AMADO E AGRADÁVEL
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AMADO E AGRADÁVEL

AMADO E AGRADÁVEL.

Manoel Veríssimo Ferreira Neto
5 min
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AMADO E AGRADÁVEL.

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A leitura de hoje é pontual para aqueles que, assim como eu, têm mais de um filho, e os amam de igual maneira, sem distinção, porém, em determinadas situações se agradamos mais com a atitude um do que do outro.

No capítulo 5 da obra “Até que nada mais importe” do Pr Luciano Subirá, o autor trata de um tema que faz ligação direta da relação pai e filhos. Deus enquanto nosso senhor e criador ama de maneira uniforme todos os seus filhos. Porém há uma diferença entre ser amado por Deus e ter uma maneira de viver a vida cristã que seja agradável a Ele.

Para aqueles que são filho de famílias com mais de um filho, provavelmente já tiveram a sensação de seus pais serem mais receptivos a ações de seu (s) irmão (s) do que a suas, chegando ao ponto de pensar: meus pais amam mais um do que o outro. Por vezes são pensamento que na vida adulta evitamos trazer a memória, mas permearam a infância de quem se enquadra na situação aqui posta.

Um carinho recebido, um presente, um simples gesto personalizado a um dos filhos poderia gerar um sentimento de tristeza e até mesmo de revolta.

Na condição de pais de três crianças em tenra idade, juntamente com minha esposa Daiane, temos que administrar situações como essa, principalmente quando o pedido de um deles não é atendido. Frases como: Vocês não me amam mais… ninguém gosta mais de mim… mesmo que não recorrentes, já foram proferidas no ceio do nosso lar.

Sempre que analisamos o contexto em que esses sentimentos são externados (mesmo que por birra) e não maioria o é) algo que queriam não foi atendido, ou foram privados de ter aquilo que seus irmãos receberam. Deferências e castigos são comportamentos reflexos e forma de educação, pelo menos assim pensam os pais.

Esse assunto para uns tende a ser um tabu, uma coisa que não deve ser explorada e a justificativa sempre é a mesma: devemos amar nossos filhos de forma incondicional e igualitária. A premissa é verdadeira, porém o pastor Luciano faz uma distinção que ao meu pensar é o ponto que não deixa aquele que se sentem na defensiva de avançar na discussão do tema: SER AMADO NÃO TEM NADA HAVER COM SUA PERFORMANCE, APENAS COM O QUE VOCÊ É!

Por óbvio que Deus nos ama de maneira incondicional, porém se quisermos agradá-lo, ai é outra coisa. Não podemos fazer nada para que ele nos ame mais, também não podemos fazer nada para que ele nos ame menos, mas quanto ao prazer que ele sente em nossas atitudes para com ele, isso sim é de nossa inteira responsabilidade.

Jesus ao contar a parábola do filho pródigo, não disse que o pai estava desmotivado em amar o filho rebelde que escolheu outro caminho ao convívio do pai. O amor daquele pai não tinha nada haver com a performance do filho. O amor daquele pai estava além da performance do filho, que naquele momento por óbvio não o tinha agradado. O valor que Deus tem nós não relação com que o somos aprazíveis. Todos nós temos o mesmo valor e somos amados aos olhos do pai. Porém a pergunta a ser feita é: estamos agradando a Deus? O princípio de agradá-lo é bíblico:

"Finalmente, irmãos, vos rogamos e exortamos no Senhor Jesus, que assim como recebestes de nós, de que maneira convém andar e agradar a Deus, assim andai, para que possais progredir cada vez mais". (1Ts 4.1)

Segundo o livro de Romanos (8.8) os que estão na carne não podem AGRADAR A DEUS. De fato, sem fé é impossível agradar a Deus (Hb 11.6). Ou seja, uma pessoa que está na carne e sem fé é amada por Deus, todavia ela não o está agradando! Certo é que tanto o ser amado por Deus como o ser agradável a Deus estão relacionados com valor.

