Princípios da Inovação #1 - A verdadeira aprendizagem nos Programas de Inovação
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Princípios da Inovação #1 - A verdadeira aprendizagem nos Programas de Inovação

Fico muito feliz em estrear a série "Princípios da Inovação".

Rafael Fernandes
4 min
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Fico muito feliz em estrear a série "Princípios da Inovação".

Semanalmente, irei compartilhar visões e reflexões sobre temas essenciais ligados ao desenvolvimento de estratégias e programas de inovação que geram efetivamente resultados nas organizações, com profundidade, separando o joio do trigo, retirando a espuma, fugindo do hype do momento.

Na primeira edição, vamos abordar um dos pilares da inovação sustentável:

A verdadeira aprendizagem dos indivíduos e das organizações.

A inovação, em sua essência, consiste em se ter clareza dos caminhos mais adequados para desenvolver e entregar novas propostas de valor. Existem uma infinidade de caminhos possíveis, mas poucos deles de fato são os caminhos viáveis.

O processo de inovação busca iluminar a estrada, para que seja possível visualizar a rota ideal.

Até aí, nenhum segredo.

Na definição acima, devemos nos atentar ao trecho: “Clareza dos caminhos adequados”.

Como é possível ter clareza sobre qual a forma ideal de entregar um novo serviço, um novo produto, realizar seu trabalho de uma forma mais eficiente, ou até mesmo desenvolver um modelo de negócios que vai disruptar todo um mercado?

A resposta: Por meio do aprendizado. Tentativa, erro, testes, validação, aplicação de teorias e frameworks ao mundo real.    Na prática, a organização está aprendendo como fazer, por meio da sua interação com a realidade.  

Logo, entendemos que a inovação depende diretamente da capacidade de aprendizado das pessoas e da organização como um todo.

Em seguida, surge a seguinte pergunta: O que é aprender?

Peter Senge, autor do Best Seller clássico “A Quinta Disciplina” resume a aprendizagem da seguinte forma:

“A verdadeira aprendizagem chega ao coração do que significa ser humano.Através da aprendizagem, nos recriamos. Nos tornamos capazes de fazer algo que antes não conseguíamos fazer. Ampliamos a percepção do mundo à nossa volta.  Através da aprendizagem, ampliamos nossa capacidade criar o futuro.” (Peter Senge)

Pense um pouco: Você consegue enxergar uma relação dessa definição com suas experiências recentes em uma sala de aula, seja presencialmente ou virtualmente, sentado em um banco de faculdade ou de pós-graduação?

Se concordamos que as experiências educacionais modernas, em sua grande maioria estão distantes do significado mais real e profundo da verdadeira aprendizagem, devem existir outros caminhos para que indivíduos e organizações aprendam efetivamente e consigam transformar esse aprendizado em inovação que traga crescimento e sustentabilidade.

Como Indivíduos e organizações podem efetivamente aprender para inovar?

A profundidade da verdadeira aprendizagem exige a relação indissociável entre: Visão pessoal, conteúdo e aplicação.

Por visão pessoal, entende-se algo que se conecta verdadeiramente com o indivíduo, algo que faça sentido pra ele, que esteja de acordo com seus valores fundamentais, que ele verdadeiramente acredite no poder e na eficácia e que se encaixe em seu contexto de vida.

Por conteúdo, entende-se como as teorias, as metodologias, os frameworks utilizados para codificar uma mensagem complexa, composta por uma gama de conhecimentos relacionados, em algo simplificado e que possa ser compreendido de forma lógica.

E aplicação é o contexto da vida real. Utilizar efetivamente o conteúdo absorvido em situações que exigem adaptação, ajustes, erros, acertos e melhoria contínua.

Portanto, concluímos que, para que haja um sistema sustentável de inovação, indivíduos e organizações precisam ampliar continuamente suas capacidades de criação de valor no mundo real, por meio de informações, conteúdos e teorias, aplicados a temas que fazem sentido às suas vidas e ao contexto em que a organização está inserida.

Aprendizagem e Programas de Inovação

Seguindo esta linha de raciocínio, Programas de Inovação Corporativa devem englobar ações efetivas e sistemáticas de incentivo ao aprendizado dos indivíduos, fazendo com que esses aprendizados sejam escalados ao nível coletivo.

  • Trilhas de aprendizado que exploram temas e metodologias comprovados, juntamente com processos de discussão em grupo, reflexão e autoconhecimento em cada indivíduo, potencializando seus talentos e aptidões e culminam em atividades envolvendo desafios corporativos reais.
  • Co-criação de uma visão coletiva de futuro, por meio de uma comunicaçao clara e efetiva vinda da liderança, na condução do processo de transformação.
  • Processos e sistemas de geração de insights, por meio de iniciativas com a participação dos colaboradores, em todos os níveis.
  • Design e processos organizacionais que possibilitem experimentação constante, transformada em dados e insights estruturados, utilizados para a gestão efetiva de um portfólio de inovação diversificado.
  • Compromisso genuíno da alta liderança em promover reflexões e discussões, que causem a revisão periódica de seus modelos estratégicos, adaptando-os às respostas dadas pelo contato com a realidade.
  • Um sistema de gestão a partir de dados e informações, que tenha a capacidade de coletar, armazenar, organizar e apresentar esses dados de forma estratégica.

Em suma, não podemos pensar em um Programa de Inovação Corporativo estruturado, sem trazer os elementos da educação e do aprendizado para o centro da discussão.

Processos e iniciativas de inovação que não contemplem o desenvolvimento das capacidades das pessoas e da organização em transformar dados e informação em insights e iniciativas de valor, não passam de ações inefetivas no longo prazo.No final do dia, são as pessoas que realizam as transformações e criam o futuro que almejamos.

Esssas pessoas, atuando em conjunto, constroem as organizações que estão moldando nossas vidas, garantindo perenidade e protagonizando os cenários em todos os mercados.

Aprendizagem: Um princípio fundamental da Inovação que gera resultados.

Até semana que vem!

Rafael Fernandes é o autor da série "Princípios da Inovação".

Consultor de Inovação Sênior do Grupo JCPM, marido da Bia e pai do Benício.

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