Acho que todos nós temos alguma relação com chanel nº 5, seja por ter sido usado por Marilyn Monroe ou por ter alguém em sua família que o usava. A primeira vez que o experimentei foi em uma viagem, aos 15 anos, detestei, achei que era cheiro...
Acho que todos nós temos alguma relação com chanel nº 5, seja por ter sido usado por Marilyn Monroe ou por ter alguém em sua família que o usava. A primeira vez que o experimentei foi em uma viagem, aos 15 anos, detestei, achei que era cheiro de armário fechado. Aquela avalanche de aldeídos, naquela idade, eu ainda não podia compreender. Muito mais tarde recebi em uma compra uma amostra do Nº 5 L'Eau e foi paixão a primeira vista. Queria litros para me banhar com ele. Quando finalmente consegui comprá-lo, foi uma reação em cadeia, logo também consegui o Eau Premiere, e alguns anos mais tarde o Eau de Parfum e o Eau de Toilette, mas ter a versão extrait é um momento a parte na minha jornada perfumística. Muitos não sabem, mas essa é versão em que ele foi primeiro criada por Ernest Beaux em 1921 e pode-se dizer que a Chanel tem feito tudo em seu poder para manter todo o seu brilho e perfeição, inclusive comprar os seus próprios campos de jasmim e rosa em Grasse. Tudo é reconhecível, mas ele mais macio, avelulado e delicado do que as outras versões. A sua secagem é como se os anjos o levassem para perto das nuvens para perceber toda a sua suavidade e beleza. É divino e na minha opinião não há nada igual. Em um de seus livros Luca Turin levanta a questão se Nº 5 é um dos perfumes mais vendidos até hoje por causa do marketing ou por causa da fragrância em si. E sua resposta é simples: "nós não usamos Nº 5 porque Marilyn Monroe o usava, mas nós o usamos pela mesma razão pela qual ela usava: porque é maravilhoso". Finalizo assim minha pequena declaração de amor a essa obra de arte. | ||