou de circular, pensei "Wow, isso foi há dez anos, preciso resgatar isso e mostrar para os leitores". Pois bem...

Foi um papo rápido. Na época, Emicida tinha lançado as duas mixtapes, CDs independentes que ele vendeu a R$ 2 cada e conseguiu comercializar 20 mil cópias. Mais que isso, ele chamou a atenção de ninguém menos que a produção do Coachella, que o convidou para participar da edição daquele ano. 

"Fiz bastante barulho fora do Brasil e, por intermédio da Creators Project, me chamaram. A equipe faz parte da curadoria do festival. Fomos indicados e o Coachella acreditou que nosso show é maneiro pro festival", me disse Emicida.

Na ocasião da entrevista, Emicida tinha feito um show badalado em São Paulo e preparava outro, "com o melhor das duas mixtapes e um pouco de improviso, para deixar a molecada doida".

Já pensava em como adaptar esse show para o Coachella. "Na real, estou escutando umas coisas para ver o que posso alterar. Basicamente serão as mesmas músicas, mas vou inserir coisas de percussão, para remeter ao samba e ao funk, coisas que eles não têm lá."

Time brasileiro

Emicida não foi, no entanto, o único brasileiro no line up do Coachella de 2011. Cansei de Ser Sexy, DJ Marky e The Twelves também se apresentaram. Naquela edição, Kings of Leon, Kanye West, Duran Duran, Arcade Fire, Cee-Lo Green, The National e Black Keys foram as principais atrações.

Dez anos depois, Emicida está na Netflix. O serviço de streaming colocou recentemente o show AmarElo - Ao Vivo em seu catálogo. 

Mais que isso, aquele rapaz feliz por ter vendido 20 mil cópias, há dez anos, hoje tem 2,1 milhões de ouvintes mensais no Spotify.