Entenda como se reforça o time que mais ameaça Fla, Galo, Palmeiras e Corinthians na Libertadores 2022
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Entenda como se reforça o time que mais ameaça Fla, Galo, Palmeiras e Corinthians na Libertadores 2022

Depois de ganhar duas Libertadores, em 2015 e 2018, fazer outra final em 2019, sem contar a Sul-americana de 2014 e taças dentro da Argentina, o River Plate ficou mais fraco. A crise financeira abateu o país e, consequentemente, seus clubes d...

Mauro Cezar Pereira
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O técnico Marcelo Gallardo (centro) e seis de seus reforços para 2022 - Foto: Reprodução Twitter CARP
O técnico Marcelo Gallardo (centro) e seis de seus reforços para 2022 - Foto: Reprodução Twitter CARP

Depois de ganhar duas Libertadores, em 2015 e 2018, fazer outra final em 2019, sem contar a Sul-americana de 2014 e taças dentro da Argentina, o River Plate ficou mais fraco. A crise financeira abateu o país e, consequentemente, seus clubes de futebol.

Jogadores como Gonzalo Montiel, Jorge Carrascal, Rafael Borré, Martínez Quarta, Nacho Fernández, Exequiel Palacios, Lucas Alario, Sebastián Driussi deixaram o clube pouco a pouco. O técnico Marcelo Gallardo ainda manteve certa competitividade com jovens e jogadores mais baratos.

Mas para 2022 o River não apenas conseguiu manter seu campeoníssimo treinador, ainda o mais bem pago da América do Sul, como foi ao mercado. Mas como os Millonarios conseguiram arrumar dinheiro para conseguir esses reforços e segurar seu técnico?

Conversamos com vários jornalistas argentinos para tentar entender melhor o cenário do River Plate, batido por clubes brasileiros nas três últimas Libertadores, respectivamente por Flamengo, Palmeiras e Atlético Mineiro. Mas que promete vir muito mais forte desta vez.

"Também não sabemos como fazem isso aqui. O clube tem dívidas e continua incorporando jogadores. Falou-se até que iriam comprar Castellanos por US$ 12 milhões. Enquanto isso, eles não pagam dívidas que têm com outros clubes por passes de jogadores. realmente é inexplicável", resume Ramiro Árias.

De fato, muito se comentou sobre a possibilidade de o atleta, aos 23 anos, trocar o New York City pelo River Plate em negócio de US$ 11,5 milhões. Isso por 50% dos direitos econômicos do jovem centroavante. Mas ele acabou ficando nos Estados Unidos, ao menos por enquanto.

"O River recebeu muito dinheiro em patrocínio e vendas. E não gastou tanto dinheiro, pois Quintero e Mamanna chegaram livres; González Pirez, Pocchetino e Barco por empréstimo. Compras mesmo só Elias Lopez e Andrés Herrera, mas apenas porcentagens", argumenta Pablo Lejder.

Conhecedor dos bastidores Millonarios, Nadir Ghazal diz que "como acontece em todos os lugares. Quando um time vence, há coisas que são encobertas e não comentadas". Para o repórter, à medida que o River ganha, as dívidas são deixadas de lado. "No dia em que começar a dar errado no campo, a bagunça econômica vai aparecer", prevê.

Alexandre Marinelli, por sua vez, ressalta que o estádio Monumental de Nuñez está passando por ampla reforma. Ele destaca que o novo presidente, Jorge Brito, herdeiro de seu falecido pai, Jorge Horacio Brito, como dono do Banco Macro, negocia com empresas estrangeiras um acordo de US$ 20 milhões pelos naming-rights, dinheiro que seria utilizado nas obras.

"O River é um dos times com mais dívidas na Argentina, como San Lorenzo e Independiente. A diferença é que tem um patrimônio muito maior. Foi assim que pagou uma dívida que tinha com a AFA pedindo um empréstimo ao banco e colocando como garantia duas prestações de Gonzalo Montiel com o Sevilla, vendido aproximadamente €6 milhões", frisa Cristian Del Carril.

Para Martin Blotto, os reforços passam pela assinatura de contratos milionários com Adidas, Socios.com, Amazon e perspectiva de venda do nome do estádio. "São receitas superiores a US$ 100 milhões os quatro anos de mandato do presidente Brito. O dinheiro da venda de jogadores é adicionado a isso", assegura.

Vasco Gorrochategui, por sua vez, admite que trata-se de uma situação que chama a atenção dos argentinos. "O novo presidente está protegido por seu banco. Além disso, a venda histórica de Julián Álvarez ao Manchester City por €18,5 milhões, mais o bônus, tem grande influência na possibilidade de fazer esses contratos", acrescenta, referindo-se ao atacante que seguirá no River pelo menos até julho de 2022.

Certo é que o River Plate deverá ser, em 2022, um adversário bem mais complicado para os mais fortes times do Brasil na Copa Libertadores. Como a conta será paga amanhã? Em Nuñez isso parece não ser preocupação no momento, como ocorre até hoje, com grandes clubes brasileiros.

Os reforços do River Plate:

González Pirez, 30 anos, zagueiro que vinha atuando na Major League Soccer pelo Atlanta United. Revelado pelo próprio River Plate em 2011, volta ao clube após sete anos depois de rodas por outros clubes argentinos e atuado no México, além dos Estados Unidos no período.

Tomás Pochettino, meia de 26 anos, surgiu no Boca Juniors, passou por Defensa y Justicia e Talleres de Cordoba, antes de chegar ao Austin, Texas. Saiu do futebol norte-americano para reforçar o elenco de Marcelo Gallardo, por empréstimo até o final de 2022.

Emanuel Mammana se destacou em seleções argentinas de base e é outro revelado pelos Millonarios repatriado nesta temporada. Aos 26 anos, o zagueiro volta ao River Plate após passagens pelo futebol francês (Lyon) e russo (Zenit e Sochi).

Juan Quintero, meio-campista colombiano de 29 anos, estava no River Plate, emprestado pelo Porto, na campanha do título da Libertadores em 2018, vencendo o Boca Juniors na final, em Madri. Chega por empréstimo, cedido até o fim deste ano pelo Shenzhen, da China.

Esequiel Barco vai completar apenas 23 anos em 29 de março. Atacante de lado, destacou-se no Independiente campeão da Sul-americana em 2017, vencendo o Flamengo na final, e foi para o Atlanta United. O time americano o emprestou ao River até 31 de dezembro de 2023.

Elias Gómez tem 27 anos, joga como lateral-esquerdo e começou no Rosario Central, passou pelo Defensa y Justicia, mas se destacou mesmo com a camisa do Argentinos Juniors entre 2019 e 2021. O River pagará cerca de €1,4 milhão por parte dos direitos do atleta.

Marcelo Herrera tem apenas 23 anos. O lateral-direito surgiu no San Lorenzo e o River Plate paga cerca de US$ 2,5 milhões por 70% dos direitos sobre o atleta e contar com seu futebol nas três próximas temporadas.