O Trabalho Digno e Nossas Gerações
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O Trabalho Digno e Nossas Gerações

No dia 01 de maio é comemorado o Dia Internacional do Trabalhador. Essa data, que é repleta de símbolos da conquista dos direitos dos trabalhadores ao redor do mundo inteiro, como a própria jornada de trabalho menor e mais "humana", contempla...

Matheus Soares
4 min
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No dia 01 de maio é comemorado o Dia Internacional do Trabalhador. Essa data, que é repleta de símbolos da conquista dos direitos dos trabalhadores ao redor do mundo inteiro, como a própria jornada de trabalho menor e mais "humana", contemplando, por exemplo, as 44 horas semanais que temos no Brasil.

Essa jornada chegou a ter 100 horas semanais, quando não se havia regulamentação sobre a quantidade negociada de horas. Somente se "baixava a cabeça e trabalhava".

Como acontece com tudo, no entanto, o pêndulo dos direitos hoje nos traz desafios imensos. Mas também uma oportunidade única de se destacar, individualmente falando.

"O trabalho dignifica o homem" é uma frase que foi, ao menos inicialmente, relacionada aos ensinamentos católicos. Depois, com a ampliação das posteriores "revoluções", foi ligada também a aspectos políticos do próprio conservadorismo. Independente de qualquer coisa, ela é um fato.

A maior parte dos aspectos de nossa dignidade como humanidade vem do trabalho e de tudo o que ele nos propicia.

É o ambiente no qual se constroem e desenvolvem a nossa maior parte das nossas relações sociais, de onde saem os recursos financeiros para que possamos viver e, com o passar da vida e de nosso crescimento/desenvolvimento das competências, melhorar nosso padrão de vida, e, para aqueles que desejarem, de onde sairá o sustento de sua família.

O desafio é fazer isso no meio de uma geração de trabalhadores que inverteu a ordem.

Se antes "o trabalho dignifica o homem", convivemos diariamente com trabalhadores que esperam e incentivam entre seus pares o completo oposto disso. Seria quase algo como "o homem dignifica o trabalho" ou que "o homem digno trabalha". 

Escrevo isso com a ideia de abrir seus olhos para o perigoso caminho de se inverter essa ordem.

Para que você possa compreender o momento que vivemos, pare um pouco e imagine aquilo que conhecemos como "direitos" e "deveres". Todos temos nossos direitos, correto? Mas eles existem dentro de um contexto no qual precisamos cumprir nossos deveres. Assim, cumprimos nossos deveres e, então, temos nossos direitos assegurados, concorda?

Bom, o quadro de colaboradores das empresas contemporâneas estão repletos de pessoas que gritam aos 4 ventos pelos supostos direitos, pela suposta dignidade, mas não cumprem seus deveres, ou seja, simplesmente não trabalha da melhor maneira para seus interesses (que devem estar completamente alinhados ao interesse do local no qual - e para qual - se trabalha).

Por isso te alerto sobre o cuidado com essa inversão. Cuidado pois é o TRABALHO que nos dignifica. Antes é preciso, portanto, TRABALHAR, de fato.

Trabalhar, ser produtivo, eficiente e fazer com que seu salário (ou seus ganhos, se trabalhar em seu próprio negócio) seja uma parte EXTREMAMENTE pequena do valor que você gera para outras pessoas e outros negócios.

Trabalhar não é fugir de suas responsabilidades. Trabalhar não é ficar quieto enquanto outras pessoas se desdobram para fazer entregas que são suas, mas que você prefere "poupar o esforço". Trabalhar não é deixar "as coisas acontecerem", quando você sabe exatamente o que poderia ser feito para que as coisas não desandassem.

Trabalhar é, de fato, se dedicar com cuidado, carinho e profundidade àquilo que você faz, da melhor forma possível, custe o que custar.

E agora vai um recado àqueles que trabalham para outras pessoas: não se preocupe em ser reconhecido ali. Se você tiver essa postura e não for reconhecido no lugar no qual trabalha hoje, o mercado tratará de te dar o devido reconhecimento. E na maioria das vezes ele vem com "juros e correções monetárias" para você. Não se preocupe, essa é uma oportunidade única de se destacar no meio dessa geração de trabalhadores "mal compreendidos".

Independente do que te aconteça, seja protagonista e fuja de rodas de conversas de problemas e vitimismo.

Custe o que custar, "trabalhe e, então, será dignificado".

Boa semana e ótimo trabalho!