Todos nós temos o mesmo valor e somos amados aos olhos do pai. Porém a pergunta a ser feita é: estamos agradando a Deus?

A falta de compreensão quanto a distinção entre ser amado e ser agradável nos tem impedido de avançar ao nível máximo de intimidade com  nosso criador. Assim como filhos que são incondicionalmente amados por seus pais, o nosso “serviço” para com ele nos torna agradáveis aos seus olhos.

A lei de intensidade de doação (reciprocidade) define como seremos tratados por Deus. Ezequiel 47 é um excelente paralelo de que somos nós que escolhemos esse limite de reciprocidade:

“E saiu aquele homem para o oriente, tendo na mão um cordel de medir; e mediu mil côvados, e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos artelhos. E mediu mais mil côvados, e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos joelhos; e outra vez mediu mil, e me fez passar pelas águas que me davam pelos lombos. E mediu mais mil, e era um rio, que eu não podia atravessar, porque as águas eram profundas, águas que se deviam passar a nado, rio pelo qual não se podia passar”. (Ez 47:3-5)

A lição que extraímos do texto acima é de que “não é o rio que invade a nossa vida, mas nós que precisamos entrar no rio e verificar a sua profundidade” (p. 55). Para transbordamos de um relacionamento com Deus devemos buscar uma enchente, devemos experimentá-la!

Com as experiências espirituais não é diferente! Uma amostra desse mover de Deus é relatada no livro de 2 Reis 13:

“E Eliseu estava doente da enfermidade de que morreu, e Jeoás, rei de Israel, desceu a ele, e chorou sobre o seu rosto, e disse: Meu pai, meu pai, o carro de Israel, e seus cavaleiros! E Eliseu lhe disse: Toma um arco e flechas. E tomou um arco e flechas. Então disse ao rei de Israel: Põe a tua mão sobre o arco. E pôs sobre ele a sua mão; e Eliseu pôs as suas mãos sobre as do rei. E disse: Abre a janela para o oriente. E abriu-a. Então disse Eliseu: Atira. E atirou; e disse: A flecha do livramento do Senhor é a flecha do livramento contra os sírios; porque ferirás os sírios; em Afeque, até os consumir. Disse mais: Toma as flechas. E tomou-as. Então disse ao rei de Israel: Fere a terra. E feriu-a três vezes, e cessou. Então o homem de Deus se indignou muito contra ele, e disse: Cinco ou seis vezes a deverias ter ferido; então feririas os sírios até os consumir; porém agora só três vezes ferirás os sírios”

Essa passagem demonstra um rei que já havia experimentado o me de Deus, e que novamente havia recebido uma promessa expressa de seu poder, porém se limitou a sua visão carnal e sua necessidade momentânea.

O ato profético foi limitado pela crença limitada de Jeoás! A quantidade de vitórias do rei foi determinada não pela promessa, mas pela fé que deve. Não adianta promessa sem fé. As escrituras nos ensinam que é com fé que herdamos as promessas (Hb 6.12). Em outras palavras, não basta ter promessa (ainda que divina) é preciso ter fé.

Nas páginas da obra em estudo há referência a uma frase de Jhon Bevere:

Deus não responde à nossa necessidade, ele responde a nossa fé”. Ela simplifica e resume essa verdade bíblica.

A mutualidade aqui discutida não deve ser entendida como uma troca por interesse, mas por óbvio que cuidando dos interesses de Deus ele cuidará dos nossos:

“Buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça, e todas as coisas lhe serão acrescentadas” (Mt. 6.33). “Cuidem do que é meu e eu cuidarei do que é de vocês”

Se colocarmos o reino em primeiro lugar, o resto nos será dado! Essa lei da reciprocidade nos ensina a cuidar cada vez mais e com mais responsabilidade das coisas do Senhor até que nada mais importe! Aleluia.