O azul pode ser bem nauseante quando ficamos tempo demais nele. As ondas serpenteantes do mar turvam minha visão do mesmo tanto que as desgastam, e não é como se olhar para outro lugar fosse ajudar... para baixo o puro azul cristalino, para c...
O azul pode ser bem nauseante quando ficamos tempo demais nele. As ondas serpenteantes do mar turvam minha visão do mesmo tanto que as desgastam, e não é como se olhar para outro lugar fosse ajudar... para baixo o puro azul cristalino, para cima, o mesmo, nem minha visão lateral pôde me salvar da azulação completa dos meus sentidos, queria ser como aqueles que fecham os olhos quando estão aqui. |
Queria entender como uma cor tão ambientalmente excassa e quase instinta pode ser tão onipresente dessa forma, chega a ser irônico os rumos que estamos tomando. |
Acho que já deu para você perceber que quando se “tá nervoso” velejar de um canto para o outro nesse monocroma na intenção de caçar não é a melhor terapia. A real é que eu não to fazendo isso por esporte... não, pelo amor de Deus. |
Estar longe das pressões da minha esposa me ajuda, e a imcumbência de ter que trazer o sustento da noite para minha filha jantar me motiva a continuar... Vagando. |
Esse tipo de atividade geralmente requer calma, mas acontece que ter que obrigatoriamente estar calmo só me deixa mais ansioso, e me faz correr mais ainda contra o tempo. Mas não adianta eu andar rápido, de qualquer jeito eu dependo da minha presa aparecer. |
Sabe... eu tento me justificar pensando que isso é da minha natureza, mas a verdade é que eu me sinto covarde. Covarde por sempre enfrentar e tentar fisgar aqueles que são mais fracos que eu. |
Já estou aqui há quatro horas, e nada. Continuo em paciência em movimento, já consigo sentir a noite chegar e... Espera. |
Eu senti, eu senti algo! Não é pequeno, mas também não é muito grande. Há! Hoje tem! Hoje todos teremos o que comer e eu vou poder dormir! |
Olha só ele ali... estranhamente redondo e aparentemente suculento. Por quê ele não se mexe? Com certeza uma presa fácil... |
Olho para cima, para aquela criatura que quase voa de tão perto da borda que está. Então eu afio meus dentes, e nado para poder abocanhar um alvo fácil. |