Resenha #01: Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas
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Resenha #01: Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas

Nos últimos 4 anos me tornei um leitor voraz, algo que realmente lutei por boa parte da minha adolescência e entrada na vida adulta.

Victor Maia
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Introdução

Nos últimos 4 anos me tornei um leitor voraz, algo que realmente lutei por boa parte da minha adolescência e entrada na vida adulta.

Desde 2017 consegui ler mais de 100 livros, muitos deles clássicos.

Alguns deles claramente mudaram a minha forma de pensar, impactaram na minha visão de mundo e acredito que pode fazer o mesmo por você.

Pensando nisso, estou iniciando o Clube do Livro. Um projeto que já gostaria de ter iniciado a muito tempo atrás, nele irei compartilhar uma resenha de um livro por mês, onde você terá acesso a  minha visão sobre a obra e decidir se irá ler ou não, se concorda ou não e ainda poder enriquecer o debate, apresentando também a sua visão.

Resenha

“Como Fazer Amigos E Influenciar Pessoas”

Carnegie, Dale. Companhia Editora Nacional, 52ª ed, São Paulo, 2012

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Como fazer amigos e influenciar pessoas é um livro que inspiração ação ao longo de suas 263 páginas, como está descrito em sua capa é o guia definitivo para relacionar-se com as pessoas. Fato importante de se levantar é que este é um livro escrito ainda nas primeiras décadas do século XX, o que demonstra o quão relevante as lições podem ser. Enquanto deleitava-me na leitura, via durante os exemplos e casos expostos por Carnegie, diversas oportunidades de aplicar determinado ensinamento em meu dia-a-dia. A cada novo capítulo foi possível ver cenas em que se – se tivesse apreendido a leitura do livro antes – os ensinamentos do livro de Carnegie seriam empregados.

Ao iniciar a leitura pela primeira parte, já nos é apresentada a proposta central do livro: a melhoria de nossas relações interpessoais. Intitulada de técnica fundamentais para lidar com as pessoas, Carnegie nos lista três pontos cruciais para conseguirmos extrair o melhor e desfrutarmos ao máximo de nossas relações pessoais. Nesse prelúdio o autor nos leva a repensar como lidamos com nossas relações diárias, através de provocações básicas que colocam em cheque diversas atitudes que acabam existindo por impulso. O que Carnegie de fato levanta nessa primeira sessão do livro é a quebra do modelo mental de que devemos tratar o próximo como gostaríamos de ser tratados; nessa fase o autor demonstra que a melhor maneira de se construir uma relação duradoura – independente de onde seja trabalho, família ou vida social – o importante é trabalhar a empatia, como o próximo gostaria de ser tratado.

Com a lição da empatia bem sedimentada e exposta por Carnegie, na segunda sessão do livro o autor aproveita para expor seis lições para fazer com que as pessoas gostem de você. Pode soar um título de livro de autoajuda, no entanto, é importante lembrar do propósito do livro: melhorar nossas relações interpessoais.

Para quem já possui uma boa vivência em oratória, teve uma boa escola de vendas ou possui uma sensibilidade aflorada para com o próximo; nesse ponto é possível sentir-se em lições redundantes. Novamente é importante lembrar da validade dessas lições, pois ao serem repetidas exaustivamente e então colocadas em prática, faz com que o livro se torne um vetor transformador na realidade de nossas relações pessoais.

Os seis princípios para tornar-se alguém mais agradável, segundo Carnegie, são: torne-se verdadeiramente interessado na outra pessoa, sorria, lembre-se que o nome de uma pessoa é o som mais importante que existe, seja um bom ouvinte, fale coisas que interessam à outra pessoa, faça a pessoa sentir-se importante e faça com sinceridade. Nesse ponto, o autor consegue nos demonstrar um paralelo forte com as 16 leis de pessoas de sucesso, citado por Napoleon Hill. O panorama geral dessa parte do livro é simples: faça o próximo sentir-se importante, mas faça isso de forma sincera; não force. Todos nós queremos estar numa situação de poder e é isso que Carnegie ajuda a construir com esses seis princípios.

Tendo em mente que Carnegie já nos ensinou duas lições básicas para a construção de boas relações pessoais, ou seja, o canivete suíço de técnicas e táticas para lidar com pessoas está quase completo. O que faltaria? Um bom descritivo de como persuadir alguém e compartilhar a sua forma de pensar. Pode soar maquiavélico, mas é importante entender que persuadir não é uma tarefa ruim; mas sim algo que passamos diariamente em diversas situações.

