Esqueça as planilhas, comece a contar histórias
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Esqueça as planilhas, comece a contar histórias

Cada vez mais nos tornamos reféns da facilidade, da agilidade e da velocidade. Além disso, as tecnologias melhoraram muitas coisas e tornaram nossa vida melhor.

João Bracht
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Suzy Hazelwood, from <a href="https://www.pexels.com/pt-br/foto/foto-em-tons-de-cinza-de-fotos-antigas-3617568/">Pexels</a>
Suzy Hazelwood, from Pexels

Cada vez mais nos tornamos reféns da facilidade, da agilidade e da velocidade. Além disso, as tecnologias melhoraram muitas coisas e tornaram nossa vida melhor. Porém, isso não está apenas nos deixando mais ansiosos e depressivos, mas sem vontade de dedicar tempo e esforço para tarefas básicas como interpretar um texto.

Imagina, então, quando nos deparamos com uma quantidade expressiva de dados, algumas vezes sem muito sentido à primeira vista, mas que precisam da nossa plena atenção para dar sequência em um projeto ou garantir que alcancemos nossas metas?

Existe um livro muito conhecido que fala e prova justamente isso: a forma como você apresenta uma informação pode influenciar diretamente no seu objetivo com aquilo. O livro Storytelling Com Dados, escrito por Cole Nussbaumer Knaflic, apresenta a importância do contexto e de "contar histórias" nessas situações.

A importância do contexto

A área de tecnologia como um todo é uma ótima referência na gestão de projetos, quando acontece de forma estruturada. Nada mais triste para um desenvolvedor do que criar uma nova funcionalidade sem saber de fato onde, quando e porque ela será usada pelo usuário e ter que refazer o trabalho depois de descobrir sua verdadeira utilidade.

Entender o contexto da sua entrega é o primeiro passo de qualquer solução. Não adianta em nada correr para solucionar algo sem antes definir os fundamentos e validar com todos os stakeholders. Evite retrabalho, evite ficar frustrado no final do dia.

Quando voltamos ao mundo dos dados fica ainda mais desafiador. Primeiro, nem sempre as pessoas entendem como será a sua entrega ou em como você vai conseguir ajudá-la. Segundo, as pessoas acabam tendo uma visão pouco aprofundada do que querem e cabe a você fazer as perguntas certas para evitar transtornos futuros.

Saiba para quem irá apresentar

Além de validar o contexto da análise, é crucial entender o público-alvo da apresentação. Dependendo do perfil das pessoas, a forma como os gráficos são criados e o nível de granulação dos dados fazem a diferença.

Os marketeiros chamariam de "persona" ou "perfil ideal" e isso não muda em projetos de análise de dados. Acaba sendo um processo de empatia para, de fato, se colocar no lugar do usuário e criar a melhor versão na ótica dele usando a sua experiência.

Filtrar por data e/ou categorias, gráfico em barra ou tabela, segmentação dos dados antes de apresentar etc. são alguns exemplos de alterações que podem impactar diretamente no melhor aproveitamento de um dashboard ou relatório.

Não se prenda em ferramentas, não seja fanboy

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Power BI é legal. Metabase é poderoso. Data Studio funciona também. Você não precisa tatuar na pele que ama uma ferramenta de criação de dashboards, apenas entenda qual a melhor para usar em determinada situação e para determinado público.

Obviamente, na prática acabamos nos especializando em algumas ferramentas específicas, mas isso não tira o mérito de conhecer outras e estar disposto a alterar de acordo com o projeto. Lembre-se que o dado é o mesmo, mas a apresentação em si e o usuário final mudam.

Ajudar no entendimento dos fatos, não só jogar os dados na cara

Com esses processos você deixa de lado aquela planilha bruta que ninguém entende o que significa em cada coluna, muito menos em cada linha, e começa a apresentar o fato resultante daqueles dados.

Além de facilitar a leitura dos usuários, você possui um poder fundamental de interpretar anomalias ou outliers e facilitar a visualização deles ao longo da apresentação. Muitas vezes o seu público não tem experiência com estatística e você começa a entregar mais valor.