Quando o Som Bate no Peito (Memorabilia Books, 224 pgs) reúne 34 textos - ou melhor, experiências de um ouvinte ativo – do jornalista Márcio Grings sobre os shows que testemunhou como repórter musical credenciado no Rio Grande do Sul (a maior...
Quando o Som Bate no Peito (Memorabilia Books, 224 pgs) reúne 34 textos - ou melhor, experiências de um ouvinte ativo – do jornalista Márcio Grings sobre os shows que testemunhou como repórter musical credenciado no Rio Grande do Sul (a maioria absoluta em Porto Alegre e quatro em Santa Maria, eventos ao qual ele assessorou ou coproduziu em sua cidade natal). | ||
Sua escrita é explosiva; sua atenção para o detalhe, certeira como um centroavante artilheiro. E a seleção de bandas/artistas resenhados é mais pesada do que o céu: Robert Plant, The Who, Rolling Stones, Paul McCartney, Black Sabbath, Buddy Guy, James Taylor, Aerosmith. E Bob Dylan, claro. Inclusive, Dylan é o único a ser resenhado duas vezes. | ||
Fiz três perguntas ao Márcio, que gentilmente respondeu, conforme você lê abaixo: | ||
1) Que importância Bob Dylan tem para você? | ||
Sempre foi o meu Norte na música. Me identifico tanto com sua personalidade fora dos palcos quanto artística. Tenho mais 100 itens de sua discografia de 60 (LPs e CDs), além de livros, revistas e dezenas de recortes de jornais. Acompanho Bob Dylan há mais de 35 anos, simultaneamente, como fã devoto, desde o lançamento de Under the Red Sky, quando eu tinha 20 anos (hoje Grings está com 51). Os dois shows de Dylan que estão relatados em Quando o Som Bate no Peito foram realizados em momentos distintos de sua carreira. Certamente o mais impactante deles foi o do Bar Opinião, em 7 de abril de 1998, única apresentação solo dele naquele ano no Brasil, quando foi visto por apenas 1,5 mil pessoas. Eu era um dos presentes, e me senti imensamente afortunado por estar lá. Ele cruzou por aqui após ter ganhado três Grammy pelo Time Out of Mind (1997), meu álbum favorito, e tocou duas canções desse disco, “Love Sick” e “Cold Irons Bound”. Minha vida de shows se define como antes e depois dessa noite, quando relamente saquei a porrada de sentir o som batendo no peito. 15 anos depois, no Pepsi on Stage, também em Porto Alegre, em 24 de abril de 2012, tive a chance de vê-lo pela segunda vez. Ele estava prestes a lançar Tempest, e dessa noite levo como lembrança indestrutível a versão que ele apresentou de “Simple Twist of Fate”. Única. Tenho o show gravado na íntegra. | ||
2) Se pudesse ir a apenas um show, de toda a carreira do Dylan, qual seria o escolhido e por quê? | ||
Se pudesse escolher um certamente seria a turnê de 1974, com The Band. Basta ouvir o Before the Flood, extrato desse período. Mas gosto muito de outros momentos, como aquela temporada com Tom Petty and The HeartBreakers na segunda metade dos anos 1980, pois foi ali que tive meu primeiro contato com Dylan ao vivo numa tela de TV, em 1987. Tinha um programa na Globo, Clip-Clip, que passou um show do Bob na Austrália, um ano antes, em 1986. Anos depois comprei Hard To Handle em DVD, mesmo material que foi apresentado no Sydney Entertainment Centre. Sempre me emociono com canções como “In the Garden” e “I’ll Remember You”. | ||
3) Como todo bom dylanólogo que se preze, você já passou um bom tempo na mente dele. Qual o melhor insight que ele já te deu? | ||
O maior insight de todos foi quando numa tarde de domingo, ao som de “Things Have Changed”, quando resolvi me separar da minha primeira mulher. “Antes não me importava, mas as coisas mudaram”. Cara, a música de Bob Dylan sempre me coloca para pensar, sempre me tira da pasmaceira. | ||
O projeto gráfico do livro, coassinado pelo próprio autor com execução do web designer Giovani Faganello, que responde pela direção de arte do projeto, é lindíssimo (basta ver o cuidado em auxiliar o leitor, com as notas de rodapé, cuidado que se manifesta também na numeração das páginas, adornada por uma palheta de guitarra) e conta ainda com um caderno de fotografias coloridas de 40 páginas, registro de 18 fotógrafos. | ||
Quem quiser adquirir ou saber mais sobre Márcio Grings e seu Livro, “Quando o Som Bate no Peito, basta acessar o hotsite https://www.quandoosombatenopeito.com.br/ | ||
O Márcio também está no Twitter, sempre com dicas culturais quentíssimas. | ||
Seguir meu Canal |