Todos nós, seres humanos, somos formados por uma série de vieses e reveses e nesse sentido o trabalho de persuasão é justamente para conseguirmos construir uma base maior de seguidores.

Essas lições passadas por Carnegie, na terceira parte do livro, podem ser aplicadas a todos, mas é de extrema valia para pessoas públicas, vendedores, jornalistas, empresários e políticos. Entender como conseguimos quebrar uma série de barreiras que o próximo possui ao seu redor é muito importante, afinal o que o queremos é construir relações duradouras e sinceras.

Nesse sentido, o livro recomenda evitar todo tipo de discussão. Afinal, discussões são infrutíferas, pois não há maneira de sair de um vencedor. Isso porque você pode ou perder o argumento e se sentir derrotado ou vencer o argumento e fazer o seu interlocutor se sentir derrotado. Nenhuma das opções é boa para quem quer formar uma relação, sendo a segunda ainda pior do que a primeira.

A estratégia apresentada por Carnegie é começar de maneira amigável, não combativa, e fazer com que a pessoa pense que a ideia que você está sugerindo veio dela própria. Aqui o que vale é utilizar todas as técnicas já apresentadas durante o livro, utilizando uma leve pitada de oratória e inteligência emocional, para que então haja a construção de pontes e não barreiras. Tudo isso se relaciona com os doze princípios para conquistar pessoas para o seu modo de pensar.

Para isso, é necessário honestamente ver as coisas do ponto de vista da outra pessoa e deixar que ela fale a maior parte do tempo, especialmente sobre assuntos que a interessam. Desafios e apelos a nobres sentimentos também são recomendados como técnicas complementares. Além disso, saber como encaixar os todos os princípios numa dinâmica diária, ou seja, saber como se conecta o princípio 1 ao 12. São esses princípios: 1. Evite discussões, é a única maneira de ganha-las, 2. Respeite a opinião dos outros, nunca diga: “Você está enganado”, 3. Se estiver errado reconheça o erro de forma rápida e enfática, 4. Comece de maneira amigável, 5. Consiga repetidos “sim, sim”, 6. Deixe que a outra pessoa fale por boa parte da conversa, 7. Deixa a outra pessoa sentir que a ideia é dela, 8. Procure honestamente ver as coisas do ponto de vista do outro, 9. Seja receptivo às ideias e desejos do outro, 10. Apele para os mais nobres motivos, 11. Dramatize as suas ideias, 12. Lance um desafio.

Na última parte do livro, o autor nos traz recomendações para quem quer assumir o papel de líder em diferentes situações. A Liderança foi outro dos denominadores comuns que Napoleon Hill encontrou nas 6 mil entrevistas que fez com pessoas de sucesso para escrever o livro A Lei do Triunfo, ou mesmo o que Jim Collins aponta como o fator diferenciador de empresas vencedoras.

Os princípios de liderança indicados nessa última parte do livro, sugeridos por Dale Carnegie, formam uma congruência forte com os de diversos outros livros considerados de autoajuda e que também foram bem-sucedidos, como O Monge e o Executivo de James C. Hunter e também com o livro Líderes Se Servem por Último de Simon Sinek.

Nesse ponto do livro, o autor sugere que a liderança realmente eficaz parte do líder que é servidor, sendo assim Carnegie levanta os seguintes pontos de relevância: 1. Comece com um elogio ou uma apreciação sincera, 2. Chame a atenção para os erros das pessoas de maneira indireta, 3. Fale sobre os seus erros antes de criticar os das outras pessoas, 4. Faça perguntas ao invés de dar ordens diretas, 5. Permita que a pessoa salve o seu próprio prestígio, 6. Elogie o menor progresso e elogie todo o progresso. Seja sincero na sua apreciação e pródigo no seu elogio 7. Proporcione à outra pessoa uma boa reputação para ela zelar.

É importante entender que esse livro é realmente um guia prático de como construir relações saudáveis. Após a leitura deste livro é perceptível a mudança de postura de quem passou por esse aprendizados e é forte também a percepção sobre a falta de pessoas nos dias atuais que realmente se importam com essa linha de comportamento.