7 canções para conhecer Bob Dylan
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7 canções para conhecer Bob Dylan

Aqui vão 7 canções para você conhecer Bob Dylan. E se você já é fã, mais uma oportunidade para ouvi-las uma vez mais.

Gab Piumbato
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Aqui vão 7 canções para você conhecer Bob Dylan. E se você já é fã, mais uma oportunidade para ouvi-las uma vez mais.

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A Hard Rain's A-Gonna Fall (1963): “Eu saberei minha canção muito bem antes de cantá-la”. Ao ouvir isso, o poeta Allen Ginsberg acreditou que já podia passar a batuta para Dylan. Na época, foi interpretada como uma metáfora da crise dos mísseis em Cuba e da ameaça de guerra nuclear. Dylan refutou, insistindo que o sentido da letra estava além do contexto político. Como afirmou o músico folk Pete Seeger, “Hard Rain” “vai durar mais do que qualquer outra canção que ele tenha escrito”.

Mr Tambourine Man (1965): Sucesso dos Byrds, “Mr. Tambourine Man” é uma das composições mais conhecidas de Bob Dylan. Inspirado pelo guitarrista Bruce Langhorne, que sempre tinha um pandeiro debaixo do braço, Dylan compôs essa canção, interpretada como uma ode ao LSD. Dylan negou, afirmando que só experimentou a droga meses depois de escrevê-la. Ela abre o lado B, o acústico, do disco “Bringing It All Back Home”. Em sua versão, Zé Ramalho trocou o Tambourine Man do refrão por Jackson do Pandeiro.

Visions of Johanna (1966): Esta canção foi apontada como um dos argumentos quando Bob Dylan foi indicado ao Nobel de Literatura, finalmente concedido em 2016. Um dos versos mais celebrados é “Mas Mona Lisa deve ter tido o seu blues da estrada”. Esta mistura da obra-prima de Leonardo Da Vinci com cultura popular é de fazer inveja a Caetano Veloso. Composta no mítico Chelsea Hotel, “Visions of Johanna” está no álbum duplo “Blonde on Blonde”.

Tangled Up In Blue (1975): Obra-prima presente no clássico “Blood On The Tracks”. Ao todo, Dylan afirmou ter levado mais de uma década para transformar seus sentimentos nessa canção, definida por um crítico como “um Proust de cinco minutos e meio”. Ela pode ser entendida como a história de amor e ódio com Sara Lownds, um balanço do tempo em que “a revolução estava no ar”. No final, ele mostra sabedoria o bastante para cantar: “Sempre sentimos o mesmo, tínhamos apenas um ponto de vista diferente”.

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Love Sick (1997): "Estou andando/Por ruas mortas/Andando/Com você na minha cabeça”. A canção de abertura de “Time Out Of Mind” tem um ar sombrio, como se Bob Dylan fosse um fantasma rodeado por fantasmas. Nada agradável, mas ele não tinha outros terrenos para visitar nessa época de cansaço, vazio e solidão. A combinação do sintetizador com a guitarra cria um clima claustrofóbico, auxiliado pela voz detonada de Dylan. Nos shows do White Stripes, Jack White tocava guitarra e teclado na versão desta música.

Things Have Changed (2000): Esta canção assegurou o Oscar para Bob Dylan. Trilha sonora de “Garotos Incríveis”, “Things Have Changed” é o retrato de Dylan na velhice: um sujeito amargo e ressentido que dá de ombros para o mundo, mas ainda guarda o espírito libertário da adolescência. “Eu costumava me importar, mas os tempos mudaram”. Não chega a espantar, vindo de um sujeito que já aos 24 anos gritava: “Quando você não tem nada, você não tem nada a perder”.

False Prophet (2020): Ok, Dylan roubou o riff de  Billy "The Kid" Emerson, especificamente da canção"If Lovin' Is Believin'" (1954). Mas ninguém vai conseguir me convencer de que a reescrita dos versos não melhorou - e muito - a qualidade do que ouvimos. Que Dylan esteja no auge da sua forma também é mais um argumento a favor da pilhagem. De todas as palavras desta canção, nenhuma me surpreende mais do que estas: "Eu abri meu coração para o mundo e o mundo entrou". Quem você precisa ser para adotar este ponto de vista? "Não me lembro de quando nasci / e já esqueci de quando morri". 

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Neste mês de setembro estou escrevendo um texto por dia. Este é o décimo quarto

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