O PRINCÍPIO BÁSICO DE OUVIR.
RESPEITAR OS DIREITOS DE PESSOAS AFETADAS PELO PROJETO E PROCURAR ENGAJÁ-LAS SIGNIFICATIVAMENTE EM TODAS AS FASES DO CICLO DE VIDA DAS ESTRUTURAS DE DISPOSIÇÃO DE REJEITOS, INCLUSIVE NA FASE DE FECHAMENTO. | ||
OUVIR A COMUNIDADE, este primeiro princípio poderia ser resumido nisso. É obvio que não haverá unanimidade, mesmo porque, soa clichê, mas é fato que toda unanimidade é burra. Mas dar ouvidos a comunidade é dar também a oportunidade de que eles falem as suas dores, e falar alivia essas dores. | ||
Com certeza o empreendedor não conseguirá atender à vontade de, por exemplo, não instalar a planta no local onde eles querem. Mas ouvir onde eles querem e perguntar: | ||
-Mas essa outra comunidade será impactada também, como poderemos chegar em um consenso? | ||
Muitos deles não são contra a mineração, mesmo porque TODOS nó precisamos da mineração, eles são contra as notícias ruins que os impactos da mineração podem trazer. Mas será que são contra os benefícios que o empreendimento irá trazer? Movimentar a economia, fomentando muitas vezes parques turísticos, trazendo oportunidades de negócios e crescimento econômicos? O fato é que os empreendedores ou as pessoas que fazem o relacionamento com as comunidades insistem em dizer que não haverá acidentes, que não haverá erros, mas a história prova o contrário, e principalmente for contada pelos "vilões", já falei sobre a terceirização desse relacionamento em um artigo. | ||
Muito melhor é dizer que há riscos sim, mas mostrar como estamos trabalhando para minimizar estes riscos, ambientais e humanos. Quais os profissionais que estão envolvidos para diminuir todas estas possibilidades. | ||
Sabe aquela cafeteria que você vai, porque o atendimento é bom, que você sabe o nome do caixa, da mulher que fica no balcão, que te trás um sorriso e te ouve muitas vezes nas suas horas de descanso? Pois então, as pessoas conseguem se aproximar de pessoas, principalmente quando o empreendimento é HUMANIZADO. | ||
Comunidade X, trouxemos o JOÃO (NOME FICTÍCIO) para o nosso Time, ele é uma pessoa que tem vasta experiência na área de gestão de riscos e emergências e colocamos ele à disposição de vocês para que a gente consiga construir algo JUNTOS. | ||
As pessoas se aproximam de quem tem nome, de quem humaniza. Uma das regras essenciais da negociação com Tentantes (nome que damos para pessoas que querem se suicidar, vitimas da Tentativa de auto-extremínio) é sempre chamá-los pelo nome. É também mostrar que vocês tem as mesmas dores, e que vários funcionários da empresa moram, trabalham almoçam naquela localidade, que vocês estão submetidos ao mesmo risco, e muitos deles nunca parou para pensar nisso. | ||
A comunicação clara e efetiva ajuda muito a dissipar rumores. Umas das ações que fazíamos por exemplo em Mariana e Brumadinho, quando ocorreram os incidentes foi de sempre das as coletivas nos mesmos horários. E mesmo quando não havia nada a ser dito, isso fez com que as pessoas da comunidade, a imprensa e quem quer que fosse, soubesse que as coletivas aconteceriam, 3 vezes ao dia e que não haveria necessidade de se especular, pois as informações oficiais seriam dadas pelas pessoas responsáveis. Por diversas vezes nós fazíamos uma avaliação de quais informações poderiam ser transmitidas, nós não falávamos tudo, mas falávamos. o que era essencial e necessário, além de ouvir e responder a comunidade. | ||
Outra situação e que a comunidade tenha a segurança de que queixas, reclamações e até denuncias serão encaminhadas, analisadas e respondidas de forma sigilosa, caso queiram. Cabe ao empreendedor também saber que pode haver um abuso de algumas pessoas que queriam prejudicar algumas ações, mas vale ter uma equipe de ouvidoria para que as queixas sejam apuradas e se forem pertinentes serem solucionadas. | ||
O relacionamento com a comunidade será um casamento a partir do momento que o empreendimento for instalado, e muitas vezes ele durará anos, as vezes mais que alguns casamentos, então para isso é importante que a comunidade saiba quais riscos, e beneficíos que eles terão a médio e longo prazo, e principalmente, que tenham a plena noção real do risco, se houver, e quais serão e medidas que a empresa está adotando para minimizar ao máximo os possíveis danos. Lembrem-se, risco ZERO não existe ( isso daria uma curso ou palestra) mas é possível sim minimizar danos a quase zero, e fazer com que principalmente não exista perda de vidas. | ||
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