O preço do amor
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O preço do amor

Há uma canção em Springtime in NY, o bootleg mais recente de Bob Dylan, que é uma das composições mais estranhas de todo o seu repertório. Estou falando de "Price of Love", outtake de Shot of Love (1981). 

Gab Piumbato
2 min
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Há uma canção em Springtime in NY, o bootleg mais recente de Bob Dylan, que é uma das composições mais estranhas de todo o seu repertório. Estou falando de "Price of Love", outtake de Shot of Love (1981). 

Peço exatos quatro minutos e quinze segundos do seu tempo para esta jóia musical:

Para começar a apreciar tudo isto, convém falar da banda, que além de Jim (Keltner) & Tim (Drumond), na bateria e no baixo, contém ainda 2 guitarristas Steve Ripley e Fred Tackett, que se revezam num duelo se solos com subidas e descidas rápidas de escala, além duns bends marotos, 2 tecladistas (Benmont Tench e Carl Pickhardt) e um solo de sax (!!!) cortesia de Steve Douglas. 

A batida da guitarra à la Bo Diddley também aponta para as famosas oitavadas da Motown. E lá pelo fim do primeiro minuto começa um riff que poderia ser de uma banda pós-punk nova-iorquina ou da new wave britânica, dependendo do seu referencial. Como se tudo isso não bastasse, temos ainda o trio de backing vocals (Madelyn Quebec, Regina McCrary e Clydie King) se esgoleando por toda a canção. 

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Este não é um cover dos Everly Brothers, ao contrário do que alguma mídia inglesa e americana têm informado por aí. Curiosamente, foi gravado "ao vivo" (dá pra sentir a energia improvisada desse take) no dia 24 de setembro de 1980, apenas alguns anos antes do meu nascimento, que é bem hoje. No finzinho, dá pra ouvir todo mundo se divertindo quando a faixa entra em fade out.

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Estou escrevendo um texto por dia durante o mês de setembro para esta newsletter. Este é o vigésimo-quarto.

Sou autor da melhor discografia comentada de Bob Dylan em português. Me siga no Twitter. Até amanhã!