Sua Empresa está preparada para outra CRISE?

Como diria o lendário Herói Chapolin Colorado  - Palma, palma, não priemos cânico. Ninguém está dizendo que teremos outro lockdown, ou que as medidas restritivas irão voltar; mas se você não conhece o Chapolin Colorado, sugiro que procure por ele no Google. 

Mas a realidade não pode ser ignorada, e as medidas realizadas em 2020 durante o surto de COVID 19 revelarem a triste verdade sobre a  grande maioria dos pequenos empreendedores; a falta de preparo e planejamento para situações de crise.

E não me refiro somente aos donos de Box, Estúdios e academias, isso foi percebido em vários segmentos. 

Não importa se você tem um restaurante, salão de beleza, lanchonete ou uma pequena boutique de roupas, a pandemia acabou com o pouco de tranquilidade do pequeno empreendedor brasileiro. E escancarou a falta de preparo que nos atormenta.  

Independente do que possa acontecer no futuro, o fato é que é impossível prever qualquer coisa. Se você já ouviu falar do escritor Nassim Nichola Taleb, é provável que também tenha ouvido falar de um dos seus livros mais famosos chamado “A Lógica do Cisne Negro”. E a mensagem que quero trazer é justamente a que está dissecada nesse livro. 

A lógica do Cisne Negro é sobre a principal área de estudo de Taleb, os efeitos da aleatoriedade nos acontecimentos que afetam nossas vidas de formas totalmente inimagináveis e imprevisíveis. Segundo o autor, um acontecimento para ser categorizado como um Cisne Negro, precisa ser imprevisível e ter resultados extremamente impactantes no momento histórico em que ele ocorre. 

Foi o que aconteceu com o onze de setembro, por exemplo. Onde o mundo parou e observou atônito dois aviões cheios de passageiros se chocarem contra os dois maiores edifícios do mundo. Nunca, desde o início da aviação moderna, alguém jamais havia imaginado que aquele tipo de atentado terrorista seria possível contra a maior nação do mundo. E mesmo assim ele aconteceu, e trouxe consequências extremamente impactantes sobre a vida de todas as pessoas do planeta. 

Quase vinte depois, somos novamente assolados com um fato histórico de proporções mundiais e com consequências dignas de um filme de holocausto zumbi ou alienígena. Pior ainda, como no filme de 1995 chamado Pandemia, onde Dustin Hoffman é um cientista militar que precisa descobrir a origem de uma variação de um vírus mortal que havia sido previamente desenvolvido em laboratório para ser usado como arma biológica. A diferença, é que no filme somente uma cidade Americana é isolada, ao contrário do que presenciamos em 2020, e a solução que o General malvadão, interpretado por Morgan Freeman toma; é ......

Não vou contar. Assista o filme, vale a pena.  

O fato é que em 2020 vimos nossas vidas serem colocadas em espera, e fomos aprisionados dentro de nossas próprias casas, sem a menor consideração sobre quais efeitos essas atitudes poderiam trazer para o presente, e que tipos de resultados veríamos no futuro. E ninguém nunca havia sequer cogitado a possibilidade de que uma coisa dessas pudesse efetivamente vir a acontecer, tanto é que, o que mais ouvimos as pessoas falarem foi justamente como isso as pegou de surpresa. Ninguém esperava ficar trancado dentro de casa por sabe-se lá quanto tempo. 

Obviamente, se o Willian Bonner tivesse alertado você em 2015 que dentro de cinco anos todos seríamos obrigados a tirar férias forçadas (para alguns) dentro de casa, talvez as coisas tivessem sido um pouco diferentes. E é justamente esse o ponto do livro de Taleb. Se soubéssemos de antemão, o efeito seria outro, e consequentemente o impacto muito menor; logo esse fato não existiria. Apesar dele mesmo dizer ser impossível prever qualquer coisa, e não haver nada que possamos fazer para evitar nossa exposição à um acontecimento categorizado como Cisne Negro, podemos ao menos tentar diminuir os efeitos negativos dessa exposição à nossa realidade. 

E isso acabou se mostrando verdadeiro, pois ações cotidianas que são sinônimos de boa gestão, fizeram muita diferença para os empresários que dependiam especificamente de pessoas para manterem seus negócios funcionando. E isso ficou ainda mais evidente quando começamos a andar pelas ruas depois de alguns meses e percebemos que algumas empresas não voltaram a abrir as portas. 

Falo isso, porque foi exatamente o que aconteceu conosco. Sem saber o que estava por vir, e principalmente sem saber que todo o trabalho realizado desde 2016 seria duramente testado. As ações que tomamos são ações consideradas básicas na gestão de qualquer empresa. E outras mais específicas dentro do nosso segmento de atuação.

Se você é dono de um Box, estúdio ou academia procure fortalecer a sua comunidade, criando um laço afetivo forte com os seu alunos através de um atendimento de qualidade. Estabeleça experiências valiosas para que seus alunos se sintam parte de algo que vai além da simples prática esportiva.

Segundo; organize suas contas. Saiba quanto custa a sua operação, e se programe para construir um fundo de emergência, reserva, caixa gordo, enfim, chame do que quiser. Se esforce para criar um caixa seguro, não existe formula ideal e isso é extremamente difícil para a maioria dos negócios uma vez que quase todos vivemos na corda bamba entre contas e impostos. Mas comece guardando o quanto puder; é melhor ter alguma coisa do que não ter nada. 

Quando a pandemia estourou e fomos obrigados a fechar, eu tinha garantido um caixa para praticamente 2 meses de operação sem faturamento. Eu não imaginava que precisaria desse dinheiro para manter o negócio vivo, mas foi o que nos ajudou a passar pela pandemia sem maiores problemas. Pagamos todos os colaboradores e cumprimos todos os nossos compromissos. Ninguém ficou desamparado, e nossa comunidade estava tão sólida, tão integrada, que entendeu a situação e não nos abandonou. Muito pelo contrário, aqueles com mais condições se ofereceram para ajudar. 

Construa uma relação transparente e honesta com a sua equipe. Mesmo sem poder estarmos todos presentes, nossa equipe entendeu o momento e a gravidade da situação, e prontamente se dispôs a nos ajudar a encontrar soluções viáveis para mantermos o negócio funcionando. Todos participaram ativamente da prestação do nosso serviço dentro do novo modelo que a situação demandava. 

O resultado disso, foi uma comunidade mais forte, um aumento na percepção de valor sobre a nossa empresa e uma sensação de tranquilidade e solidez tanto para os nossos clientes como colaboradores, pois comprovamos a solidez e a estrutura necessária para passarmos por situações adversas. Cuide sim das pessoas, mas primeiro cuide do seu caixa, pois sem ele você não cuidará de ninguém.