3 riffs que apenas Dylan poderia criar

Quando pensa em Bob Dylan, talvez você lembre logo de algum verso dele ou da fama que as composições verbais dele ganharam ao longo da história. Mas ele também é um músico excepcional.

Robbie Robertson, guitarrista de The Band, se confessou estupefato ao vê-lo no porão de Big Pink, no fim dos anos 60, cantando e tocando inúmeras canções folk e blues, desde as tradicionais de séculos passados até músicas desconhecidas de artistas desconhecidos. O tecladista dos Heartbreakers, Benmont Tench, afirmou que nunca viu ninguém saber tantos acordes quanto Bob Dylan.

O crítico Paul Williams bem notou que uma das características mais marcantes da obra musical dylanesca é a criação de riffs. Seja no piano, seja na guitarra, seus dois instrumentos básicos de composição, bastam poucas notas para fazer uma melodia grudar em nossa mente como uma dor de dente. Williams cita "Visions of Johanna" como um desses exemplares. A seguir, trago mais 3 riffs puramente dylanescos.

1) Ballad of Thin Man

Aqui na versão evangélica. Dois toques nos bordões (mi e lá) e dois acordes (lá menor e ré menor). 

2) Pay in Blood

Uma sequência cromática ao redor do acorde de lá menor seguida do baixo em sol.

3) Love Sick

A rigor, qualquer canção de Time Out of Mind poderia entrar aqui. Mas não é sempre que tenho um vídeo para te mostrar do Dylan tocando guitarra e solando (ah, o riff é o slide do acorde de sol para o acorde de lá - e quantos riffs você conhece que são puramente um slide?):

Agora você tem argumentos para quando alguém contar a conhecida anedota: Dylan uma vez disse a Keith Richards - eu poderia ter feito o riff de "Satisfaction", mas você jamais poderia ter composto "Like a Rolling Stone". 

Como diria Omar Little, indeed. 

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